Animais de estimação
Um
animal de estimação (ou
mascote) é um
animal doméstico selecionado para o convívio com os
seres humanos por questões de companheirismo ou
divertimento,o que não significa que essa seja a única função dessas espécies na nossa sociedade.O
cão, por exemplo, é muito usado não só como animal de companhia, mas também na caça, na guarda domiciliar, etc.
Mamíferos
.Cão (Cachorro)
O
cão (
Canis lupus familiaris), no
Brasil também chamado de
cachorro, é um
mamífero canídeo e talvez o mais antigo
animal domesticado pelo
ser humano. Teorias postulam que surgiu do
lobo cinzento no
continente asiático há mais de 100 000 anos. Ao longo dos
séculos, através da domesticação, o ser humano realizou uma
seleção artificial dos cães por suas aptidões, características físicas ou tipos de
comportamentos. O resultado foi uma grande diversidade de
raças caninas, as quais variam em pelagem e tamanho dentro de suas próprias raças, atualmente classificadas em diferentes grupos ou categorias. As designações
vira-lata (no
Brasil) ou
rafeiro (em
Portugal) são dadas aos cães sem raça definida ou
mestiços descendentes.
Com
expectativa de vida que varia entre dez e vinte anos, o cão é um animal social que, na maioria das vezes, aceita o seu dono como o "chefe da matilha" e possui várias características que o tornam de grande utilidade para o homem. Possui excelente
olfato e
audição, é bom caçador e corredor vigoroso, relativamente dócil e leal, inteligente e com boa capacidade de aprendizagem. Deste modo, o cão pode ser
adestrado para executar um grande número de tarefas úteis, como um
cão de caça,
de guarda ou
pastor de rebanhos, por exemplo. Assim como o ser humano, também é vítima de doenças como o
resfriado, a
depressão e o
mal de Alzheimer, bem como das características do envelhecimento, como problemas de
visão e
audição,
artrite e mudanças de humor.
A afeição e a companhia deste animal são alguns dos motivos da famosa frase: "
O cão é o melhor amigo do homem", já que não há registro de
amizade tão forte e duradoura entre espécies distintas quanto a de humano e cão. Esta relação figura em filmes, livros e revistas, que citam, inclusive, diferentes relatos reais de diferentes épocas e em várias nações. Entre os cães mais famosos que viveram e marcaram sociedades estão
Balto,
Laika e
Hachiko. Na mitologia, o
Cérbero é dito um dos mais assustadores seres. No cinema,
Lassie é um dos mais difundidos nomes e, na
animação,
Pluto,
Snoopy e
Scooby-Doo há décadas fazem parte da infância de várias gerações.
.Gato doméstico
O
gato (Felis silvestris catus), também conhecido como
gato caseiro,
gato urbano ou
gato doméstico, é um
animal da
família dos
felídeos, muito popular como
animal de estimação. Ocupando o topo da
cadeia alimentar, é um
predador natural de diversos animais, como
roedores,
pássaros,
lagartixas e alguns
insetos.
A primeira associação com os
humanos da qual se tem notícia ocorreu há cerca de 9.500 anos, mas a domesticação dessa espécie oriunda do continente africano é muito mais antiga. Seu mais primitivo ancestral conhecido é o
Miacis, mamífero que viveu há cerca de 40 milhões de anos, no final do período
Paleoceno, e que possuía o hábito de caminhar sobre os galhos das
árvores. A evolução do gato deu origem ao
Dinictis, espécie que já apresentava a maior parte das características presentes nos felinos atuais. A sub-família
Felinae, que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da
África subsaariana até alcançar as terras do atual
Egito.
Existem cerca de 250 raças de gato-doméstico, cujo peso variável classifica a espécie como animal doméstico de pequeno a médio porte. Assim como
cães com estas dimensões, vive entre quinze e vinte anos. De personalidade independente, tornou-se um animal de companhia em diversos lares ao redor do mundo, para pessoas dos mais variados estilos de vida. Na cultura humana, figura da
mitologia às
superstições, passando por personagens de
desenhos animados,
tiras de jornais,
filmes e
contos de fadas. Entre suas mais conhecidas representações, estão os gatos:
Tom,
Frajola,
Gato Félix,
Gato de Botas e
Garfield.
Taxonomia
O gato doméstico foi denominado
Felis catus por
Carolus Linnaeus na sua obra
Systema Naturae, de
1798.
Johann Christian Daniel von Schreber chamou de
Felis silvestris, o
gato selvagem em
1775. Desse modo , os gatos caseiros são considerados uma das sub-espécies do gato selvagem. Não é incomum, aliás, o cruzamento entre gatos domésticos e selvagens, formando espécimes
híbridos.
Pelas regras de prioridade do
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome das espécies domésticas deveria ser
Felis catus. No entanto, na prática, a maioria dos
biólogos utilizam
Felis silvestris para as espécies selvagens e
Felis catus somente para as formas domesticadas. Na opinião n.º 2027, publicada no Volume 60 (Parte I) do
Bulletin of Zoological Nomenclature (
31 de março de
2003), a
Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica confirmou a utilização de
Felis silvestris para denominar o gato selvagem e
Felis silvestris catus para as sub-espécies domesticadas.
Felis catus segue sendo válido para a forma domesticada, se esta for considerada uma espécie separada.
Johann Christian Polycarp Erxleben denominou o gato doméstico de
Felis domesticus em suas obras
Anfangsgründe der Naturlehre e
Systema regni animalis, de
1777. Este nome e as suas variantes
Felis catus domesticus e
Felis silvestris domesticus não são nomes científicos válidos segundo as regras do
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
História e domesticação
Os gatos domésticos atuais são uma adaptação evolutiva dos
gatos selvagens. Cruzamentos entre diferentes espécimes os tornaram menores e menos agressivos aos
humanos. Os gatos foram domesticados primeiramente no
Oriente Médio nas primeiras vilas agriculturais do
Crescente Fértil. Os sinais mais antigos de associação entre homens e gatos datam de 9 500 anos atrás e foram encontrados na ilha de
Chipre.
Quando as populações humanas deixaram de ser
nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da
agricultura. A produção e armazenamento de
cereais, porém, acabou por atrair
roedores. Foi nesse momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano. Por possuírem um forte instinto
caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam uma importante função na
sociedade: eliminar os
ratos e
camundongos, que invadiam os
silos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos.
Registros encontrados no
Egito, como
gravuras,
pinturas e
estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os
egípcios data de pelo menos 5 000 anos. Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados.
Bastet (Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários outros gatos em seu entorno.
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados". Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a
pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de
morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de
luto.
Não tardou para que alguns animais fossem clandestinamente transportados para outros territórios, fazendo com que a popularidade dos gatos aumentasse. Ao chegarem à
Pérsia antiga, também passaram a ser venerados e havia a crença de que, quando maltratados, corria-se o risco de estar maltratando um
espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na
Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato, o homem estaria atingindo a si próprio.
Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos
séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na
Europa cristã. Porém, no início da
Idade Média, a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de
bruxaria. Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um
gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de
sorte e
azar associadas aos animais dessa cor.
Desde tempos imemoriais os gatos auxiliam os humanos na prevenção de roedores, especialmente em áreas agrícolas.
Winston Churchill afaga o gato que era mascote do navio militar HMS Prince of Wales (53), agosto de
1941.
Ao fim da Idade Média, a aceitação dos gatos nas residências teve um novo impulso, fenômeno que também se estendeu às
embarcações, onde os navegadores os mantinham como mascotes. Conhecidos como
gatos de navios, esses animais assumiam também a função de controlar a população de
roedores a bordo da embarcação. Com o passar do tempo, muitos gatos passaram a ser considerados animais de luxo, ganhando uma boa posição do ponto de vista social, sendo até utilizados como "acessórios" em eventos sociais pelas damas. Nessa época, o gato começou a passar por melhoramentos genéticos para exposições, começando assim a criação de raças puras, com
pedigree. Uma das primeiras raças criadas para essa finalidade foi a
Persa, que ficou conhecida após sua introdução no continente europeu, realizada pelo viajante
italiano Pietro Della Valle.
A primeira grande
exposição de gatos aconteceu em
1871, em
Londres. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a
Europa.
Atualmente, os gatos são animais bastante populares, servindo ao homem como um bom animal de companhia, e ainda continuam sendo utilizados por agricultores e navegadores de diversos países como um meio barato de se controlar a população de determinados roedores. Devido ao fato de sua
domesticação ser relativamente recente, quando necessário convertem-se facilmente à vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres, onde formam pequenas colônias e caçam em conjunto.
Características
Os gatos, geralmente, pesam entre 2,5 e 7 kg; entretanto, alguns exemplares, como o
Maine Coon, podem exceder os 12 kg. Já foram registrados exemplares com peso superior a 20 kg, devido ao excesso de alimentação.
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente de 15 a 20 anos, porém o exemplar mais velho já registado viveu até os 36 anos. Os gatos domésticos têm a expectativa de vida aumentada quando não saem pelas ruas, pois isso reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e acidentes. A
castração também aumenta significativamente a
expectativa de vida desses animais, uma vez que reduz o interesse do animal por fugas noturnas e também o risco de incidência de
câncer de
testículos e
ovários.
Gatos selvagens que vivem em ambientes urbanos têm expectativa de vida reduzida. Gatos selvagens mantidos em colônias tendem a viver muito mais. O Fundo Britânico de Ação para Gatos (
British Cat Action Trust) relatou a existência de uma gata selvagem com cerca de 19 anos de idade.
Os gatos possuem trinta e dois
músculos na
orelha, o que lhes permite ter um tipo de
audição direcional, movendo cada orelha independentemente da outra. Assim, um gato pode mover o corpo numa direção, enquanto move as orelhas para outro lado. A maioria dos gatos possui pavilhões auditivos orientados para cima. Diferentemente dos
cães, gatos com orelhas dobradiças são extremamente raros. Os
Scottish Folds são uma das exceções a essa regra, devida a uma série de
mutações genéticas. Quando irritados ou assustados, os gatos repuxam os
músculos das orelhas, o que faz com que elas se inclinem para trás.
O método de conservação de energia dos gatos compreende
dormir acima da média da maioria dos animais, sobretudo à medida que envelhecem. A duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo de 13–14 horas o valor médio. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a dormir 20 horas num período de 24 horas.
O gato doméstico costuma dormir durante a maior parte do dia para conservar sua energia.
A
temperatura normal do corpo desses animais varia entre 38 e 39 °C. O animal é considerado
febril quando tem a temperatura superior a 39,5 °C, e
hipotérmico quando está abaixo de 37,5 °C. Comparativamente, os seres humanos têm temperatura normal em torno de 37 °C. A pulsação do
coração desses pequenos mamíferos vai de 140 a 220 batidas por minuto e depende muito do estado de excitação do animal. Em repouso, a média da
frequência cardíaca fica entre 150 e 180 bpm.
Um
adágio popular diz que os gatos caem sempre de pé. Geralmente, o ditado corresponde à realidade, mas não é uma regra fechada. Durante a queda, o gato consegue, por
instinto, girar o corpo e prepará-lo para aterrar em pé, utilizando a
cauda para dar
equilíbrio e
flexibilidade. Os gatos sempre se ajeitam do mesmo modo, desde que haja tempo durante a queda para fazê-lo; deste modo, são capazes de suportar quedas de muitos metros, visto que, durante a queda, chegam a uma velocidade-limite na qual suportam o impacto com o chão. Algumas subespécies sem cauda são exceções a esta regra, já que o gato conta com a cauda para conservar o
momento angular, necessária para endireitar o corpo antes do pouso. Assim como a maioria das espécies de mamíferos, os gatos são capazes de
nadar. No entanto, somente o fazem quando extremamente necessário, como em caso de queda
acidental na
água.
Assim como os cães, os gatos são
digitígrados: andam diretamente sobre os
dedos; os
ossos das suas
patas compõem a parte mais baixa da porção visível das
pernas. São capazes de passos precisos, colocando cada pata directamente sobre a pegada deixada pela anterior, minimizando o ruído e os trilhos visíveis.
Alimentação
Gato recém-nascido sendo alimentado a
leite.
Os gatos, como caçadores, alimentam-se de
insetos, pequenas
aves e
roedores. Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a apenas uma refeição por dia. Biologicamente, os gatos são classificados como animais
carnívoros, tendo a sua
fisiologia orientada para a eficiência no processamento de
carne, com consequente ausência de processos eficientes para a digestão de
vegetais.
Os gatos não produzem a sua própria
taurina (um
ácido orgânico essencial). Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam
dentição e
aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O
intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as
proteínas e
gorduras de origem animal. O aparelho digestivo limita seriamente a capacidade dos gatos de
digerir,
metabolizar e
absorver nutrientes de origem vegetal, bem como certos
ácidos graxos.
A taurina é rara em plantas, mas relativamente abundante nos
tecidos dos animais, sendo um
aminoácido de grande importância para a
saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar uma
degeneração macular, na qual a
retina sofre destruição lenta e gradual, podendo causar uma
cegueira irreversível no animal.
A evolução tornou os gatos excelentes caçadores.
Apesar da fisiologia do gato ser essencialmente orientada para o consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de
ervas,
folhas,
plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a
regurgitar em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em uma dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas podem ser
venenosas para os animais. As folhas de algumas espécies de
lírios podem causar dano nos
rins, que pode mesmo ser fatal; também as plantas do género
Philodendron são venenosas para os gatos. Outro exemplo é o do
abacateiro, do qual algumas partes são
tóxicas, mas cujo fruto (exceto o caroço) é um ingrediente em várias marcas de comida para gatos.
Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum risco de dano.
O gato exibe alguma preferência pela planta designada por
nepeta, popularmente conhecida como
erva-dos-gatos, ou
catnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores. Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada
pica, que consiste em um transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como
terra,
plástico,
papel,
lã,
carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso para a sua própria sobrevivência, dependendo da
toxicidade desses materiais.
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o
pH da
urina, evitando, desse modo, a formação de
cálculos renais. No entanto, alguns
veterinários costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o animal fique com
sobrepeso.
Comportamento
Uma gata amamentando seus filhotes.
O
temperamento dos filhotes varia conforme a ninhada e a
socialização. Os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e letárgicos. Entretanto, a maioria dos gatos partilha um mesmo comportamento: são extremamente
curiosos. Não é por acaso que existe um dito popular que diz "
A curiosidade matou o gato". Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas três anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade. O gato no estado
selvagem é um animal muito social, chegando a estabelecer colônias mais ou menos hierarquizadas. Possui um
instinto natural de caça. Mesmo quando domesticados, os machos tendem a marcar o seu território com
urina. Os gatos possuem um cérebro bastante evoluído, sendo capazes de sentir emoções. Podem sofrer diversos distúrbios psicológicos, tais como
estresse e
depressão. Assim como um ser humano, quando estressados, tendem a ter um comportamento
neurótico.
Esses animais costumam copular e quando a
fêmea entra no cio.Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um
ano e dura aproximadamente uma
semana. O macho procura cercar a fêmea, que tenta resistir ao máximo à cópula. Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do
pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A
penetração é dolorosa. A cópula estimula o início do processo de
ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos que, com a dor, ativam o processo. Desse modo, poucos
óvulos são perdidos.
A mãe amamenta a sua cria.
Sua
velhice ocorre de forma abrupta, não sendo gradual como a humana. Dura aproximadamente um ano e finda com a
morte. É possível que o gato tenha doenças típicas da idade avançada, como
catarata e perda
olfativa. Nesta fase, o animal geralmente dorme durante todo o dia, mostrando extremo cansaço e fraqueza muscular.
As fêmeas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar seu dono, dar atenção a ele, ronronar ou fugir sem razão aparente. O comportamento dos gatos depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das
condições climáticas. Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e aversos ao contato com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas, aguardando o início da
chuva. Devido a variações constantes em seu humor, é possível dizer que, na maioria das vezes, o temperamento de um gato é imprevisível. Em algumas ocasiões, um gato filhote pode apresentar variações de energia, ficando algumas vezes mais calmos, outras mais agitados. Gatos adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem maiores e mais pesados.
Higiene
Os gatos são animais muito higiênicos, sendo que passam muitas horas por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Para isso, utilizam a superfície áspera de suas
línguas para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos eventualmente regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco gástrico e material piloso. Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua
urina e
fezes, evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa ou predador. Com isso, quando o gato é criado em locais sem a presença de solo exposto, há a necessidade de se manter uma caixa com
areia sanitária à sua disposição, sendo que instintivamente ele irá utilizá-la para o descarte de seus resíduos fisiológicos. Alguns fabricantes disponibilizam areias perfumadas para eliminar o cheiro forte que suas fezes poderiam deixar em um ambiente fechado (casas e apartamentos).
Ciclo biológico
Reprodução
O gato apresenta vários ciclos reprodutivos ao longo do ano, que podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais frequentemente e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no
cio; o vencedor ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a
relação sexual, ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais diferentes.
As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65 dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes. Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos, procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse comportamento ao longo de suas vidas.
Características genéticas
O gato apresenta 38
cromossomos e são conhecidas cerca de 200
patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto "Genoma do Gato", do
Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma.
Gata com
heterocromia, anomalia genética na qual o indivíduo possui um olho de cada cor.
Existe uma crença de que os gatos brancos de olhos azuis são surdos, a não ser que tenham um olho de cada cor, característica conhecida por
heterocromia, cujos portadores são denominados
gatos de olhos ímpar. Isto está certo em parte, já que há uma maior probabilidade de gatos com essas características físicas serem também surdos, mas este fato não é determinante.
A cor branca do gato se deve à ausência de
melanina em sua
pele e
pelos. Há quatro modos de um gato ser da coloração branca "sólida": ser
homozigótico para o
alelo ca (
albino de olhos azuis); ser homozigótico para o alelo c (que é albino de olhos vermelhos); ser homozigótico para o alelo S (mancha branca); ou possuir o alelo w (do gene branco dominante) no seu
cariótipo.
O gene da
surdez é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são surdos, só o são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro; este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para fazê-los brancos. Além disso, estes gatos só tem os olhos azuis ou verdes. Outra característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes caninos da mandíbula inferior serem proeminentes, semelhantemente ao observado nos
fósseis do
tigre-dentes-de-sabre.
Pelagem
Uma gata de pelagem tricolor.
Em respeito às cores, os gatos podem ter uma única coloração, como os completamente brancos ou pretos, que só tem
pelos contrastantes soltos em algumas partes do corpo. Também podem ter duas cores, como o branco e preto (típico
gato-vaca), branco e laranja, pardo e branco, ou cinza e branco. Podem possuir um padrão de cores tigrado em laranja, pardo e branco; em tons cinza e alaranjados (gatos romanos), com o pelo de uma só cor em toda a sua extensão ou de dois tipos de cores (as extremidades diferentes do resto do corpo). Também podem ter um padrão de cor siamês com cores mais escuras na face, rabo, patas e orelhas. Outro tipo de coloração é a tricolor, como, por exemplo, branco, laranja e preto. As gatas costumam ter os pelos mais lustrosos e brilhantes do que os machos, em contra partida elas costumam soltar mais pelos do que os gatos, principalmente nos períodos do início do cio. Os gatos tricolores ou de até quatro cores são normalmente fêmeas; quando são machos, são estéreis. Em contrapartida, os gatos romanos laranjas são em sua maioria machos, porém é possível deparar-se com fêmeas. O tipo de pelo vai desde o muito curto (como o
Sphynx, cujo pelo é quase invisível), o encaracolado (no caso do
Devon rex), o pelo curto normal com uma cor somente ou com pontas de outras cor, o pelo semi-longo, até o pelo mais longo procedentes das cruzas com o Bosque da Noruega, Persa ou qualquer outra raça de pelo longo.
Sentidos
Muitos
zoólogos acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos. Enquanto seu
olfato e
audição podem não ser tão aguçados quanto os dos cães, a
visão altamente apurada, audição e olfato sobre-humanos, combinados com o
paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, corroboram com esta hipótese.
Visão
Gatos têm a visão muito nítida.
Medir e classificar os sentidos dos animais pode ser difícil, principalmente por que não existem meios explícitos de comunicação entre o objeto do teste e o examinador. Entretanto, testes indicam que a visão aguçada dos gatos é largamente superior no
período noturno em comparação aos
humanos, mas menos eficaz durante o
dia. Os olhos dos gatos possuem a
tapetum lucidum, uma membrana posicionada dentro do
globo ocular que reestimula a retina ao refletir a
luz na cavidade.
[44] Enquanto este artifício melhora a visão noturna, parece reduzir a acuidade visual na presença de luz abundante. Quando há muita luminosidade, a
pupila em formato de fenda fecha-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a
retina, o que também resguarda a noção de profundidade. O
tapetum e outros mecanismos dão aos gatos um limiar de detecção de luminosidade sete vezes menor que a dos humanos.
Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 200°, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na parte frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em detrimento da largura do campo de visão.
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da
fóvea, que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente, os gatos conseguem diferenciar
cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos. Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a
membrana de nictação, que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa. Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está
doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira
pálpebra, é um indicativo de doença.
Audição
O formato das orelhas dos gatos ajuda-os a identificarem com precisão a fonte dos
sons.
Os seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa frequência, que devem rondar os 20 Hz. Já na escala de alta frequência, os gatos têm ampla vantagem, alcançando os 60 kHz, superando até mesmo os
cães. Os gatos podem ouvir até duas
oitavas acima dos humanos (20 kHz) e meia oitava além dos cães. Quando detectam um
som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o
ruído. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7,5 cm a localização de uma fonte sonora a um metro de distância.
Trinta e dois músculos individuais na orelha os permitem ouvir direcionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta interna e externamente por pelos. Quando está enojado ou atemorizado, o gato instintivamente abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pêlos, coloca as
garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra.
Tato
Os gatos geralmente apresentam uma dúzia de
bigodes, dispostos em quatro fileiras sobre os
lábios superiores, alguns nas bochechas, tufos sobre os
olhos e no queixo. Os
Sphynx - gatos quase sem
pelos - podem ter bigodes normais, curtos ou sequer apresentá-los. Os bigodes auxiliam na navegação e
tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na
penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas.
[45]
Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as
pupilas na totalidade, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos. Esses pelos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.
O posicionamento dos bigodes é um bom indicador do
humor do felino: apontados para frente, indicam curiosidade e tranquilidade; colados ao
rosto, indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva. Recentes estudos de fotografias infravermelhas de gatos caçando demonstram que eles também utilizam seus
bigodes para determinar se a presa mordida já está morta. Observa-se nas fotos que, ao aplicar a mordida fatal à
vítima e posteriormente a manter apertada entre as
mandíbulas, seus bigodes "abraçam" ou rodeiam completamente o corpo da presa para detectar uma possível mínima vibração como sinal de que a caça ainda possa estar com vida. Crê-se que este fenômeno é usado para proteger o próprio corpo do
felino, porque muitas de suas vítimas, como os
ratos, ainda podem mordê-lo e/ou lesioná-lo, se o predador as leva à
boca quando ainda estão com vida.
Paladar
Os gatos têm olfato e paladar muito aguçados.
Uma curiosidade sobre o paladar dos gatos é que, de acordo com a edição
norte-americana da
National Geographic (de
8 de dezembro de
2005), eles não são capazes de saborear o
doce, por falta de receptores desse tipo. Alguns cientistas acreditam que isso se deve à dieta dos gatos incluir quase que exclusivamente alimentos ricos em
proteínas, embora seja incerto se essa é a causa ou o resultado dessa falta de células adaptadas.
Entretanto, através da observação de gatos domésticos, percebe-se que, uma vez que sejam oferecidos
doces, eles parecem gostar, embora não seja saudável deixá-los comer tais guloseimas, pois podem causar excessiva fermentação dentro do aparelho digestivo, gerando
gases e
cólicas desconfortáveis no animal. Ainda que não reconheçam o gosto doce, esses animais apresentam grande sensibilidade aos sabores
ácidos,
salgados e
amargos, o que os torna animais muito exigentes quanto ao paladar dos alimentos que lhes são oferecidos, podendo recusar a refeição fornecida, caso notem algo de errado em seu sabor.
Olfato
Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente
e duas vezes mais células receptoras que os humanos, portanto, podendo sentir
odores dos quais um ser humano sequer registra. Além disso, os gatos possuem um órgão sensorial no céu da boca chamado
vomeronasal ou órgão de Jacobson, que atua como um órgão olfatorial auxiliar. Quando o gato franze a face, baixando a
mandíbula e expondo parte da
língua, está abrindo a passagem de ar para o vomeronasal. Esse olfato apurado faz com que os gatos tenham um paladar também muito apurado, o que os torna extremamente exigentes em relação à comida, de modo que raramente aceitem restos da alimentação dos humanos.
Envelhecimento
Embora não apresentem muitos sinais externos de envelhecimento, os gatos têm a saúde fragilizada nessa etapa de suas vidas.
Ainda que apresentem poucos sinais externos decorrentes do envelhecimento, com o avanço da idade, os gatos apresentam mudanças fisiológicas significativas que afetam seu metabolismo, tornando-os mais suscetíveis e vulneráveis aos ataques de diversas doenças, como problemas na pele, olhos, ouvidos, olfato e paladar.Podem também apresentar fragilidade nos
ossos e desenvolver
tumores e
cânceres. Normalmente, os indivíduos mais idosos apresentam
letargia, diminuição do apetite e emagrecimento, culminando na insuficiência de órgãos vitais como
rins,
fígado e
coração, o que pode levar o animal ao óbito.
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20 anos. Para que atinjam tal idade, recomenda se que, a partir dos oito anos de idade, esses animais sejam submetidos a um tratamento diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas veterinárias e exames de saúde regulares. Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o
asseio com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes. Se o gato estiver com a sua visão prejudicada, deve-se evitar a mudança da localização dos seus pertences, como cama,
caixa de areia e vasilhas de
água e comida, pois o animal poderá continuar utilizando esses itens, desde que esteja acostumado ao local onde normalmente estão instalados. Quanto à alimentação, deve-se estimular um aumento no número de refeições, pois o gato passará a ter menos apetite e, consequentemente, comer em menores porções.
Devido a redução na quantidade de alimentos ingeridos e às mudanças fisiológicas decorrentes da
idade mais avançada, o nível de energia disponível diminuirá e o animal não terá mais tanta disposição para brincadeiras. No entanto, sabe-se que gatos idosos apreciam a companhia dos humanos, devendo ser tratados com a mesma alegria, dedicação e carinho dispensados em sua
fase juvenil.
Comunicação
O cérebro dos gatos possui estrutura complexa, tendo, em média, 5 centímetros de
diâmetro e 30 gramas de
massa.
Os gatos conseguem comunicar-se de forma bastante eficaz, seja com humanos ou com outros seres de sua espécie. Estudos da
inteligência em gatos têm demonstrado que tais animais são dotados de um aparato
cognitivo capaz de lhes propiciar diversas ações, que podem ser compreendidas como sinais de inteligência. O
cérebro destes animais apresenta estruturas complexas que possibilita-lhes desenvolver uma espécie de linguagem, comunicando-se por meio de miados, ronronares, bufos, gritos e linguagens corporais.
A avançada estrutura do cérebro faz com que esses felinos sejam frequentemente utilizados como
animais experimentais, tendo em vista que esse órgão apresenta estrutura muito similar àquela observada no
cérebro humano. Pesquisas indicam que, tanto no homem quanto no gato, o mesmo setor cerebral é o responsável pela existência de diferentes emoções .
Miado
O
miado é o som típico que caracteriza o gato. É transcrito
onomatopeicamente como "miau" em
português (em diversas outras línguas apresenta grafia semelhante, como "meow", "miaow", "maw", etc.)
Diferentemente do
ronronar, o miado possui um som mais agudo e audível a uma grande distância. A
pronúncia desta chamada varia significativamente, dependendo de seu propósito. Usualmente, o gato vocaliza indicando
sofrimento, solicitando atenção humana (por exemplo, para ser alimentado), ou como uma
saudação. Alguns
vocalizam excessivamente, enquanto que outros raramente miam. Dependendo da raça, são capazes de emitir cerca de 100 tipos de vocalizações diferentes,incluindo sons que se assemelham à linguagem humana. Os machos possuem vocalização mais forte e grave que as fêmeas e a espécie doméstica costuma miar muito mais do que a
selvagem, já que é a principal forma que eles têm de chamar a atenção de seus donos.
Ronrono
O gato geralmente ronrona quando se encontra em um estado de calma, prazer ou satisfação. Entretanto, pode ronronar quando está se sentindo
angustiado,
aflito ou com
dor. Ronrona na presença de outros gatos ou, se ainda filhotes, na presença da mãe - por exemplo. Existem muitas teorias que explicam a origem deste som, incluindo vibração das falsas
cordas vocais quando inspiram ou expiram, o som do
sangue circulando pela
artéria aorta, ressonância direta nos
pulmões, entre outras. Atualmente, acredita-se que o ronronar é o resultado de impulsos rítmicos produzidos por sua
laringe. Quando um gato emite o característico som de satisfação, é possível sentir sua garganta vibrar. Dentro da garganta, juntamente com as cordas vocais, o gato possui um par de estruturas chamadas pregas vestibulares. Alguns pesquisadores acreditam que essas pregas vibram quando o gato ronrona.
No entanto, há quem diga que as pregas vestibulares nada têm a ver com a vibração da laringe, relacionada a esse ronronar. A origem então estaria em um aumento momentâneo na turbulência do sangue no sistema circulatório do gato. Esta turbulência seria mais intensa quando o sangue é desviado para uma veia excepcionalmente larga, situada no peito do animal. Quando os músculos à volta desta veia se contraem, as vibrações provocadas pela turbulência são amplificadas pelo
diafragma, antes de subirem pela
traqueia e ressoarem na cavidade sinusoidal. Essa vibração faz com que o gato libere
endorfina, causando uma sensação instantânea de bem-estar. É evidente que o ronronar exige pouca energia por parte do animal, uma vez que os felinos podem produzir tal som por vários minutos consecutivos.
Outros sons
A maioria dos gatos bufa ou grunhe quando está em perigo. Alguns podem gorjear, quando observam uma presa ou expressando interesse a um objeto próximo. Quando esse som é dirigido a uma presa fora de alcance, não se sabe se é com a intenção de apresentar um barulho ameaçador, uma expressão de frustração ou para imitar o canto de uma ave (ou de uma presa da ave, como a
cigarra). Recentemente, estudiosos do comportamento animal creem que este som é um "comportamento de ensaio", no qual o gato antecipa ou pratica como matar sua presa, já que o barulho usualmente acompanha um movimento da
mandíbula similar ao que utilizam para matar a presa.
Zoonoses
Como os demais mamíferos, os gatos são passíveis de contaminação por doenças causadas por
vírus,
fungos e
bactérias. Estas doenças geralmente se manifestam por meio de
sintomas como falta de apetite,
apatia e outras alterações comportamentais. Poucas dessas doenças podem contaminar os seres humanos. No entanto, um grande número de pessoas são alérgicas a uma
proteína produzida pelos felinos, apresentando sintomas no sistema respiratório quando entram em contato com fragmentos de pelos desses animais.
Alergias
Alguns felinos podem desenvolver severas reações alérgicas quando submetidos a determinadas
medicações, como, por exemplo, a
ivermectina, que é tradicionalmente aplicada no controle de pequenos
parasitas, como
carrapatos,
pulgas e
piolhos. Em determinadas situações, essa substância pode ocasionar o inchaço do cérebro do felino, provocando fortes
dores, perda de controle muscular,
cegueira temporária, perda de apetite, retenção de urina e
febre, chegando a levar o animal ao
estado de coma. A forma de se combater alergias desse tipo é por meio da aplicação de
antídotos contra ação do medicamento anteriormente ministrado.
Muitos humanos são alérgicos à
glicoproteína Fel d 1, presente na
saliva dos gatos e transmitida em contato com a pele ou com o pelo do animal. A glucoproteína
Fel d1 pode gerar
espirros, irritação das vias respiratórias e, em casos mais agudos,
asma,
rinite e outras reações alérgicas. No dia
24 de setembro de
2006, a empresa biotecnológica Allerca anunciou o começo da criação dos primeiros gatos hipoalergênicos. Além disso, existem algumas raças de gatos que produzem pequenas quantidades da proteína responsável pela reação alérgica, não causando, deste modo, problemas às pessoas sensíveis.
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma
zoonose de distribuição mundial. Trata-se de uma doença infecciosa causada pelo protozoário
Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e de produção, incluindo
suínos,
caprinos,
aves, animais silvestres,
cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (
bovinos, suínos,
cabras, etc). Usualmente, os gatos são responsabilizados pela transmissão direta da toxoplasmose aos humanos, mas pesquisas atuais indicam que na maioria das vezes essa acusação é incorreta, tendo em vista que o
Toxoplasma gondii, causador da doença, necessita de um período de incubação após ser expelido pelo organismo do animal, por meio das
fezes. Deste modo, para que haja contaminação, é necessário que haja contato com as fezes secas do animal. Portanto, bastaria manter o gato em um ambiente higienizado, com limpeza diária de sua
caixa de areia, para não haver preocupação em adquirir essa zoonose.
A
toxoplasmose pode ser perigosa especialmente para a mulher
grávida, sendo uma possível causadora de má-formações
fetais e surdez congênita. Os felinos desempenham um papel chave no ciclo desta enfermidade, sendo hospedeiro do parasita. O gato pode adquirir a doença ao se alimentar de algum
pássaro ou
rato infectado. Logo, os gatos envolvidos na transmissão são somente aqueles que têm possibilidade de caçar ratos (gatos silvestres ou de fazendas). Como os gatos doméstico são, normalmente, alimentados apenas com ração, esse risco é extremamente reduzido, bastando certificar-se de que o gato de estimação não tenha por hábito caçar animais. Destaca-se ainda que é improvável que um gato doméstico ingira os animais que caça, tendo em vista que a maioria trata a carcaça de suas vítimas como "troféus", não se alimentando delas. Quando contaminado, o felino excreta os oocistos ("ovos" do protozoário) nas suas fezes, e o humano pode ser infectado via oral ao não lavar as mãos corretamente depois de limpar a caixa de areia do animal, ou não lavar os vegetais que foram plantados em locais que contêm fezes de gatos, por exemplo. Mas a contaminação apenas é possível se esse contato ocorrer após o período de incubação desses ovos. Assim, boas condições de higiene tornam improvável algum tipo de infecção.
Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal contágio da toxoplasmose não é o contato com gatos domésticos, mas sim a ingestão de protozoários presentes na
carne vermelha crua ou mal cozida, bem como em vegetais mal lavados e contaminados com dejetos de animais.
Leucemia felina
Gatos que vivem nas ruas são mais suscetíveis a doenças como a Leucemia e a Panleucopenia felina.
A leucemia felina, provocada por um
vírus, é uma das doenças mais complexas que afeta os gatos. Diferentemente da versão humana da doença, é contagiosa, podendo ser transmitida de gato para gato por meio da
saliva ou pelo contato com
sangue contaminado. No entanto, não é transmitida aos seres humanos, tendo em vista que o agente causador somente sobrevive no organismo dos felinos. A
vacinação contra a leucemia confere proteção aos gatos em 95% dos casos. A
castração reduz a possibilidade de contaminação, já que o animal tende a permanecer mais em casa e não ter contato com outros gatos.
A leucemia felina é uma doença desconhecida por muitos veterinários, que, ao não saber como tratá-la, recomendam o sacrifício do animal. Inicialmente, esta doença se manifesta pela perda parcial da defesa imunológica do gato portador. Porém, trata-se de uma
doença degenerativa, cuja gravidade vai avançando ao mesmo tempo que reduz a expectativa de vida em alguns anos. Tratamentos podem abrandar os problemas, sobretudo se o gato viver em boas condições, uma vez que, devido à baixa imunidade, qualquer doença de menor gravidade pode ser altamente perigosa para o animal. Durante o estado crítico, o gato necessita de cuidados e boa alimentação, acompanhado por veterinários, e do uso do
interferon. A leucemia felina "terminal" ocorre quando a doença atinge a
medula óssea, anulando totalmente a produção de glóbulos brancos para a sua defesa; quando esta ocorre, o animal começa a ter a sua saúde deteriorada rapidamente e passa a sofrer fortes dores, de modo que o sacrifício é a única solução.
Panleucopenia felina
Brigas entre gatos podem fazer com que eles tenham contato com sangue e saliva de animais contaminados.
A panleucopenia felina é uma doença viral que acomete gatos domésticos e outros membros das famílias
Felidae,
Mustelidae,
Viverridae e
Procyonidae. O agente causador é um
vírus classificado como
parvovírus felino. Essa doença não é transmissível ao
homem e nem a outros
animais de estimação. Trata-se de uma enfermidade altamente contagiosa aos felinos, caracterizada pelo aparecimento súbito de
febre,
falta de apetite,
depressão,
vômitos e
diarreia,
desidratação e
leucopenia.
O vírus da panleucopenia felina é um parvovírus pequeno pertencente à família
Parvoviridae. Essa doença é considerada um dos distúrbios gastrointestinais mais mortais para os gatos, apresentando taxa de mortalidade de aproximadamente 80% dos indivíduos contaminados.
[69] Os gatos que vivem soltos estão mais expostos à contaminação pelo vírus da doença. A vacinação é bastante eficaz, sendo a incidência de panleucopenia muito baixa nas populações de gatos que recebem as doses da vacina nos primeiros meses de idade. Contudo, foram relatadas ocorrencias da panleucopenia transmitida pelo
colostro e pelo
leite.
Os incubadores do vírus são os próprios gatos, sendo que a transmissão é feita mediante contato direto com os gatos contaminados e/ou doentes, através de alimentos ou água contaminada, pelo contato com
fezes ou
urina (que ocorre quando um animal sadio usa uma
caixa de areia contaminada por um gato doente), contato com vômito, saliva, ou
ectoparasitas como
pulgas e
carrapatos.
Os indivíduos doentes passam por um tratamento de elevada complexidade. Os animais que conseguem sobreviver mais de uma semana, evitando-se a todo o custo a
desidratação, têm possibilidade plena de se salvar. Contudo, isto ocorre apenas em 20% dos casos, indicando que a prevenção por meio da aplicação de
vacinas ainda é a melhor forma de se evitar a ocorrência do problema.
Peritonite infecciosa felina
O compartilhamento de uma mesma caixa de areia entre diferentes gatos pode aumentar o risco de transmissão de algumas doenças, como a PIF.
A peritonite infecciosa felina, mais conhecida pelo acrônimo PIF, é uma
síndrome viral contagiosa entre os felinos, que contamina o intestino, o fígado, os rins, o cérebro e e todo o sistema nervoso dos animais, levando à formação
abcessos nos órgãos afetados.
A peritonite infecciosa felina é transmitida por meio de contato com as fezes contaminadas, o que ocorre, sobretudo, quando diversos gatos dividem uma mesma
liteira. Pode também ser transmitida aos filhotes de gatas doentes, por meio do
leite. Contudo, trata-se de um vírus que ataca exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.
Dentre os principais sintomas, estão a perda de apetite, emagrecimento rápido do animal, anemia, diarreia, febre constante,
abdômen distendido, e
inchaço nos gânglios linfáticos. Não há cura para a PIF, sendo que, após a contaminação, o gato vive por, no máximo, dois anos. Ainda não há vacina eficaz contra essa doença. Normalmente, quando os sintomas se agravam, é praticada a
eutanásia, visando minimizar o sofrimento, tendo em vista que as manifestações dos sintomas dessa doença, em sua fase terminal, causam dores intensas no animal.
Síndrome urológica felina
Radiografia evidenciando a existência de um
cálculo na bexiga de um gato. A mancha mais clara, na ponta da seta, indica a presença de
calcificação no interior do órgão em questão.
A síndrome urológica felina consiste num conjunto de problemas que surgem nos felinos com o avanço da idade. O animal afetado apresenta problemas inflamatórios no sistema urinário, dentre os quais destacam-se a
cistite,
uremia e formação de
cálculos renais e na
bexiga.
O principal sintoma consiste na dificuldade e dor ao urinar; algumas vezes nota-se a presença de sangue na urina. As causas dessa doença estão ligadas à alimentação do animal, além de fatores genéticos que implicam uma predisposição à sua ocorrência. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos contra as dores e a infecção, além de um rigoroso controle na dieta do animal. Deve ser oferecida água limpa em abundância e rações que não tenham acidificantes em sua formulação, ou apresentem elevados índices de
magnésio.
Com uma alimentação adequada, há uma considerável diminuição da probabilidade de formação de cálculos no sistema urinário. Existem no mercado diversas rações balanceadas para diferentes tipos de gatos, variando de acordo com diversos elementos, como a raça do animal, sua idade, sexo, se é castrado ou não. É até mesmo possível encontrar
rações específicas para gatos portadores da síndrome urológica felina, capazes de reduzir o pH urinário e melhorar o funcionamento dos rins, auxiliando na dissolução dos cálculos existentes e prevenindo a formação de novas calcificações.
Raças
Gato da raça
abissínio, umas das 26 mais comuns do mundo. É forte e ativo.
Os gatos apresentam uma grande variedade de cores e padrões. As
raças podem ser divididas em três categorias: pelo longo, pelo curto e pelo ralo. A pelagem pode ainda ser dividida em lisa ou ondulada, existindo variações intermediárias. A cor dos olhos também podem estar relacionadas a certas raças. Os gatos persas, por exemplo, costumam apresentar
íris com a mesma coloração dos pelos. A maior parte das raças foram desenvolvidas recentemente, de modo a ressaltar determinadas características desejadas e inibir outras indesejadas. Por exemplo, enquanto um gato bengal possui pernas alongadas, um Munchkin jamais deve apresentar tal característica. Ou ainda, enquanto que caudas longas e exuberantes são imprescindíveis para a beleza dos persas e himalaios, não fazem parte do padrão existente para a raça Bobtail. Diferentes raças tendem a apresentar graus distintos de suscetibilidade a certas doenças. Os gatos do padrão
Keltic Shorthair normalmente são mais resistentes a problemas de saúde, uma vez que tais animais derivam de
gatos de rua. Nesse caso, a
seleção natural faz com que apenas os animais mais adaptados sobrevivam e consigam passar seus genes adiante.
Estima-se que, atualmente, existam mais de 250 diferentes raças de gatos domésticos.Algumas delas surgiram naturalmente, a partir de cruzamentos entre gatos
sem raça definida que portavam diferentes características. Outras foram desenvolvidas por meio de cruzamentos planejados por criadores, visando um
aprimoramento genético, com a intenção de ressaltar determinadas feições dos animais. Segundo associações de criadores de felinos, como a
Associação Internacional de Gatos (TICA), as raças de gatos mais comuns existentes na atualidade são as seguintes:
Raças mais comuns
- Abissínio
Os gatos abissínios possuem origem
indiana. Caracterizam-se pelo comportamento retraído e discreto, com miados baixos. O corpo é esguio e musculoso, o que lhes confere agilidade. Com isso, tornam-se felinos ativos, que precisam de muita atividade física. Costumam interagir com outros gatos, mesmo que pertençam a raças diferentes.
Chartreux de olhos amarelos. Fortes, silenciosos e ágeis, são bons caçadores de pequenas presas, como os ratos.
- Angorá
Os gatos da raça Angorá surgiram na região de
Ankara, na
Turquia Central, e são conhecidos na Europa desde o início do século XVII. Os representantes desta raça são animais dóceis e
amistosos. Curiosos, gostam de escalar até pontos elevados, de onde possam observar a movimentação.
- Bengal
O Bengal é uma raça recente, derivada de cruzamentos induzidos entre gatos domésticos e o
leopardo-asiático (
Prionailurus bengalensis). Tal cruzamento só foi possível devido ao fato do leopardo-asiático possuir o mesmo número de
cromossomos do gato doméstico, o que tornou possível a realização de cruzamentos que originassem descendentes férteis. Esses animais apresentam tamanho médio a grande, com peso entre 5,5 a 9 kg. Possuem pelo curto, estrutura
óssea bastante forte e uma cabeça relativamente grande, com contornos arredondados e ligeiramente comprida, lembrando o formato dos felinos selvagens.
- Bobtail japonês
O Bobtail surgiu no
Japão no
século VII, país no qual é bastante popular e onde acredita-se que a existência um espécime tricolor desse animal traz sorte, felicidade e prosperidade. A principal característica do Bobtail é a pequena cauda, que mede entre oito e dez centímetros quando esticada. O gato sempre a mantém curvada, o que a deixa com a aparência de um rabo de
coelho. É uma raça de porte elegante, com uma boa musculatura, porém esbelta. Suas pernas são esguias, sendo as posteriores ligeiramente maiores que as anteriores.
- Bombay
O Bombay é um gato originário dos
Estados Unidos. Surgiu na
década de 1960, por meio de cruzamentos entre diferentes gatos pretos de pelo curto americano. Esses gatos apresentam a pelagem completamente negra e curta, com textura aveludada, sem a presença de pontos brancos. Seu tamanho é médio, sendo o macho maior que fêmea. Os gatos dessa raça miam pouco, mas, em contrapartida, costumam ronronar intensamente. É sociável e necessita sempre de companhia, não adaptando-se bem à vida solitária.
- Chartreux
Os gatos Chartreux apresentam coloração cinza-azulada, com pelos curtos, densos e grossos. Os gatos desta raça são muito silenciosos, de modo que raramente miam. São muito ativos e necessitam de bastante espaço físico para correrem exercitarem-se. Quando privados de espaço, podem ficar irritadiços e demonstrar alguma agressividade. Originário da
França, o Chartreux é um animal afetuoso e sociável. Possui um apurado instinto de caça e uma forte musculatura, que lhe dá condições para atacar rapidamente pequenas presas como pássaros e roedores.
Exemplar de
gato siamês. É uma das poucas raças de gato que podem ser realmente adestradas.
- Cornish Rex
O Cornish Rex é um gato de pelo curto e ligeiramente cacheado, originário da
Inglaterra. Possui um aspecto rústico e é considerado um excelente animal de estimação, uma vez que convive muito bem com os humanos, mesmo no caso da presença constante de estranhos. É um animal de fácil tratamento, não exigindo cuidados muito complexos.
- Himalaio
O gato Himalaio foi criado por meio de cruzamentos consecutivos entre espécimes das raças persa e siamês. Deste modo, combinam a vasta e sedosa pelagem dos persas com o porte e a marcação de cores presentes nos siameses. São gatos apegados aos donos e bastante brincalhões, de modo que sempre necessitam da companhia humana ou da presença de brinquedos para se distraírem. Sua principal característica é a pelagem densa com coloração do tipo
colourpoint, na qual as extremidades do rabo, patas e cabeça assumem uma tonalidade mais escura em relação ao corpo.
Podendo alcançar peso superior a 20 kg, o
Maine Coon é a maior raça de gatos existente. Originalmente norte-americano, é dócil, dono de macia pelagem e capaz de tolerar climas rigorosos.
- LaPerm
O gato LaPerm foi registrado em 1982, nos
Estados Unidos. Trata-se de um felino de pelagem longa e cacheada, com espirais lembrando um
saca-rolhas. Apresenta comportamento bastante interativo. É um gato muito procurado por pessoas que gostam de animais que se adaptem aos costumes do lar. Sua personalidade marcante faz com que o LaPerm desenvolva uma forte ligação afetiva com os donos e esteja sempre pronto para brincadeiras, até mesmo com estranhos.
- Maine Coon
O Maine Coon é um gato norte-americano, conhecido pelo seu avantajado tamanho em relação às demais raças. Foi primeiramente reconhecido como raça oficial no
estado norte-americano do
Maine, onde era famoso pela sua capacidade de caçar ratos e de tolerar climas rigorosos. Devido ao seu grande porte físico, também é conhecido como "o gigante gentil". Originalmente um gato de trabalho, o Maine Coon é resistente, rústico, capaz de suportar as intempéries. Seu pelo é macio e seu corpo muito bem proporcionado, de aparência retangular e balanceada, sem partes exageradas em tamanho. É musculoso, de tamanho médio para grande. As fêmeas geralmente são menores que os machos. O comportamento do Maine Coon é extremamente dócil, meigo, companheiro, dando-se bem com outros gatos e outros animais de estimação, como o cão. É um gato de fácil adaptação, e essencialmente muito amigável. É carente de cuidados e atenção, necessitando sempre companhia. Seu miado é um dos mais curiosos, por ser semelhante ao cricrilar de um
grilo.
- Mau egípicio
O Mau Egípcio é uma raça que descende diretamente dos gatos da época do
Antigo Egito. Pode ser visto em
papiros e construções egípcias anteriores a
1000 a.C. Exemplares foram levados à Europa e, mais recentemente, a raça foi desenvolvida nos Estados Unidos a partir de cruzamentos entre exemplares europeus. É um gato doméstico de temperamento calmo. Esperto e dedicado, possui laços afetivos extremamente fortes com os seus donos. Seu aspecto é perfeitamente balanceado entre esbelto e roliço. Sua cabeça é levemente arredondada. O focinho não é pontudo e os seus olhos são oblíquos, de formato oval, geralmente apresentando cor verde.
- Munchkin
O Munchkin é um gato de pernas curtas e corpo alongado. Em função do formato peculiar, é apelidado de
Basset Hound felino. É dócil, sociável e amável. É ativo como outros gatos, mas não pula tão alto devido à pequena altura das suas pernas, que chegam a medir apenas um terço do tamanho observado nas outras raças. A pelagem é bastante variável, podendo ser longa ou curta, com várias tonalidades e cores diferentes.
- Norueguês da Floresta
Como o próprio nome diz, o gato Norueguês da Floresta se originou nas áreas florestais da
Noruega. A necessidade de se abrigar durante os invernos frios da
Escandinávia transformou seu manto em uma espécie de cobertor macio, protegendo-o do vento, do frio e da umidade da neve. Para proteger-se do frio, este gato também dispõe de abundante camada de pelos ao redor do pescoço, formando uma densa juba. Como originaram-se de gatos que viviam ao ar livre, os representantes dessa raça possuem a característica de serem excelente caçadores e apresentarem grande independência em relação à seus donos.
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O Gato
Himalaio combina os longos pelos dos Persas com a coloração do Siamês.
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Típico exemplar da raça
Bombay, que apresenta a pelagem completamente negra.
A raça
Pelo Curto Brasileiro foi a primeira a ser reconhecida internacionalmente como de fato brasileira.
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- Pelo curto americano
O gato
Norueguês da Floresta apresenta densa pelagem na região do pescoço, que lhe protege contra o frio.
O gato de pelo curto americano foi criado a partir do padrão observado nos gatos que se procriaram nas ruas das grandes
cidades dos Estados Unidos. São conhecidos por sua longevidade, saúde e docilidade com crianças. Resistente, tem seu corpo muito bem proporcionado, forte, ágil, balanceado e simétrico. Seu corpo é mais comprido do que alto, de tamanho médio para grande. As fêmeas são menos robustas em relação aos machos. Sua pelagem é curta e de textura dura. Variações na grossura dos pelos são observadas de acordo com a região e
estação do ano. A pelagem é densa o suficiente para proteção do tempo, frio e cortes superficiais na pele.
- Pelo curto brasileiro
O gato de pelo curto brasileiro foi a primeira raça genuinamente brasileira a ser reconhecida internacionalmente. Criado a partir do padrão observado nos gatos descendentes da subespécie
Felis silvestris iberica, que se procriaram nas ruas das
cidades brasileiras, são conhecidos por sua longevidade, resistência e docilidade com adultos e crianças. O pelo é bem deitado junto ao corpo, cabeça e orelhas de tamanho médio, proporcionais a largura da base, bem colocadas. Os olhos ligeiramente oblíquos e o nariz da mesma largura da base até à ponta. Peito largo, pernas de tamanho médio e patas arredondadas, também de tamanho médio. O corpo é forte, musculoso, mas o aspecto geral é de um gato muito ágil e elegante.
Gato persa, a raça com
pedigree mais comum no Brasil.
- Pelo curto europeu
O gato de pelo curto europeu foi naturalmente desenvolvido a partir do cruzamento entre os gatos de diferentes raças que viviam nas ruas das cidades
cidades da Europa continental. É conhecido por sua longevidade e resistência a doenças. Assemelha-se bastante ao gato de pelo curto brasileiro, mas, devido ao clima mais frio da Europa, possui uma pelagem mais densa e compacta. Assim como as demais raças de gatos surgidas nas ruas, apresenta excelente visão noturna e bom faro, o que lhe permite caçar roedores na ausência de alimentos fornecidos pelos humanos.
- Pelo curto inglês
Sendo conhecido há cerca de dois mil anos, o gato de pelo curto inglês é a mais antiga raça de gatos da Inglaterra. É um gato elegante, compacto, bem balanceado e forte, que prefere estar no chão e não tem entre suas especialidades a velocidade, ou a agilidade. A cabeça é arredondada, com bom espaço entre as orelhas. Devido à sua inteligência, é uma das raças preferidas para filmes em
Hollywood e
comerciais de
televisão.
Os gatos da raça
Ragdoll, conhecidos por serem dóceis, têm em seu nome o significado de "boneca de pano".
- Persa
Os gatos persas originaram-se na antiga
Pérsia (atual
Irã). No
século XVII, foram levados à
Itália, onde sua pelagem macia e brilhante fez com que imediatamente ganhassem popularidade. Atualmente, esta é a raça de gato doméstico mais popular no Brasil e na maior parte do mundo.
[92] Os persas são gatos muito procurados por pessoas que vivem em espaços pequenos, como apartamentos, pois seus miados são baixos e pouco comuns, além do fato desses animais apresentarem um forte apego ao seu dono. Caracteriza-se pela pelagem comprida e sedosa, com uma cabeça grande e redonda, orelhas pequenas e arredondadas com tufos de pelos no interior, olhos grandes e redondos de coloração vívida e patas curtas, porém musculosas. O padrão comum da raça apresenta focinhos achatados (
flat face), porém alguns exemplares possuem focinhos um pouco mais alongados (doll face).
- Ragdoll
O gato ragdoll foi desenvolvido em meados do
século XX, nos Estados Unidos. Seu nome, que significa "boneca de pano" em
inglês, indica uma característica peculiar da raça, que é relaxar completamente ao ser colocado no colo. É tão dócil que permite ser jogado de um lado para o outro, algo que nem todos os gatos aceitam. É um gato muito quieto e gentil, e uma vez que escolha um dono, o acompanhará permanentemente. É uma raça caseira e, por sua docilidade, totalmente indefesa quando livre, necessitando, portanto, exclusivamente do ambiente interno. Não possui muita necessidade de atividades físicas, sendo mais sedentário que gatos de raças menores.
- Ocicat
O gato Ocicat surgiu nos Estados Unidos em
1964, quando uma criadora comercial realizava cruzamentos entre abissínios e siameses. Ao cruzar um abissínio-siamês com um com um siamês chocolate point, obteve um gato com a pelagem semelhante a de um
jaguar. Batizou a nova raça de "Ocicat", pela semelhança desse gato com a
jaguatirica (que, em inglês, é chamada de
Ocelot). Apesar desta aparência singular, o Ocicat não é híbrido entre gatos domésticos e espécimes selvagens. Possui grande porte, com patas ovais, pernas robustas bem musculosas e rabo alongado. Seu pelo segue um padrão manchado, assemelhando-se ao observado nos felinos selvagens. Seus olhos podem apresentar quase todas as tonalidades de cores, excetuando-se o azul.
- Sagrado da Birmânia
O gato sagrado da Birmânia recebeu esse nome por descenderem diretamente de uma linhagem de gatos que viviam dentro dos mosteiros
budistas birmaneses. Segundo a lenda budista, havia, em um determinado templo, um gato branco de pelo comprido que era o fiel companheiro de um sacerdote. Quando este morreu, assassinado por invasores, o gato pulou para cima do corpo de seu dono e aí ficou, para evitar que alguém se aproximasse. Nesse momento, sua pelagem foi ficando cor de creme. Os olhos dourados tornaram-se azuis e as patas, nariz, orelhas e cauda azuis-cinzentos. Apenas os quatro pés, que estavam em contato com o corpo do defunto, permaneceram brancos. Os espécimes dessa raça apresentam olhos azuis, pelos longos e corpos musculosos. A pelagem não forma nós, nem cachos, exceto da região do abdômen. As fêmeas pesam no máximo 5 kg, sendo bem menores do que os machos, que podem chegar aos 8 kg. Sempre andam com a cauda ereta e nascem brancos, adquirindo a coloração definitiva após alguns meses. Alguns gatos dessa raça nascem portando
cardiopatias congênitas.
Um gato da raça
Savannah, possui como sua marca a orelha pontiaguda.
- Savannah
O Savannah é um
animal híbrido derivado de cruzamentos entre o gato doméstico e o
serval africano (
Leptailurus Serval). Possui esse nome pelo fato do serval habitar as savanas. Pelo fato da raça ser resultante do cruzamento de espécies diferentes, a maioria dos Savannah é estéril, o que a torna uma raça muito rara. Possui um porte intermediário ao do gato doméstico e ao do serval, com a cabeça possuindo formato triangular, orelhas esguias e de tamanho grande, e a pelagem formada por manchas iguais a do serval, porém com a cor do pelo variando entre prateado, dourado ou marrom. Sua personalidade é independente, contudo, não apresenta traços da agressividade existente nos animais selvagens.
Diferente das outras raças, os
Scottish Folds apresentam as pontas das orelhas caídas.
- Scottish Fold
O Scottish Fold é um gato originário da
Escócia. Possui um porte robusto, pelos macios e face bem arredondada. Sua característica mais marcante está nas orelhas que, ao contrario dos demais gatos, são pequenas e com pontas dobradas para dentro. É bastante companheiro e tolerante com animais de outras espécies. Possui nível médio de atividade, não sendo nem muito agitado nem muito pacato. Os gatos dessa raça praticamente não miam, exceto quando estão no cio. Sua coloração é cinza-azulada, podendo variar entre tons mais claros e mais escuros, sempre contrastando com áreas de pelagem branca. O pelo azul pode ficar levemente marrom antes da troca, que normalmente ocorre duas vezes por ano.
Gato
Sphynx, a única raça que não possui pelos.
- Siamês
Os gatos siameses receberam esse nome por serem originais do antigo
Sião (atual
Tailândia). Trata-se de um gato de psicologia complexa, frequentemente imprevisível em suas reações. Por isso, precisa viver em espaço amplo, onde possa dar seus passeios noturnos. Costuma miar bastante, sobretudo no período do cio. A característica mais marcante dessa raça está na cabeça, perfeitamente triangular, ornamentada por um par de olhos azuis. Tais gatos nascem quase totalmente brancos, sendo que a pelagem das partes menos aquecidas (orelhas, patas e cauda) escurece à medida que se tornam adultos; a pelagem das partes mais aquecidas, como o umbigo, permanece clara. O tom dos pelos em geral tende a escurecer conforme a idade do animal, devido à circulação sanguínea menos eficiente, e gatos que vivem em ambientes mais frios são geralmente mais escuros que espécimes em ambientes mais quentes. É uma das poucas raças de gato que pode ser realmente adestrada, aceitando inclusive a passear de coleira com seus donos, como fazem os cães, desde que treinados desde pequenos.
- Sphynx
O Sphynx é uma raça originária do
Canadá. Ficou famosa por não possuir pelos, sendo assim muito procurado por pessoas que gostem de gatos, mas possuam alergia a seus pelos. Devido a essa ausência de pelos, esse animal é vulnerável ao frio e ao calor, podendo sofrer
queimaduras solares nas partes mais claras da pele.
- Tonquinês
O Tonquinês é uma raça desenvolvida no início do
século XX, a partir do cruzamento entre gatos siameses e gatos birmaneses. Inicialmente, foi denominado "siamês dourado", mas, após diversas gerações, a raça conseguiu reconhecimento próprio. De caráter afetuoso e sociável, é muito inteligente. Por sua genética mista, no cruzamento entre tonquineses, apenas a metade da prole será de representantes dessa raça.O Tonquinês ainda é pouco difundido na Europa, ao contrário do que ocorre em sua área de origem, a
América do Norte, onde é bastante comum encontrar criadores que comercializem esses animais.
Mitologia e cultura popular
Antiga estátua egipícia fundida em
bronze, pertencente ao acervo do
Museu do Louvre, exibe uma gata amamentando dois filhotes.
Os gatos sempre foram muito referenciados na
cultura popular. Dentre os antigos povos que reverenciavam os gatos, destacam-se as civilizações
egípcia,
birmanesesa,
celta,
latina,
nórdica e
persa. Todas essas culturas tinham em comum a presença de
deuses que apresentavam-se na forma de gatos.
Na
cultura celta, a deusa
Ceridwen possui uma relação com o culto ao gato, por meio de seu filho
Taliesin, o qual, em uma de suas
reencarnações, foi descrito como sendo um gato de cabeça sarapintada.Na
mitologia nórdica, existe a deusa
Freya, a qual possui uma
carruagem puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa: a
fertilidade e a
ferocidade. Esses gatos exibiam as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuosos, ternos e ferozes. Os
templos pagãos da região nórdica eram frequentemente adornados com imagens de gatos. Na
Finlândia, havia a crença de que as
almas dos
mortos eram levadas ao
além por meio de um
trenó puxado por gatos.
[103] A cultura
islâmica relata várias associações entre os gatos e o profeta
Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava.
Na Ásia, os gatos foram venerados pelos primeiros
budistas, devido a sua capacidade elevada de auto-domínio e ao fato do animal apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da meditação. Na
China, estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Tal povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus tinham duas caudas.
Os
hebraicos acreditavam que o gato teria sido criado por
Deus dentro da
Arca, quando
Noé, preocupado com a proliferação dos ratos que se procriaram excessivamente na embarcação, implorou à Deus para que Ele providenciasse uma solução. Deus então fez com que o leão da Arca espirrasse, e do espirro desse felino, surgiram os gatos domésticos.
Durante a
Idade Média, os gatos foram vítimas de inúmeras
crueldades, pois algumas pessoas acreditavam que esses animais eram
possuídos pelo diabo. No
século XV, o papa
Inocêncio VIII chegou a incluir os
gatos pretos na lista de
seres hereges perseguidos pela
Inquisição. Assim, esses gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, assim, queimados nas
fogueiras juntamente com as pessoas acusadas de
bruxaria.
De acordo com um
mito existente em diversas culturas, os gatos possuem sete ou nove
vidas. Esta lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida.Outro fator também responsável por essa crença é que, ao cairem de grandes altitudes, os gatos quase sempre atingem o solo apoiados sobre as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de equilíbrio, permitindo-lhes girar rapidamente usando a cauda como contrapeso.Quando abandonados em áreas remotas, distantes da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. Isso faz com que eles sejam frequentemente vistos como animais resistentes, dotados de várias "vidas". Entretanto, a expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade.
Gato preto
Um gato preto ou negro possui pelagem totalmente de cor escura, muito associado à
crenças e
superstições. Na
Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram
bruxas transformadas em animais. Por isso, a tradição diz que cruzar com um gato preto é sinal de mau agouro. Em outras culturas, os gatos dessa cor são reverenciados, estando associados a presença de boa sorte. Os animais de cor
preta frequentemente estão presentes em histórias de
suspense e
terror. Um
conto muito popular tratando desse animal é
O Gato Preto, de
Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração. Histórias desse tipo acabam levando algumas pessoas a desenvolverem um
medo patológico de gatos, que é denominado
ailurofobia.
Os gatos e a sociedade humana
Muito utilizados como animais de estimação, os gatos podem ter efeitos benéficos, a medida em que atuam como animais de companhia, auxiliando no tratamento da depressão em seres humanos.Estudos científicos indicam que existe uma redução de 30% no risco de ocorrências de
infartos nas pessoas que têm gatos como animais de estimação. O provável motivo é que o convívio com esses pequenos felinos minimizam o nível de
estresse, um dos principais responsáveis pelo surgimento de problemas
cardiovasculares.
A presença constante desses animais na sociedade humana faz com que frequentemente sejam criados personagens baseados neles.
- CatDog: uma criatura metade gato, metade cão; era o personagem de um desenho animado que dava nome à animação de Peter Hannan. A série teve duração de quatro anos (1998 – 2001).
- Bafo-de-Onça: João Bafo-de-Onça é conhecido como ladrão de bancos e inimigo de Mickey Mouse. Sua primeira aparição foi em 1925.
- Comichão: personagem do desenho animado que diverte os Simpsons.
- Frajola: personagem da Looney Tunes, rival do canário Piu-piu.
- Hello Kitty: figura de uma gata branca japonesa com traços humanos. Virou logomarca em 1976. É distribuída mundialmente.
- Garfield: criação de Jim Davis, é um dos personagens mais famosos de tirinhas de jornal.
- Gato de Botas: datado de 1697, é um conto de fadas do francês Charles Perrault
- Gato Felix: é um personagem de desenho animado da época dos filmes mudos. Considerado o primeiro personagem de animação em série a conquistar a atenção do grande público.
- Manda-Chuva: série produzida por Hanna-Barbera entre 1961 e 1962, conta a história de um grupo de gatos que vivem em um beco de Nova Iorque, cujo líder dá nome à animação.
- Tom: personagem em constante rivalidade com Jerry, o rato. Suas armações geram sempre grandes confusões para si. Tom e o ratinho dividem a mesma casa.
- Blaze the Cat: Uma gata roxa, princesa de outra dimensão, que fez sua primeira aparição em Sonic Rush. Apareceu também em Sonic Rush Adventure e Sonic the Hedgehog (2006).
Hamster ou
Criceto é uma designação comum a diversos pequenos
mamíferos roedores, da sub-família
Cricetinae, encontrados na
África e
Ásia, dotados de grande bolsa facial e de cauda muito curta.
É também o nome vulgar de um
roedor nativo da
Síria (
Mesocricetus auratus), encontrado no mundo todo como animal de estimação ou como
cobaia.
Características
Possuindo grandes
dentes incisivos que estão em constante crescimento, necessitam estar sempre roendo para evitar que cresçam demais.
O
tempo de
vida médio dos hamsters é de dois
anos sem acasalamento,contudo alguns podem viver até três ou quatro anos, dependendo da
espécie.
Existem diferentes espécies de hamsters espalhados por todo o
mundo e muito deles habitam regiões semi-
desertas onde vivem em
tocas.
Estas tocas são formadas por vários
túneis e
câmaras que são utilizadas para armazenar
comida ou dormir. Os hamsters são animais noturnos, que dormem durante o
dia quente e ficam acordados à
noite quando está mais frio. Eles
vêem muito mal , mas têm o
olfato apurado e uma excelente
audição.
Muitas espécies de hamsters têm as bochechas dilatáveis, isto é, bochechas que aumentam de tamanho, onde eles podem carregar comida e forragem para ser guardada em sua toca.
A palavra
hamster tem sua origem na palavra alemã "hamstern" que significa "acumular" ou "armazenar", uma referência às suas bochechas.
Poucas espécies de hamster são criadas como animais de estimação, mas atualmente o hamster é um dos mais populares animais de estimação em diversos países por ser docil e carinhoso.
As principais espécies que são criadas como animais domésticos são o
Anão Russo e o
Sírio. A primeira espécie apresenta o
corpo peludo que traz alergia, e a pelagem de listras
pretas e
brancas. O Sírio tem corpo alongado e a pelagem de cores variadas, branco, preto ou
amarelo (marrom claro).
Uma característica muito interessante do hamster é o fato de eles morrerem de pernas para o ar ao contrario dos outros roedores, que morrem deitados.
De acordo com as pesquisas cientificas, um hamster é capaz de imitar tudo o que vê até que seja na televisão, qualquer outro animal da sua espécie, tornando-se assim um animal muito inteligente.
Espécies
Pode-se dividir as espécies do Hamster em selvagens e domesticáveis, de acordo com a possibilidade ou não da criação em cativeiro. Segundo este critério, tem-se:
Selvagens
Domesticáveis
Curiosidades
- Apesar de não manifestar afeto, e ser caracteristicamente de comportamento individualista mesmo com os da própria espécie, o hamster pode ser condicionado a aprender alguns truques, utilizando-se para isto da técnica de oferecer recompensas.
- São animais independentes, pois não precisam de cuidados como banhos, nem vacinas (não transmitem doenças, desde que estejam em um ambiente sem doenças), e tendo uma gaiola confortável com comida de qualidade e água limpa viverá sem nenhum problema.
Classificação
- Família Cricetidae
- Subfamília Cricetinae G. Fischer, 1817
Coelho:
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Os
coelhos são
mamíferos lagomorfos da
família dos
leporídeos, em geral dos
gêneros Oryctolagus e
Sylvilagus. Caracterizam-se pela
cauda curta e as
orelhas e
patas compridas. Esses pequenos mamíferos encontram-se facilmente em muitas regiões do planeta. O termo é utilizado para referir as espécies de oito géneros, incluindo o
coelho-de-amami (
Pentalagus), os
coelhos-americanos (
Sylvilagus) e o
coelho-pigmeu (
Brachylagus). Alguns autores incluem o género
Caprolagus no grupo dos coelhos (
coelho-asiático), mas a maioria classifica-o como pertencente às
lebres. A espécie mais comum é a
Oryctolagus cuniculus, ou coelho-europeu.
Episódio clássico de perturbação
ecológica foi a introdução do
coelho-europeu na
Austrália. Levado para aquele país no
século XIX, esse mamífero ali se multiplicou em níveis insuspeitáveis ao se ver livre dos
predadores naturais e logo se converteu em praga para a
lavoura. Todos os esforços para controlar a situação foram inúteis, até que se inoculou nos animais a
mixomatose infecciosa, doença
endêmica entre os coelhos
brasileiros mas que para o
europeu foi fatal em 99% dos casos.
Os coelhos possuem
orelhas e
pernas compridas - embora menores do que as das
lebres verdadeiras - têm a cauda curta e não sobressai como corredor. Os dois gêneros de coelhos mais representativos são o
Oryctolagus, a que pertence o coelho europeu comum, e o
Sylvilagus, com muitas espécies
norte-americanas e o
tapiti ou coelho-do-mato brasileiro. A maior parte de suas espécies costuma abrir galerias subterrâneas, onde diversas gerações se sucedem nos
ninhos. Seu
corpo também é sempre menor que o das
lebres.
Segundo a
classificação científica, os coelhos pertencem, ao reino
Animalia, ao filo
Chordata, ao subfilo
Vertebrata, à classe
Mammalia, à ordem
Lagomorpha, à família
Leporidae.
Visão geral
O coelho é um
animal peludo de longas
orelhas e
rabo curto e fofo. Os coelhos não andam ou correm como maioria dos outros animais de quatro
pernas. Um coelho move-se aos
saltos das
pernas traseiras, que são mais longas e fortes que as
pernas dianteiras. O animal também utiliza as
pernas dianteiras quando se move. O coelho usa as
pernas dianteiras como usamos as
mãos para saltar de quatro. Quando perseguido por um inimigo, o coelho pode alcançar a
velocidade de 100 km/h. Muitas
crianças têm coelhos como animais de estimação.
Lojas de animais têm coelhos domesticados, prontos para serem criados como
animais de estimação.
Os coelhos vivem na
África,
Europa e outras partes do
mundo. Fazem suas
tocas nos
campos, onde podem esconder os
filhotes sob arbustos ou entre os capins altos. A
fêmea geralmente tem
quatro ou
cinco filhotes por vez, e pode dar à
luz três a quatro vezes por
ano.
[2]
Por milhares de
anos, os
homens caçaram coelhos pela
carne e por sua
pele. Hoje, a maioria dos coelhos usados como
alimento e para aproveitamento de
pele são criados pelo
homem, mas os
caçadores continuam a matar coelhos selvagens. Muitos
povos apreciam a
carne de coelho, que é vendida fresca ou congelada. As
peles são usadas para fazer
casacos ou como enfeite para
casacos de
fazenda ou
chapéus. As
peles podem ser cortadas e tingidas para se parecerem com as as de
bisão,
castor ou algumas outras
peles mais valiosas. Uma fazenda chamada "feltro" pode ser fabricada com os
pelos de coelho compactados com outras espécies de
pelos. O
pelo longo dos coelhos angorás é torcido em fios macios e
quentes usados em suéteres e outros agasalhos.
Coelhos e
lebres são muito semelhantes e muitas vezes confundidos. Algumas vezes são designados incorretamente. Em sua maioria, os coelhos são menores que as
lebres e têm
orelhas mais curtas. Os
animais podem ser reconhecidos por ocasião do
nascimento. Um coelho recém-nascido é cego, não tem
pelos e quase não pode mover-se. Uma
lebre recém-nascida enxerga, tem uma
pelagem bonita e pode saltar algumas horas depois de nascida. Além disso, os
ossos do
crânio do coelho têm tamanho e forma diferentes dos do crânio da
lebre.
Coelhos e
lebres pertencem à mesma ordem,
Lagomorfa. O nome dessa ordem vem de duas palavras
gregas que significam "forma de
lebre". Para estudar onde a ordem se coloca no
reino animal, veja
Classificação científica.
Etimologia
As línguas pré-
romanas que existiam na Península Ibérica originaram o termo
latino cuniculu que, por sua vez, deu origem ao termo "coelho".
Origens e Evolução
Não há dúvidas ou controvérsias de que todos os coelhos domésticos descendem do coelho selvagem europeu (
Lepus cuniculus). Basta fazermos uma comparação e veremos que não há diferenças apreciáveis entre eles, tanto nas suas formas,
fisiologia ou
hereditariedade, exceto quanto ao carater calmo do doméstico e o arisco do selvagem. É fato conhecido que, se soltarmos
coelhos domésticos nos
campos, eles logo se tornarão selvagens, enquanto que, se prendermos alguns
filhotes de coelhos selvagens, eles ficarão mansos e fáceis de domesticar, mas conservando uma grande tendência ao retorno à
vida selvagem. Nenhum outro animal, com exceção, talvez, do
cachorro, sofreu, durante seu processo de domesticação, tantas transformações como os coelhos.
Do
coelho selvagem europeu, foi obtido um grande número de raças de diversas cores e pesos, chegando os coelhos Gigantes de Flandres a atingirem mais de 9
quilos, o que representa 5 vezes mais do que o peso do
coelho selvagem. Além disso, sofreu profundas modificações na cor do manto, na
cor dos
olhos e no comprimento do pelo e das orelhas. Já
2 600 anos antes da era cristã, segundo
Charles Darwin,
Confúcio, o grande sábio
chinês, se referia à existência do coelho na
China.
A maioria dos autores considera o coelho como originário da
península Ibérica, da
Espanha, embora outros jurguem o seu berço a
África e ainda outros, o
sul da Europa. Os que consideram a África o berço do coelho, acham que daí é que ele passou para a
Europa. Existem, espalhados nas
regiões montanhosas da
Arábia,
Síria e
Palestina, um
animal muito parecido com o coelho e conhecido por "sphan", o que provavelmente levou os
Fenícios a denominarem "sphania", que significa costa dos coelhos, a região em que desembarcaram, hoje Espanha, pois aí encontraram grandes quantidades desses animais que eles confundiram com aquele roedor do
Oriente. Também de "Cuniculosa" foi chamada a
Hispânia, por
Estrabão, o grande
geógrafo grego, o qual menciona que os coelhos ali se multiplicavam tão rapidamente que se tornaram um perigo para os seus habitantes.
Plínio afirma que os coelhos, partindo de
Tarragona, se espalharam pelas
ilhas do
mar Mediterrâneo e que, na ilha
Minorca, se reproduziram tanto que os seus moradores tiveram que pedir ao
Imperador Romano Augusto que enviasse seus legionários para combaterem o perigo que representavam esses pequenos animais. Das
ilhas Baleares, segundo Ayala, os coelhos se disseminaram pelos países mediterrâneos e, daí, pela
Europa Central e do
Norte.
Na
Inglaterra, segundo Brehn, o coelho foi introduzido no ano de
1309 por entusiastas da caça. Os antigos egípcios,
gregos,
hindus e
chineses já criavam coelhos, segundo revelam documentos dos
séculos XVIII e
XIX. Na
China, simbolizando a
fecundidade, em 1 600
templos, eram sacrificados mais de 30 000 coelhos, na
primavera, para pedir aos deuses que a
terra fosse fecunda como esses animais e no
outono, em agradecimento pelo que a terra havia produzido.
Atualmente, os coelhos se encontram espalhados por todos os
continentes. A grande capacidade que tem de se reproduzirem, isto é, a sua prolificidade, reconhecida desde a
antiguidade, é a sua principal característica, sendo mesmo a qualidade que os torna um dos animais domésticos cuja criação poderá atingir um desenvolvimento incaculável, produzindo em pouco tempo, grandes quantidades de
alimentos, abrigos e bons lucros aos criadores. Os coelhos, como já o mencionamos, têm sua origem na
Europa.
Levados para a
Austrália, não encontrando aí inimigos naturais e sim boas condições de
clima e alimentação variada e abundante, multiplicaram-se tanto e tão rapidamente que se tornaram uma terrível praga, um problema de
calamidade pública até agora insolúvel, pois causam grandes prejuízos àquele país, devastando suas
pastagens e
plantações. Hoje em dia, é, calculado em 500 milhões o número de coelhos existentes nesse país.
A tal ponto chegou a situação que, para o país não ser todo invadido pela
praga dos coelhos, foi construída uma cerca de tela de arame de 2 metros de altura e com 2 240 km de extensão, dividindo o país em duas partes, uma das quais dominada por esses pequenos animais. Todos os métodos de combate e extermínio contra essa qualidade dos coelhos já foram tentados mas sem resultados satisfatórios. Devido a sua prolificidade, se tornou uma praga na Austrália. O mesmo já está começando a ocorrer no
sul da
Argentina e do
Chile.
Características
Anatomia interna de um coelho.
Os coelhos
selvagens têm
pelagem grossa e macia,
acastanhada ou
acinzentada. A
pelagem do coelho domesticado pode ser
preta,
castanha,
cinza,
branca. ou apresentar combinações dessas
cores. Um coelho selvagem
adulto atinge de 20 a 35 cm de
comprimento e pesa de um a 2,5 kg. Os coelhos de criação podem ser bem maiores e pesar mais de 2,5 kg. As
fêmeas geralmente são maiores que os
machos. a maioria dos coelhos vivem mais de quatro
ano em estado selvagem, porque tem uma velocidade imensa contra os
inimigos. Muitos coelhos criados como
animais de estimação vivem até dez
anos.
Os
olhos do coelho ficam nos lados da
cabeça. Em conseqüência, o
animal pode ver
objetos situados atrás dele ou dos lados melhor do que se estiverem à sua frente. Os coelhos podem mover as longas
orelhas de uma vez ou separadamente, para captar
sons, ainda que fracos, vindos de qualquer direção. Os coelhos também dependem de seu
olfato aguçado para alertá-los do perigo. O coelho parece movimentar o
nariz ininterruptamente.
Os coelhos eram antigamente classificados como
roedores. Como os
castores,
camundongos e outros
roedores, têm os
dentes bem adaptados para roer. Mas, ao contrário dos
roedores, têm um par de pequenos
dentes atrás dos
dentes superiores dianteiros.
A
cauda do coelho tem cerca de 5 cm de
comprimento e é coberta de
pêlo macio e
fofo que a faz parecer redonda. A pelagem da parte inferior da
cauda da maioria das
espécies de coelho tem cor mais clara do que a da parte superior. Os
coelhos-de-rabo-de-algodão da
América do Norte são assim chamados pela
cor branca ou
cinza-clara da
pelagem da parte inferior da
cauda.
Diferenças das lebres
Como se viu pela
classificação zoológica, coelhos e
lebres são animais bastante semelhantes entre si. Essa semelhança não restinge apenas à escala classificatória, mas se estende também ao aspecto
fenotípico, ou de aparência e conformação anterior. A semelhança entre o coelho e lebre é tão grande que mesmo os especialistas podem confundi-los, tomando um pelo outro, fato que se verifica com a chamada
lebre-belga, que se trata de um coelho, ou com o chamado
coelho-americano (
jack-rabbit), na realidade uma lebre. Todavia, apesar da grande semelhança entre essas
espécies, é possível distinguir uma da outra através das características próprias de cada uma,
[7] como se pode ver na tabela abaixo.
Coelhos | Lebres |
Vivem nos campos | Vivem nos campos e bosques |
Vivem em colônias | Vivem aos casais |
Fazem galerias subterrâneas | Vivem em campo aberto |
Em caso de perigo, entram nas galerias | Em caso de perigo, fogem em alta velocidade |
São mais velozes que as lebres, mas se cansam logo | Mantêm a mesma velocidade durante a corrida, parecendo não se cansarem |
Em caso de perigo, dão um tapa no chão com a pata traseira, para avisar seus companheiros | Não batem no solo |
Dão crias em um ninho subterrâneo | Dão crias em ninho preparado sobre a superfície do solo |
Peso do macho adulto — 2 a 3 quilos e só em raças aperfeiçoadas, vai a 6, 7 ou mais quilos | No campo, atinge 5 a 6 quilos |
Comprimento do corpo — 40 a 45 cm | 60 a 70 cm |
Comprimento da cabeça — 8 cm | 12 cm |
Comprimento da cauda — 6 cm | 9 a 10 cm |
Comprimento das orelhas — 8 cm | 12 a 14 cm |
Orelha mais curta do que a cabeça | Orelha mais comprida do que a cabeça |
Corpo curto e maciço | Corpo alongado |
Coloração selvagem, com predominância de pelos cinzas | Cor selvagem, com predominância de pelos avermelhados |
Subpelo azulado | Subpelo branco |
Ponta das orelhas orladas de preto | Ponta das orelhas com grandes estrias pretas |
Pelos acamados e suaves ao tato | Pelos um pouco levantados e um pouco ásperos |
Cerdas com 2 a 3 cm de comprimento e o velo mais curto do que a lebre | Cerdas de 6 a 7 cm e o velo mais comprido que o dos coelhos |
Carne branca | Carne vermelha |
Osso zigomático comprido e largo | Osso zigomático curto e estreito |
Osso interparietal bem distinto dos parietais | Osso interparietal bem unido aos parietais |
Úmero mais comprido que o rádio | Úmero mais curto que o rádio |
Cúbito forte, mais grosso que o rádio | Cúbito mais comprido e fraco que o rádio |
Falanges dos dedos terminais soldados em "canaletas" | falanges sem "canaletas" |
Íris morena escura | íris amarela escura |
3 a 6 placas de Peyer no intestino delgado | 8 a 10 placas de Peyer no intestino delgado |
Gestação — 30 a 31 dias | Gestação de 40 dias |
Láparos nascem pelados e com os olhos fechados | Filhotes nascem com pelos e olhos abertos |
O número de láparos varia de 1 a 18 | Em geral dá 1 a 4 e raramente maior número de filhotes |
Os láparos ficam no ninho | Os filhotes nascem no ninho |
Os láparos dependem da mãe no mínimo durante 1 mês | Os láparos dependem da mãe por menos tempo |
Distribuição geográfica e habitat
Coelho europeu
Originário da
Península Ibérica no extremo sudoeste da Europa, o
coelho-europeu (
Oryctolagus cuniculus) espalhou-se por todo o
continente e, nos últimos
séculos, por todo o
mundo. Como não dispunha de defesa contra seus
predadores (
lobos,
raposas,
aves de rapina e o próprio
homem), confiou sempre em sua
audição privilegiada e no
olfato, assim como nos hábitos noturnos e nos abrigos
subterrâneos. Segundo muitos estudiosos, seu
ouvido distingue
sons inaudíveis para o
homem.
Extremamente prolífica, a
fêmea do
coelho-europeu pode parir desde a
idade de
seis meses. O período de
gestação dura pouco menos de seis
semanas e em cada uma das quatro e seis
ninhadas anuais nascem de quatro a oito
filhotes, cegos e sem
pelagem. Doze horas depois de nascidos os filhos, a fêmea já se acha pronta para o novo acasalamento, mas em 60% das gestações os embriões são reabsorvidos pela
mãe, especialmente quando há excessiva aglomeração ou quando são precárias as condições de
alimentação ou do ambiente em geral.
Sua
carne é saborosa, e a
pele, apreciada, mas muitos consideram difícil saber se esses aspectos compensam os prejuízos frequentemente causados pela espécie à
agricultura. Do
coelho-europeu selvagem provêm todos os tipos de coelho doméstico, criado para corte em muitos
países, e a chamada "lebre belga".
Coelhos das Américas
O
gênero Sylvilagus abrange os
tapitis do
Brasil e várias espécies da
América do Norte, mais precisamente nos
Estados Unidos, onde recebem os nomes de
cotton tail rabbits (coelhos de
cauda de
algodão) e
marsh rabbits (coelhos dos
mangues). São estes certamente os integrantes mais comuns da
família dos
leporídeos na
América do Norte, menores do que as lebres verdadeiras e com membros posteriores,
cauda e
orelhas mais curtos. Também diferem daquelas nos hábitos, preferindo esquivar-se até o esconderijo mais próximo a confiar na corrida. Pela aparência e pelo
comportamento, assemelham-se bastante ao
coelho-europeu, embora não cavem galerias.
Tapiti (
Sylvilagus brasiliensis).
O tapiti é o
Sylvilagus minensis, também conhecido por candimba ou, impropriamente, por
lebre. Atinge cerca de 35 cm de comprimento e tem a
pele amarelo parda, levemente chamalotada com pêlos negros. Vive nos
campos sujos, nas roças abandonadas e às margens das
matas, onde porém não costuma entrar. Passa o dia em
touceiras, de onde sai à
noite à procura de
vegetais tenros. Não escava galerias. Pode invadir plantações sem causar danos apreciáveis, uma vez que não é muito prolífico.
Outros representantes da
família dos
leporídeos são espécies
americanas como o
Brachylagus idahoensis (pigmeu do Idaho), com pouco mais de trinta centímetros, e o raro pigmeu mexicano (
Romerolagus nelsoni), um pouco maior. A ausência de cauda torna essa última espécie mais parecida com os componentes da família dos octonídeos, os lágomis e assemelhados.
Comportamento
O coelho é um animal de comportamento dócil, manso e carinhoso. Ele conquistou a afetividade das
crianças e dos
adultos, em especial das
mães. O
homem é o maior inimigo dos coelhos. Durante um
ano, os
caçadores matam milhões de coelhos por
esporte.
Agricultores também matam coelhos para proteger as
colheitas. Outros inimigos dos coelhos são os
coiotes,
raposas,
bisões e
fuinhas.
Gaviões,
corujas e algumas outras
aves caçam coelhos para servir-lhes de
alimento. Muitos
caninos e
felinos também caçam coelhos. Os coelhos geralmente tentam fugir do
inimigo. Se um coelho está em
campo aberto, pode ficar quieto e esperar até que o inimigo vá embora. Se o inimigo chega demasiado perto, o coelho corre rapidamente para salvar-se. Um coelho assustado pode dar saltos de 3m ou mais, e decorrer a 100 km/h. O coelho tenta confundir o inimigo correndo em
ziguezague. Às vezes dá algumas voltas seguindo sua própria
trilha, para, a seguir, saltar em outra direção. Enfim, pode meter-se numa
toca ou num monte de
galhos para esconder-se.
Hábitos alimentares e/ou Dieta
A maior parte dos coelhos come e mostra-se ativa do
anoitecer ao
amanhecer, e passa o dia
descansando e
dormindo. O coelho come muitas espécies de
plantas. Na
primavera e no
verão, seu alimento são
folhas verdes incluindo
trevos,
capins e outras
ervas. No
inverno, come
galhinhos,
cascas e
frutos de
arbustos e
árvores. Os coelhos às vezes causam prejuízo à
lavoura porque mordiscam os
brotos tenros de
feijão,
alface,
ervilha e outras
plantas. Também danificam
árvores frutíferas porque roem sua
casca. É ressaltar que os coelhos têm a
cenoura como a base de sua alimentação. Não devem, em hipótese alguma, comer
alface, pois esse vegetal pode causar
diarreia.
Doenças
Os coelhos podem contrair
tularemia,
doença transmissível ao
homem que lida com coelhos doentes (veja
tularemia). Outra
doença, a
mixomatose, antigamente só ocorria naturalmente em algumas espécies da
família do coelho, existentes na
América do Sul. Mas o
homem a introduziu na
Austrália com o propósito de reduzir o número de coelhos selvagens europeus naquele
país, onde, pela procriação rápida, causavam prejuízos às
plantações.
[editar] Reprodução
Filhotes de coelho doméstico engatinham 1 hora após o nascimento.
A
gestação da coelha dura cerca de 30
dias. Geralmente nascem
quatro a
cinco láparos (
filhotes de coelho) por vez, mas esse
número varia de
dois a
nove. Os
filhotes não
enxergam nem
ouvem, e não têm
pêlo. A
mãe os mantém no
ninho que cava no
solo. Ela pode não ficar no
ninho, mas permanece sempre perto. Forra o
ninho e cobre os
filhotes com
capim e com
pêlos, que arranca do próprio
peito com os
dentes. A cobertura esconde os coelhos recém-nascidos e ajuda a mantê-los aquecidos. Quando os láparos têm cerca de
dez dias, já podem ver e
ouvir, e possuem
pêlos macios.
Cerca de duas
semanas, depois do
nascimento, quando já têm uns 10 cm de
comprimento, os
filhotes crias deixam o
ninho e escondem-se entre
folhas e
ervas altas. Geralmente cavam suas primeiras
tocas próximo ao
ninho. A coelha raramente cuida dos
filhotes por mais de algumas semanas depois do
nascimento. Algumas
fêmeas do
coelho-de-rabo-de-algodão começam a formar suas próprias
famílias com menos de seis
meses de
idade.
Classificação
Durante muito tempo, o coelho foi classificado como pertencente à ordem dos
roedores, pelo fato de possuir o hábito de roer. Entretanto, por todas as características dessa espécie, ele é hoje enquadrado na ordem dos
lagomorfos. Eis a sua
classificação taxonômica:
A ordem dos lagomorfos exibe algumas exibe algumas características que a diferenciam da referentes aos roedores, entre as quais são as seguintes:
- os animais da ordem dos lagomorfos possuem os membros anteriores bem menores que os roedores, fato que não se verifica entre os pertencentes à ordem dos roedores;
- os lagomorfos têm orelhas grandes, ao contrário dos roedores que as possuem pequenas;[
- a principal distinção, no entanto, está em que os lagomorfos são dotados de quatro dentes na arcada dentária superior, contra apenas dois na ordem dos roedores.
Os dois dentes a mais dos lagomorfos são pequenos e se localizam atrás dos dois dentes principais ou funcionais. Por isso, para se notar esses dois pequenos dentes excedentes dos lagomorfos é necessário observar a arcada dentária lateralmente, e não frontalmente.
Aspectos culturais
O coelho é um animal presente na cultura popular como símbolo de fertilidade associado à Páscoa. Entre as outras manifestações culturais do animal:
Coelhos famosos
Os coelhos na televisão
Curiosidades
- Os coelhos não são roedores, são lagomorfos.
- Os coelhos roem de tudo para gastarem seus dentes, que não param de crescer. Os dentes da frente dos coelhos são como os dos roedores, que crescem durante toda a vida, e um dos dentes é escuro. Para que eles fiquem do tamanho certo, os coelhos roem tudo, principalmente madeira.
- Quando tratado, um coelho pode viver até 10 anos.
- O tempo de gestação de uma coelha é de apenas 1 mês, tendo de 4 a 6 filhotes e amamentando entre 20 e 30 dias. O coelho é um símbolo muito comum na Páscoa, por sua fertilidade (para judeus e cristãos, tem a ver com a esperança de um nova vida).
- O coelho doméstico é da mesma espécie do coelho selvagem Europeu, que depois de ser domesticado foi espalhado por todo o mundo. Na Austrália, em especial, esta "universalidade" dos coelhos e sua alta capacidade de reprodução transformaram-no uma praga.
- Um coelho tem um raio de visão extremamente amplo. Podendo ver o ambiente que o rodeia atrás de si, sem mexer o pescoço.
- Os principais predadores do coelho são a raposa e a onça, mas há muitos outros animais que predam o coelho.
- Decorrente de seu ciclamento, os coelhos tem normalmente 2 cios por mês; onde depois de um período de 11(onze) dias apta a reprodução, sem fecundação há dois dias de esterilidade, sendo este o único intervalo entre seus períodos reprodutivos.
- Na série de jogos eletrônicos Sonic the Hedgehog, a personagem Cream é uma coelha.
Porquinho-da-índia:
O
porquinho-da-índia ou
preá-da-índia ("
Cavia porcellus") é um
roedor sul-americano da família dos cavídeos, existindo atualmente apenas como animal doméstico.
História
Apesar do seu nome comum, o porquinho-da-Índia não é
suíno, nem tampouco
indiano. O nome deve-se ao fato de originalmente provirem das chamadas "
Índias Ocidentais", onde alguns povos ameríndios, no período da colonização, os criavam para deles se alimentarem.
Os
europeus tomaram contato com o animal desde o
século XVI, ao atingirem os domínios do
Império Inca. O animal era denominado pelos indígenas como "Cuí", por causa dos gritos curtos que emite, tendo-o adotado como mascote.
Ao chegarem à
Espanha, os porquinhos-da-índia tornaram-se moda, vindo a espalhar-se por toda a Europa como animais de estimação.
Com relação ao seu nome em
língua inglesa, "guinea pig", existem duas teorias:
- a de que as embarcações inglesas por fazerem escala na costa da Guiné, deram às pessoas a ideia de que os animais eram originários daquela região (e não da costa pacífica sul-americana); e
- ao preço cobrado pelos marinheiros ingleses pelos animais, um guinéu, moeda de ouro utilizada à época.
Desde o século XIX estes roedores vem sendo utilizados em estudos experimentais de laboratório, por isso são também conhecidos pelo nome de cobaias, termo que, por vezes, também é utilizado para designar os hamsters.
Características
Os porquinhos-da-Índia vivem de quatro a oito anos e podem reproduzir-se ao longo de todo o ano, gerando dois a cinco filhotes por ninhada. Para o primeiro acasalamento, recomenda-se que o macho tenha de três a quatro meses e as fêmeas de três a sete meses (jamais depois de sete meses). O período de gestação é de 59 a 72 dias, sendo a média de 62 dias. O tamanho dos filhotes, ao nascer, é de 7,62 cm. A idade ideal para o desmame é de 3 semanas.
Quando adultos, os machos medem cerca de 25 cm e pesam de 900 a 1200 gramas, enquanto as fêmeas costumam ser menores e mais leves, tendo em média 20 cm e pesando de 700 a 900 gramas.
São vivazes e dóceis, raramente mordendo, a menos que se sintam ameaçados. Adaptam-se bem ao cativeiro e são alimentados com ração de coelho peletizada, feno ou capim, legumes (exceto alface, que pode causar-lhe diarréia) e frutas frescas. Recomenda-se a introdução do brócolis e da couve-flor na sua alimentação, por causa da quantidade de vitamina C que oferecem. Alimentos novos para o animal devem ser-lhe apresentados aos poucos, uma de cada vez, observando-se a reação.os porquinhos da india custam R$52,00 mas os comuns R$39,00 os comuns são apenas de uma cor os mistos tem mutação.
Alojamento
Muito rústico, este animal adapta-se facilmente a qualquer ambiente, exigindo apenas um local bem seco e que receba luz do sol direta durante uma boa parte do dia. Não requer quaisquer instalações especiais ou técnicas difíceis de manutenção. Basta um espaço onde possa organizar a sua rotina diária composta de passeios e brincadeiras além da higiene própria. Alguns criadores recomendam, para um casal, um espaço de cerca de 3200 cm² sem teto e com uma vedação baixa. Para melhorar o conforto disponibilize uma casinha para que se possam resguardar do frio. Tenha sempre em atenção a exposição perigosa a eventuais predadores como gatos, cães e ratos.
Raças
Os porquinhos-da-índia apresentam uma grande variedade de cores e padrões, a saber:
- Abissínio
- Pêlo curto
- Coroado
- US-Teddy e Rex
- CH-Teddy
- Peruano e Angorá
- Shelties e Coronet
- Texel e Merino
- Alpaca e Mohair
- Frisado
Chinchila:
Chinchila é o nome genérico dos mamíferos roedores da família Chinchillidae, nativa dos Andes da América do Sul. A pelagem da chinchila é cerca de 30 vezes mais suave que o cabelo humano e muito densa, com 20,000 pêlos por centímetro quadrado. Esta densidade capilar impede, por exemplo, que estes animais sejam infestados por pulgas que não conseguem sobreviver na sua pelagem. Por isto, o seu pêlo não pode ser molhado. Elas próprias tomam banho, de areia.
Sâo animais muito activos e precisam fazer exercício regularmente. Como também gostam de explorar, observar e ouvir sons, deve ser solta, em casa ou num sítio fechado.
Também são muito sociáveis e por isso não devem ter uma vida solitária.
As chinchilas foram descobertas no século XVI e desde logo caçadas por causa da pele. No início do século XX eram já bastante raras e em 1923 o biólogo Mathias Chapman trouxe os últimos 11 exemplares para os EUA. A descendência destes casais salvou a chinchila da extinção e desde os anos 60 que é um animal de estimação relativamente popular.
História
As chinchilas são roedores oriundos da Cordilheira dos Andes, no Chile. O seu nome significa literalmente "Chincha Pequena". Chincha é o nome dos nativos dos Andes que utilizavam o pêlo deste animal para fabricar roupas, na altura em que os conquistadores espanhóis chegaram a esta região Séculos atrás, podia encontrar-se chinchilas em partes da Argentina, Bolívia, Chile e Perú. Hoje, as chinchilas selvagens são raras, e o seu território está restringido às montanhas da cordilheira dos Andes, no Chile.
O primeiro registro escrito deste animal surge no século XVI, quando um padre espanhol descreve as chinchilas no seu livro sobre os animais da cordilheira dos Andes.
O ambiente desértico em que habitam é bastante rigoroso. As planícies dos Andes são quentes de dia e muito frias de noite.
As chinchilas vivem entre 3 mil a 5 mil metros de altura e abrigam-se em túneis que escavam ou em buracos de rochas espalhados pelas montanhas. Alimentam-se de plantas, sementes e mais raramente de pequenos insetos.
Assim que as Chinchilas se tornaram conhecidas no mundo Ocidental, a cáptura por causa do seu pêlo intensificou-se. No século XVIII e XIX, a procura atingiu picos alarmantes que levaram à extinção de uma espécie, Chinchilla Real, e à escassez das outras duas restantes, Chinchilla Lanigera e Chinchilla Brevicaudata. A reprodução de Chinchilas em cativeiro foi problemática.
Os primeiros animais capturados para criação eram bastante nervosos e necessitavam de um ambiente bastante tranqüilo para poderem viver. Só em 1895 se conseguiu uma produção com sucesso que foi arrasada no ano seguinte por uma epidemia. Em 1918, Mathias Chapman, um engenheiro de minas norte-americano, entrou em contacto pela primeira vez com chinchilas. Gostou do animal e lançou-se na difícil tarefa de tentar criá-las em cativeiro. Mas primeiro tinha de as capturar no seu ambiente natural.
Devido à escassez de exemplares, o governo chileno mostrou-se reticente quando à captura, mas acabou por ceder devido à forte pressão de Chapman. Este engenheiro de minas demorou três anos a capturar onze chinchilas, das quais apenas três eram fêmeas, e teve de subir a mais de 3500 metros para o fazer.
Na volta, preferiu demorar um ano a descer a montanha para que as Chinchilas pudessem aclimatizar-se. Este foi o início das Chinchilas em cativeiro. A produção deste animal para o comércio de peles só se iniciou por volta de 1920. Hoje em dia, o comércio de pele de chinchila não depende dos exemplares selvagens. Existem quintas de criação onde os animais são criados especificamente com esse fim.
No entanto, para fabricar um casaco de peles de chinchila, é necessário ceifar cerca de 40 a 50 vidas de chinchilas.
Mas só por volta de 1960 é que as chinchilas começaram a ganhar popularidade como animais de estimação. As chinchilas são animais protegidos, considerados vulneráveis no estado selvagem...
Alimentação
Chinchilas nascidas e criadas em cativeiro
As chinchilas têm um sistema digestivo bastante sensível devendo a sua alimentação ser bastante equilibrada e devem comer uma ração própria para chinchilas. Não se deve dar ração de coelho ou para hamster - elas não podem comer muita sementes de girassol, por ser muito rica em gordura. Fora a ração própria, deve-se dar alfafa em cubo e em rama (alternando os dias) ou feno da montanha e suplemento alimentar. Dentre os petiscos é recomendado dar apenas maça desidratada,banana desidratada e uvas passa. Não devem ser sobrealimentadas, pois isso pode acarretar problemas intestinais e excesso de peso. As guloseimas devem ser o mais racionadas possivel,para que o animal não se torne guloso e rejeite a comida normal... As sementes de girassol devem ser cruas, com casca e não serem salgadas.
Um bom truque é usar as guloseimas para o treino da chinchila, em vez de lhe dar sempre que ela pede. Assim, por exemplo, para a ensinar a ir para dentro da gaiola depois de andar a correr à solta, dê-lhe uma passa quando a coloca lá dentro ao mesmo tempo que diz "casa", por exemplo. Assim, ela passará a associar o comportamento (desejado) a uma guloseima e com o tempo habituar-se-à a fazê-lo, sempre que for repetir o comando.
Higiene
As chinchilas são roedores muito asseados, comparativamente a coelhos e hamsters. Não criam carrapatos nem pulgas como outros animais domésticos, devido ao seu pelo ser tão denso que não permite a sobrevivência destes parasitas cutâneos. Às chinchilas não se dá banho com água. A sua pelagem é muito sensível e existe uma areia especial, bastante fina, para elas tomarem banho. No seu habitat natural elas esfregam-se no pó da montanha. Em cativeiro, precisam que o seu dono recrie essa oportunidade de tirar a gordura e sujidade do pêlo.
Na gaiola, é aconselhável colocar serradura no fundo e ir retirando a que estiver suja com urina. Os absorventes à base de milho são mais absorventes, neutralizam mais o odor e não precisam ser trocados com tanta frequência. No entanto, não é tão económico. Existem aparas de madeira com aroma a maçã e a limão.
Doenças
As chinchilas são animais bastante resistentes as doenças, no entanto, convém serem examinadas periodicamente. A maior parte das doenças provém da falta de higiene. Também podem surgir feridas devido ao alojamento em gaiolas com fundo de grelha ou rede, pois as patas podem ficar presas nos buracos e o animal ferir-se na tentativa de se libertar.
O tempo médio de vida da Chinchila vai de 10 a 20 anos, sendo que há registro de chinchilas que já chegaram a 22 anos.
A maioria dos problemas de saúde das chinchilas estão relacionados com o não desgaste correto dos dentes, muito provavelmente pela mudança na dieta, uma vez que na natureza estes animais comem muitos vegetais e o atrito provoca o desgaste necessário nos dentes. Estes crescem entre 4 a 6cm por ano, e continuamente durante toda a vida do animal. As chinchilas bebês já nascem com dentes, que curiosamente nesta espécie não têm raízes, porém a uma grande porção do dente, chamada de coroa de reserva no interior dos maxilares que dão grande sustentação a estes dentes.
Assim, convém dar à chinchila uma dieta com o máximo de folhas (as indicadas são as verduras com folhas verdes escuras), pois, se sua dentição chegar ao ponto de sobrecrescimento, ele não só dificilmente fechará a boca, como não conseguirá comer e terá uma morte lenta e dolorosa. Nestes casos, o veterinário deve proceder ao desgaste dos dentes do seu animal de estimação, para que a dentição volte a sua função normal. O procedimento deve ser realizado o mais rápido possível, para que a debilitação não cause danos maiores a saúde do animal. Consulte um veterinário especialista na espécie ao mínimo sinal de inapetência, salivação, passar a patinha na boca e emagrecimento.
Como reconhecer um animal saudável
Uma chinchila saudável deve ter como caracteríesticas:
- Olhos limpos e brilhantes; olhar vivo, alerta e sem "choro"
- Pêlo brilhante, sedoso e suave
- Corpo robusto e compacto
- Peso normal para o seu tamanho
O comportamento de uma chinchila saudável é caracterizado por:
- Estado de alerta (vivacidade)
- Bom apetite
- Bebe água
- Usa vocalizações para se exprimir e é sociável
- Brincalhona, curiosa e muito interessada no que a rodeia
- Urina e fezes normais(diarreia, obstipação ou "cocôs encadeados" são sinais de problemas intestinais)
Gerbilo:
O
gerbilo ou
rato-do-deserto é um pequeno
mamífero da ordem
Rodentia (Roedores), sub-família
Gerbillinae. A subfamília dos gerbilos inclui aproximadamente 110 espécies de roedores
africanos,
indianos e
asiáticos. A maioria desses são animais noturnos, e quase todos são onívoros.
Uma das espécies,
Meriones unguiculatus, também conhecido como
esquilo da Mongólia, se tornou um popular animal de estimação. Os gerbilos têm a pelagem variando de marrom claro à marrom avermelhado, e seu ventre é sempre mais claro que o resto do corpo, podendo ser branco ou creme. Os gerbilos têm como alimentação sementes, raízes e frutos. Os gerbils não emitem sons constantemente, apenas quando há sinal de perigo ou durante o contato sexual. Nessas ocasiões eles batem uma das patas traseiras no chão. O pêlo dos gerbilos é oleoso, devido a uma glândula em sua barriga que libera no pêlo uma substância gordurosa.
Classificação
- Subfamília Gerbillinae Gray, 1825
- Tribo Ammodillini Pavlinov, 1981
- Tribo Taterillini Chaline, Mein & Petter, 1977
- Subtribo Gerbillurina Pavlinov, 1982
- Subtribo Taterillina Chaline, Mein & Petter, 1977
- Tribo Gerbillini Gray, 1825
- Subtribo Desmodilliscina Pavlinov, 1982
- Subtribo Gerbillina Gray, 1825
- Subtribo Pachyuromyina Pavlinov, 1982
- Subtribo Rhombomyina Heptner, 1933
Cuidados
Gerbils precisam de forração para absorver a urina e para cavar. Eles não fazem tanto xixi, então a forração não precisa ter cheiros. As melhores opções são álamo, Carefresh1 e forração de sabugo de milho moído (corn cob). Em média, um aquário de 50 litros com dois gerbils precisa ser limpo a cada duas ou três semanas. Se a água do bebedouro derramar, ou o cheiro for muito forte, obviamente você deverá limpá-lo antes. Quando limpo com freqüência, um viveiro não tem cheiro. Encha-o com 1/3 de forração. Eles adoram amontoar a serragem e enterrar sua comida nela. Se você está reproduzindo, cinco centímetros de forração são suficientes.
- Álamo, corn cob ou Carefresh são os recomendados pelos criadores mais experientes.
- Não use serragem de pinho ou cedro, PRINCIPALMENTE se estiver reproduzindo gerbils.
- Papel picado também irá funcionar, no entanto a gaiola começará a cheirar bem mais rápido do que com serragens recomendadas.
- Não use papel com coisas impressas.
- Encha o aquário com 1/5 de forração se não estiverem reproduzindo. Se estiverem, cinco centímetros serão suficientes.
Esquilo:
Os esquilos pertencem a uma grande família de mamíferos roedores de pequeno e médio porte conhecida como Sciuridae. No Brasil, são também conhecidos como serelepe, caxinguelê, caxinxe, quatimirim, quatipuru[, agutipuru ou acutipuru. Os esquilos estão espalhados por quase todo o mundo, a maioria nas zonas de climas temperado ou tropical, mas também em algumas zonas de clima frio. Como todos os roedores, possui presas fortíssimas, com que roem sementes com facilidade, principalmente bolotas.
Etimologia
"Esquilo" é uma palavra com origem no termo grego skioúros. "Caxinguelê" é oriundo do termo quimbundo kaxinjiang'elê, que significa "rato de palmeira". "Quatimirim" origina-se do termo tupi kwa'ti mi'rim, que significa "quati pequeno". "Acutipuru", "agutipuru" e "quatipuru" vêm do termo tupi acutipu'ru, que significa "cutia enfeitada".
Comportamento
As sementes são as principais fontes de alimentação, mas também consomem insetos e frutas. Quando coletam alimento, enterram algumas sementes que encontram, sendo que algumas chegam a germinar, como pinhões e coquinhos, acabando por plantar árvores como araucária e jerivá.
Constroem ninhos com folhas e galhos, para abrigarem as suas crias da chuva e do vento, em ramos muito altos, em árvores como a cajarana. Durante a gestação, os pais preparam o ninho para receber os filhotes, que variam de 3 a 10 por ninhada. Quando adulto, as maiores espécies da família chegam a medir de 53 a 73 centímetros de comprimento (com a cauda).
Classificação
Sciuridae é uma família de mamíferos roedores que inclui cerca de 279 espécies classificadas em 51 gêneros.
- Família Sciuridae G. Fischer, 1817
- Subfamília Ratufinae Moore, 1959
- Gênero Ratufa Gray, 1867 (4 espécies)
- Subfamília Sciurillinae Moore, 1959
- Subfamília Sciurinae G. Fischer, 1817
- Tribo Sciurini G. Fischer, 1817
- Tribo Pteromyini Brandt, 1855
- Gênero Aeretes G. M. Allen, 1940 (1 espécie)
- Gênero Aeromys Robinson e Kloss, 1915 (2 espécies)
- Gênero Belomys Thomas, 1908 (1 espécie)
- Gênero Biswamoyopterus Saha, 1981 (1 espécie)
- Gênero Eoglaucomys Howell, 1915 (1 espécie)
- Gênero Eupetaurus Thomas, 1888 (1 espécie)
- Gênero Glaucomys Thomas, 1908 (2 espécies)
- Gênero Hylopetes Thomas, 1908 (9 espécies)
- Gênero Iomys Thomas, 1908 (2 espécies)
- Gênero Petaurillus Thomas, 1908 (3 espécies)
- Gênero Petaurista Link, 1795 (8 espécies)
- Gênero Petinomys Thomas, 1908 (9 espécies)
- Gênero Pteromys G. Cuvier, 1800 (2 espécies)
- Gênero Pteromyscus Thomas, 1908 (1 espécie)
- Gênero Trogopterus Heude, 1898 (1 espécie)
- Subfamília Callosciurinae Pocock, 1923
- Tribo Callosciurini
- Gênero Callosciurus Gray, 1867 (15 espécies)
- Gênero Dremomys Heude, 1898 (6 espécies)
- Gênero Exilisciurus Moore, 1958 (3 espécies)
- Gênero Glyphotes Thomas, 1898 (1 espécie)
- Gênero Hyosciurus Archbold e Tate, 1935 (2 espécies)
- Gênero Lariscus Thomas e Wroughton, 1909 (4 espécies)
- Gênero Menetes Thomas, 1908 (1 espécie)
- Gênero Nannosciurus Trouessart, 1880 (1 espécie)
- Gênero Prosciurillus Ellerman, 1947 (5 espécies)
- Gênero Rhinosciurus Blyth, 1856 (1 espécie)
- Gênero Rubrisciurus Ellerman, 1954 (1 espécie)
- Gênero Sundasciurus Moore, 1958 (16 espécies)
- Gênero Tamiops J. A. Allen, 1906 (4 espécies)
- Tribo Funambulini Pocock, 1923
- Subfamília Xerinae Osborn, 1910
Características
Sua gestação varia de 30 a 32 dias e sua ninhada possui de três a cinco crias. Seu tamanho varia muito, desde os pequenos esquilos Myosciurus pumilio, que têm de sete a dez centímetros de comprimento às grandes marmotas da espécie Marmota marmota, que têm de 53 a 73 centímetros de comprimento.
Tipos
Arborícolas
Os esquilos arborícolas correspondem à imagem que idealizamos do que seja um esquilo. São animais de hábito diurno, com os sentidos bem apurados e com uma anatomia bastante adaptada à vida nas copas das árvores, onde se sentem mais seguros de predadores terrestres. Embora os esquilos arborícolas passem noventa por cento da sua vida nas alturas, por vezes podem ser encontrados no solo da floresta procurando por alimento que tenham armazenado anteriormente, mas sempre alertas ao mínimo ruído ou movimento, pois essa prevenção lhes é, muitas vezes, vital. Como espécies arborícolas, podem ser citados: o esquilo-vermelho-euroasiático (Sciurus vulgaris), o esquilo-cinzento-americano (Sciurus carolinensis), o esquilo-peruano (Sciurus igniventris), o esquilo-tricolor (Callosciurus prevostii), entre muitas outras, sendo a maior família de esquilos.
Voadores
Os esquilos voadores são também esquilos arborícolas, no entanto são uma família com bastantes particularidades. Esta família de esquilos é de hábitos noturnos, tendo para tal olhos grandes e bem desenvolvidos. Os esquilos voadores têm também uma anatomia muito característica, tendo uma membrana de pele que percorre o seu corpo unindo as patas dianteiras às traseiras, o que lhes possibilita fazer voos planados de uma árvore para outra, diferentemente do que algumas pessoas pensam que eles realmente voam, mas eles direcionam o voo com o auxilio da cauda achatada que funciona como leme. Também ao contrário dos esquilos arborícolas, os esquilos voadores muito raramente descem ao solo, pois a sua membrana não lhes permite uma boa deslocação e rapidez deixando-os bastante vulneráveis aos predadores. Espécies voadoras são o esquilo-voador-euroasiático (Pteromys), esquilo-voador-do-sul (Glaucomys volans), esquilo-voador-de-norte (Glaucomys sabrinus), esquilo-voador-gigante-vermelho (Petaurista petaurista), etc.
Terrestres
Os esquilos terrestres são diurnos e fazem túneis debaixo do solo onde constroem os seus ninhos, estando para isso fisicamente adaptados. São animais com patas desenvolvidas para escavar, orelhas pequenas que permitem maior liberdade de movimento nos túneis e, como não necessitam se equilibrar, a cauda é mais curta. A grande maioria das espécies de esquilos terrestres vive em colônias e cada membro do grupo tem um papel a desempenhar, o que faz desse tipo de esquilo o mais inteligente de todos os tipos de esquilo. Como espécies terrestres, podem ser citados: o cão-da-pradaria (Cynomys), o esquilo-terrestre-de-richardson (Spermophilus richardsonii), o esquilo-siberiano (Tamias sibiricus), a Marmota (Marmota) etc.
Rato-doméstico:
O camundongo (português brasileiro) ou rato-doméstico (português europeu) ou ainda murganho (Mus musculus) é uma espécie de pequeno roedor da família dos murídeos, encontrado originalmente na Europa e Ásia, e atualmente distribuído por todo o mundo, geralmente associado a habitações humanas. Tem cerca de 8 cm de comprimento, pelagem macia, branca ou cinza-acastanhada, mais clara nas partes inferiores, orelhas grandes e arredondadas e cauda nua e longa.
No Brasil é também chamado de calunga, calungo, catita, catito. Existem também as formas camondongo, mondongo, topolino e murganho. Em Portugal, onde é frequente a subespécie M. musculus brevirostris, é conhecido como rato-caseiro ou rato-doméstico. No nordeste brasileiro é também conhecido como catita.
Uma grande quantidade de informações sobre a anatomia, fisiologia, comportamento e doenças estão disponíveis devido à sua popularidade como animais de laboratório. Durante o século XIX o camundongo se transformou em um instrumento de laboratório e no século XX se tornou num importante modelo experimental para os estudos da genética, sendo o animal mais utilizado como cobaia em laboratórios de biologia como um modelo aproximado do organismo humano,[2] além de ter uma gestação curta que contribui para as mudanças genéticas. Esta popularidade se dá por conta de em muitos aspectos assemelharem-se ao humano, sendo fundamental o imunológico, o que o faz a melhor escolha para cobaia de laboratório.
O camundongo se caracteriza por ser uma espécie cosmopolita adaptada a uma grande variedade de condições ambientais. É um animal de hábitos noturnos que se acomoda em qualquer local de tamanho apropriado às suas necessidades. O olfato é altamente desenvolvido sendo utilizado não somente para detectar alimento e predadores mas também para determinar vários sinais de comportamento. A visão é pobre: não distingue cores, uma vez que sua retina apresenta poucos cones.
O comportamento social depende da densidade populacional sendo que esses animais podem viver bem adaptados tanto solitariamente quanto em grandes colônias com padrões de hierarquia muito bem estabelecidos.
Reprodução
Camundongo (Mus musculus)
O camundongo torna-se apto à reprodução aos 60 dias de idade sendo que os efeitos hormonais iniciais já estão presentes em ambos os sexos ao redor dos 30 dias de idade, evidenciando-se através da abertura da vagina nas fêmeas e pela descida e aumento dos testículos nos machos.
O ciclo estral completo dura cerca de 4-5 dias, ou seja, a cada 5 dias ocorre ovulação. Quando agrupadas, porém, as fêmeas podem permanecer em anestro continuamente ate que sejam expostas a um macho. A partir desse momento o estro retorna no prazo de até 72 horas. A presença de líquido seminal na vagina indica a ocorrência da cópula. Esse líquido é bem aparente, mas desaparece em 24 horas.
O período de gestação é de 19-21 dias exceto para fêmeas que estejam amamentando, quando a gestação pode se prolongar por 6 a 16 dias.
Ao nascer, os camundongos pesam em torno de 1,5 g e seu sistema imunológico não é competente. Carecem totalmente de pelos, exceto bigodes. Com uma semana de vida já apresentam pelos curtos e bastante finos. Os olhos se abrem aos 9-10 dias e os dentes aparecem nessa mesma época. A alimentação sólida se inicia logo após o desmame, entre 19 e 21 dias de idade.
Comportamento
Camundongos têm medo de ratazanas, porque muitas vezes eles são mortos e comidos por estas. Isso se chama de muricídeo.Apesar disso, eles ainda convivem nas florestas da Nova Zelândia e da América do Norte.
Nos laboratórios, diferentemente das ratazanas, os camundongos brigam mais, e por isso não podem ser mantidos em grupos do mesmo sexo.
Nos laboratórios, diferentemente das ratazanas, os camundongos brigam mais, e por isso não podem ser mantidos em grupos do mesmo sexo.
Zoonoses
Principais zoonoses transmitidas pelo camundongo são: coriomeningite linfocítica, micoplasmose, pateurelose, raiva, salmonelose e a leptospirose.
O camundongo na cultura popular
O Mus musculus foi imortalizado por Walt Disney em seu personagem Mickey Mouse (também conhecido como Rato Mickey) criado em 18 de Novembro de 1928.
O
furão é um
mamífero carnívoro da
família dos
Mustelídeos. Existem diversas espécies de mustelídeos, sendo a mais conhecida o furão-doméstico (
Mustela putorius furo), utilizado como
animal de estimação em vários países do mundo. O termo é geralmente utilizado como referência ao furão-doméstico, descendente da "doninha-europeia" ou da "doninha-das-estepes", mas também a duas espécies de mustelídeos americanos que ocorrem do México à Argentina, conhecidas como
furão-grande (
Galictis vittata) e
furão-pequeno (
Galictis cuja).
Ao contrário do que algumas
crenças populares indicam, os furões não são
roedores e pertencem à família dos Mustelídeos, na qual se incluem os
texugos e as
lontras.
História
Desenho representando um furão.
Não se sabe ao certo quando os furões foram domesticados, embora pesquisas
arqueológicas tenham encontrado vestígios de furões por volta de
1500 a.C.. É no entanto incerto afirmar que os antigos
egípcios criavam furões, embora seja mais provável afirmar que os
europeus, por alturas das suas primeiras incursões ao
Egito, tenham observado a ampla domesticação de
gatos, iniciando assim, na Europa, a adoção de pequenos carnívoros como forma de protecção contra os
roedores que constantemente destruíam as provisões de
cereais.
É no entanto provável que o furão tenha surgido do
toirão (
Mustela putorius), como também é possível que tenha vindo da doninha-das-estepes (
Mustela eversmanni), ou, por outro lado, algum tipo de cruzamento
híbrido entre as duas espécies. No entanto, estas três espécies apresentam similaridades e diferenças únicas.
Caça com furão
Durante muito tempo, a principal utilização humana dada ao furão encontrava-se na caça, uma vez que, dotado de corpo magro e alongado e uma enorme curiosidade natural, o furão está adaptado para entrar em buracos e espantar quer
roedores, quer
coelhos para fora de suas
tocas.
Continua ainda a ser usado para a caça em alguns países, tais como o
Reino Unido e a
Austrália, onde os coelhos são considerados
pragas e a combinação de uma pequena
rede com um ou dois furões continua sendo uma técnica muito utilizada, apesar dos avanços tecnológicos actuais. Contudo, esta prática é considerada
ilegal em muitos países, devido principalmente à incerteza sobre a possibilidade de existirem desequilíbrios
ecológicos com a sua disseminação.
Relatos históricos indicam que
César Augusto teria enviado furões (chamados de "
viverrae" por
Plínio) para as
Ilhas Baleares como forma de controle da praga de coelhos no ano
6.
Já no
século XVII, os furões teriam sido levados pela primeira vez ao
Novo Mundo, tendo sido usados extensivamente desde
1860 até o início da
Segunda Guerra Mundial como forma de proteção das
provisões de cereais no
oeste dos
Estados Unidos da América.
Ns Estados Unidos, sua
popularidade como
animal de estimação começou, provavelmente, a partir de
1975, graças à Dra. Wendy Winstead, uma
veterinária e antiga
cantora de
música folk que se dedicou ao
comércio de furões, maioritariamente para pessoas famosas, tendo participado em diversas apresentações na
televisão com os seus próprios animais.
Animal de estimação
Furões na Áustria (1944).
Dotados de
energia,
curiosidade e potencial para o
caos durante toda a vida, vigiam constantemente o ambiente que os rodeia, sendo tão chegados às pessoas quanto os
gatos (desde que, a exemplo destes, o dono saiba criar e cativar os bichinhos), entregando-se activamente às
brincadeiras com seus donos.
Nos
Estados Unidos e em
França é considerado o
terceiro animal de estimação, posicionado depois do
cachorro (primeiro) e do
gato (segundo) sendo incluído na categoria
NAC (novos animais de companhia).
Actualmente, o furão é considerado por alguns como um animal
perigoso para as
crianças, mas a proporcionalidade de problemas relatados é menor do que as ocorrências problemáticas com cães ou gatos.
A expectativa de vida pode ser muito variável, mas é habitual centrar a esperança média de vida entre os três e os seis anos, embora em raros casos possam chegar até aos treze anos.
Perigos identificados
Devido ao facto de serem animais ágeis e curiosos, em ambientes domésticos têm bastante facilidade em passar por
buracos nas
paredes,
armários ou por detrás de
eletrodomésticos onde se podem ferir ou até mesmo morrer devido a
choques elétricos,
ventiladores ou outros
objetos perigosos.
É comum ver o furão a mastigar objectos macios, geralmente constituídos por
borracha,
poliestireno (
isopor no Brasil ou esferovite em Portugal) ou
esponjas, que se tornam autênticos perigos em caso de ingestão, podendo bloquear o intestino ou até mesmo a morte. As
portas de
tela são especialmente frágeis às unhas do furão, sendo que, as
condutas de
ventilação são por diversas vezes utilizadas como
rotas de
escapatória.
Ao contrário dos cães e dos gatos, a maioria dos furões quando se encontram perdidos, têm pouco sentido de
orientação para retornar ao
lar, ficando a
vaguear sem rumo, caso não sejam rapidamente encontrados, acabando eventualmente por
morrer num espaço de poucos dias.
Actualmente, em ambiente doméstico, uma das principais causas de
acidentes fatais com os furões acabam por ser fruto da curiosidade natural do animal, que, ao entrar dentro de
sofás rebatíveis ou
cadeiras reclináveis, morrem esmagados quando os sofás ou as cadeiras são fechadas.
É por isso importante, por parte dos criadores domésticos, tomar providências com o fim de preparar a casa antes de tomar a decisão de ter um furão como animal de estimação. Diversos criadores aconselham a preparar a casa como uma tarefa contínua envolvendo a revisão cuidadosamente de todas as divisões, remoção de todos os objectos potencialmente perigosos e restrição de acesso a qualquer buraco ou eventual rota de fuga.
Os furões podem abrir armários ou portas que não estão bem fechados, sendo que muitos criadores tomam medidas no sentido de adquirir fechaduras usadas com o fim de proteger crianças, colocando os objectos considerados perigosos em locais altos e fora do alcance do animal.
Atividade
Os furões gastam a maior parte do seu tempo (entre 14 a 18 horas por dia) dormindo, embora, sejam muito ativos ao despertar, explorando persistentemente a área circundante. São
crepusculares, ou seja, mais ativos por altura do
amanhecer e do
pôr-do-sol.
Embora pareçam, não são animais de gaiola.Devem ser criados soltos, como cães e gatos,ou terem um cômodo da casa reservado a estes. Tal como o gato, o furão pode usar uma caixa para suas funções de
excreção com um pouco de treinamento.
São considerados ótimos parceiros de atividades em
jardins e gostam especialmente de "ajudar" seus donos nessa tarefa, embora não devam ser permitidos andar sem vigilância, uma vez que não sentem
medo de nada, a ponto de entrarem em situações eventualmente perigosas. Ao serem levados para fora, necessitam sempre de vigilância, de preferência sendo presos por coleiras especialmente preparadas para furões.
Socialização
Furão a brincar, puxando um pente.
Os furões são extremamente
sociais entre si, entregando-se às brincadeiras e actividades com outros furões com bastante facilidade.
São considerados monogâmicos, sendo que, é comum observar que, após a morte de um dos elementos do
casal, o animal sobrevivente freqüentemente morre passados alguns dias, provavelmente por motivos de
solidão ou
depressão. Por esta razão, os principais criadores recomendam a colocação de três animais juntos como forma de evitar a morte por solidão, sendo que, no entanto, a criação de animais solitários é possível desde quando acompanhada de perto com bastante atenção e disponibilização de tempo para jogos e brincadeiras.
Os furões são por vezes observados em actividades lúdicas com gatos e pequenos cachorros, mas é recomendado bastante cuidado sempre que possam estar em companhia de animais desconhecidos, particularmente cães da raça
terrier ou outras raças desenvolvidas ou treinadas com habilidades para a caça de animais do tamanho do furão.
Dificilmente os furões conseguirão socializar com coelhos ou ratos, uma vez que estes fazem parte da sua cadeia alimentar natural.
Convivência com crianças
Os furões podem ser maravilhosos animais de estimação para as
crianças. Contudo, é recomendado vigiar com atenção as crianças mais pequenas. Com o passar dos anos as crianças devem ser ensinadas a cuidar do furão e segurá-los, como com qualquer outro animal doméstico.
Muitas vezes as crianças tratam furões como brinquedos e tentam abraçá-los com força, o que pode sufocar o animal, provocando uma tentativa de fuga em pânico, possivelmente gerando
arranhões ou mesmo
mordidelas em situações extremas. É recomendado observar de perto a convivência entre os animais e as crianças muito pequenas para a proteção de ambos.
Atividades lúdicas
Furões em actividades lúdicas.
Devido ao fato dos furões serem animais sociáveis, na sua maioria, são brincalhões e gostam de interagir com as pessoas, sendo que, os
jogos preferidos são, geralmente,
pega-pega (no Brasil ou
apanhada em Portugal), ou, similarmente, jogos de
caça e
caçadorcom os humanos, onde o furão desempenha por vezes o papel da caça e outras o do caçador.
A maioria dos
brinquedos usados com gatos jovens são interessantes também para o furão, no entanto, os brinquedos de borracha ou
isopor (esferovite) que possam ser despedaçados através de mordidas não devem ser usados pelo furão, de modo a evitar a possibilidade de serem engolidos. Os furões são conhecidos pelo sua preferência em brincar de cabo-de-guerra com brinquedos e animais de
pelúcia.
Em situações de particular agitação, o furão executa a
dança de guerra da doninha, que consiste numa série de saltos laterais de forma frenética, geralmente acompanhado com ligeiros
sons semelhantes a
tosse ou
guinchados.
Tal como os gatos jovens, os furões não costumam
morder seus donos, mas os criadores indicam que é frequente observar ligeiras mordiscas (
mordidelas) nos dedos, indicando por outro lado que apenas os animais sujeitos a maus tratos ou em situação de dor ou perigo poderão morder um ser humano. Ainda a exemplo dos gatos, os furões estão dotados de mandíbulas fortes e dentes em forma de agulha, sendo que, quando realmente mordem, facilmente furam a pele humana.
Dieta
O furão é um animal
carnívoro, mas também come frutos secos, cereais e nozes.
Existe no
mercado uma grande variedade de
comidas para furões
comercializadas em
lojas de animais de estimação um pouco por todas as cidades do mundo. Comidas de gatos ou gatinhos podem ser usadas, uma vez que contêm altas quantidades de
proteínas e
gorduras essenciais para o
metabolismo do animal. De preferência, a comida do furão deve conter entre 32% a 38% de proteínas e entre 15% a 20% de gorduras.
De uma forma geral, os furões gostam de comidas
doces ou
frutos secos, tais como
uva passa, pasta de
amendoim ou pedaços de
cereais. Tais comidas devem ser evitadas ou a incapacidade do animal em digerir estes alimentos podem provocar
doenças, tais como
insulinoma e outras.
Alguns criadores disponibilizam rações à base de carnes de
galinha, sub-produtos animais e ossos, ou roedores, tais como
camundongos e
ratos, o que pode ser comum na
Europa, sendo também cada vez mais popular nos
Estados Unidos à medida que aumenta o conhecimento dos malefícios das comidas processadas com sua alta quantidade de
açúcares e
carboidratos.
Cuidados veterinários
Os criadores recomendam uma visita ao veterinário pelo menos uma vez por ano, sendo que os furões costumam esconder com sucesso os sintomas de doenças. É recomendado observar qualquer comportamento fora do comum, a fim de efetuar uma consulta imediata ao veterinário.
Manutenção física
A maioria dos furões muda de pêlo duas vezes por ano, uma na
primavera e outra no
outono, sendo que, durante estes períodos, é recomendável a
escovação regular e a administração de produtos
laxantes de forma a criar uma protecção contra a ingestão de
pelos em demasia.
Os
banhos frequentes não são recomendados, e a maioria dos
veterinários indica que não devem ser dados mais do que um banho por mês, sendo que, muitos criadores nunca o fazem, à excepção de quando possa ocorrer algo que justifique a lavagem. É dado adquirido que, os banhos frequentes podem de fato aumentar o cheiro natural do animal, já que sua pele repõe a oleosidade natural perdida na lavagem.Um furão pode tomar banhos anuais.
O corte frequente das unhas e a manutenção de uma boa limpeza nas orelhas é outra das principais recomendações para o bem estar do animal.
Classificação de espécies por cores
O furão sable, a variação de cor mais comum.
Os furões costumam mudar ligeiramente de
cor conforme as
estações do ano, sendo que ganham uma tonalidade mais clara no
inverno do que no
verão. Em muitos animais, é possível observar também a mudança de cor para tons mais claros à medida que envelhecem.
Nos
Estados Unidos, as diferentes
associações de criadores de furões reconhecem diferentes cores para a classificação das espécies, o que apenas é considerado importante em casos de
competições ou
exibições.
Vacinação
O
vírus da
cinomose é mortal para os furões, pelo que os criadores recomendam a sua
vacinação. Em alguns países em que é permitida a criação doméstica, a vacinação contra a
raiva é exigida embora a incidência desta doença no furão seja extremamente baixa.
Actualmente não existe qualquer registro de que um furão tenha transmitido raiva aos seres humanos.
Albino
- Pelagem principal: branco a creme
- Sub-pêlo: branco a creme
- Olhos: vermelhos
- Focinho: rosado
Sable
- Pelagem principal: marrom intenso
- Sub-pêlo: branco a creme
- Olhos: castanhos ou castanhos escuros
- Focinho: castanho claro
- Máscara: completa e bem definida
-
- Corpo castanho claro e membros (patas) escuras formando um contraste definido. A máscara deve estar presente.
-
- Caracteriza-se pela presença de uma faixa branca na cabeça, desde a fronte, passando entre as orelhas e descendo até à nuca ou ombros.
-
- Possui pêlos brancos entremeados ao pêlo princila (que é castanho), dando um aspecto de mesclado. Geralmente os joelhos são brancos e pode possuir um babador (pescoço) branco.
-
- A cabeça é completamente branca, incluíndo o pescoço. Os pés, pernas e abdômen também são brancos.
-
- Apresenta as patas brancas. Pode haver um babador branco (mancha sob o queixo, no pescoço).
Silver
- Pelagem principal: cinza escuro um pouco enegrecido
- Sub-pêlo: branco ou creme
- Olhos: castanhos escuros ou próximo do negro
- Focinho: castanho enegrecido
-
- Possui uma mancha branca no pescoço (babador), abaixo do queixo. As patas devem ser brancas.
Branco com olhos negros
- Pelagem principal: branco a creme
- Sub-pêlo: branco a creme
- Olhos: negros ou cor de vinho
- Focinho: rosado
Branco Stripe
- Todo branco, com uma faixa negra no dorso, olhos negros ou cor de vinho.
Champagne
- Pelagem principal: castanho claro quase dourado
- Sub-pêlo: branco a creme
- Olhos: cor de vinho
- Focinho: rosado
Chocolate
- Pelagem principal: marrom cor de achocolatado, mas na ponta da cabeça (focinho), a pelagem é totalmente branca.
- Sub-pêlo: branco
- Olhos: castanhos ou cor de vinho
- Focinho: rosado
- Máscara: ausente ou pouco definida
Legislação
No Brasil
A legislação brasileira não proíbe a criação de furões de espécies exóticas. Já a captura, caça, ou criação de cativeiro de espécies silvestres são proibidas. Porém, tendo em vista que em muitas regiões do Brasil os [(predador)]es naturais dos furões estão extintos, pode facilmente ser considerado como praga em caso de proliferação descontrolada. O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) exige que os furões sejam castrados, munidos de um microchip ao entrarem no país, bem como, da assinatura de um documento legal por parte dos criadores, contendo uma declaração de responsabilidade pelo animal, obrigando-o a informar ao IBAMA qualquer decisão de doação ou venda do mesmo.
Em Portugal
Ao abrigo do D/L 211/2009 de 3 de Setembro, pela Portaria 7/2010, os furões passaram a ser permitidos como animais de companhia, desde que registados no ICNB.
O
cavalo (do
latim caballu) é um
mamífero hipomorfo, da
ordem dos
ungulados, uma das três
subespécies modernas da
espécie Equus ferus. A denominação para as fêmeas é
égua, para os machos não castrados,
garanhão e para os filhotes,
potro. Esse grande ungulado é membro da mesma
família dos
asnos e das
zebras, a dos
equídeos. Todos os sete membros da família dos equídeos são do mesmo gênero,
Equus, e podem relacionar-se e produzir híbridos, não férteis, como as
mulas. Pertencem a ordem dos
perissodáctilos, sendo por isso parentes dos
rinocerontes e dos
tapires, ou antas.
Esses animais dependem da
velocidade para escapar a
predadores. São animais sociais, que vivem em grupos liderados por
matriarcas. Os cavalos usam uma elaborada linguagem corporal para comunicar uns com os outros, a qual os
humanos podem aprender a compreender para melhorar a comunicação com esses animais. Seu tempo de vida varia de 25 a 40
anos.
O cavalo teve, durante muito tempo, um papel importante no
transporte; fosse como montaria, ou puxando uma carruagem, uma
carroça, uma
diligência, um
bonde, etc.; também nos trabalhos
agrícolas, como animal para a arar, etc. assim como
comida. Até meados do
século XX,
exércitos usavam cavalos de forma intensa em
guerras: soldados ainda chamam o grupo de máquinas que agora tomou o lugar dos cavalos no campo de batalha de "unidades de
cavalaria", algumas vezes mantendo nomes tradicionais (
Cavalo de Lord Strathcona, etc.)
Como curiosidade, a raça mais rápida de cavalo, o famoso
thoroughbred (
puro sangue inglês ou PSI) alcança em média a incrível velocidade de 17 m/s (~60 km/h).
História
Descendente de uma linha evolutiva com cerca de sessenta milhões de anos, numa linhagem que parece ter-se iniciado com o
Hyracohterium - um animal primitivo com cerca de 40 cm de altura. Os antecessores do cavalo, são originários do Norte da
América mas extinguiram-se aí por volta do
Pleistoceno há cerca de cento e vinte mil anos. Os cavalos selvagens originais eram de constituição mais robusta do que as raças de membros esguios que existem na actualidade. Há cinquenta milhões de anos atrás, uma pequena criatura semelhante a uma
lebre, possuindo quatro dedos nas patas dianteiras e três em cada pata traseira, corria através de densas e úmidas vegetações rasteiras, alimentando-se de suculentas plantas e pastagens. Pelo fato de poder fugir e esconder-se de seus destruidores, o pequeno mamífero conseguiu prosperar. Esse animal era o
Eohippus, o antecessor do cavalo moderno.
Poucos animais possuem um registro tão antigo e completo como o cavalo. Através do estudo de sua história, toma-se conhecimento dos efeitos causados pela crescente mudança do meio-ambiente na batalha do animal pela sobrevivência e das adaptações que foram sendo necessárias durante o processo de sua evolução. Com a mudança gradual do clima, a terra se tornou mais seca, e os
pântanos foram cedendo lugar a extensas
planícies gramadas. De
Eohippus, no espaço de vinte milhões de anos aproximadamente, evoluiu
Mesohippus, maior e mais musculoso, possuindo três dedos e patas mais longas. Seus dentes, ligeiramente modificados, eram mais adequados para puxar a grama do que para pastar nos arbustos e musgos dos pântanos.
Outros vinte milhões de anos transcorreram, e apareceu
Merychippus, no qual apenas o dedo do meio, bem maior, tocava o solo quando o animal corria, sendo que os dedos laterais, assaz reduzidos em tamanho, eram usados somente em terreno molhado e pantanoso. Esse cavalo tinha o porte de um cão, com dentes notavelmente diferentes: mais adequados para triturar a mastigar. A cabeça possuía maior flexibilidade em sua base, sendo proporcionalmente mais longa do que a de seus antecessores, e assim o animal pastava com mais facilidade.
Pliohippus, o primeiro cavalo de um dedo só, apareceu na
época pliocênica. Era um animal adaptado para desenvolver maior velocidade em descampados e
pradarias, para evitar a captura. Estava-se, então a um passo do surgimento do
Equus, o cavalo moderno, cuja estrutura de pata é formada pelos ossos do dedo central e cuja unha alargou-se enormemente, formando o casco. Equus, pequeno, mais robusto e fértil, capaz de suportar os mais rudes climas, prosperou e espalhou-se pelo mundo.
Cavalos,
asnos e
zebras pertencem à família equídea e caracterizam-se por um dedo funcional em cada pata, o que os situa entre os monodáctilos. As outras duas falanges formam a quartela e o osso metatársico, os quais são ligados pelo machinho, junta que possui grande flexibilidade, e à qual se deve a facilidade que apresenta o animal para amortecer o choque com o solo após saltar grandes obstáculos.
O machinho é responsável também pela capacidade do animal de desenvolver grande velocidade sobre terrenos ondulados e, ainda, por sua habilidade em esquivar-se agilmente de obstáculos, voltar-se sobre si mesmo e correr em sentido oposto, em verdadeiras manobras de fuga. O nascimento dos dentes acontece de maneira a permitir que os mesmos possam ser usados, sem que apresentem qualquer problema, desde o nascimento do animal até que este complete oito anos, aproximadamente.
Os cavalos, de maneira geral, são muito semelhantes em sua forma física, possuindo corpos bem proporcionados, ancas possantes e musculosas e pescoços longos que sustentam as cabeças de acentuada forma triangular. As orelhas são pontudas e móveis, alertas ante qualquer som, e a audição é aguçada. Os olhos, situados na parte mais alta da cabeça e bem separados um do outro, permitem uma visão quase circular e as narinas farejam imediatamente qualquer sinal de perigo. O pelo forma uma crina ao longo do pescoço, possivelmente para proteção. A maioria dos inimigos do animal, membros da família dos felinos, por exemplo, costuma saltar sobre o dorso do cavalo e mordê-lo no pescoço.
Cavalos selvagens foram difundidos na
Ásia e
Europa em épocas pré-históricas, mas as vastas manadas foram se esgotando através das
caçadas e capturas para
domesticação. O
Tarpan (cavalo selvagem da
Tartária) sobreviveu até
1850 na
Ucrânia,
Polônia e
Hungria, países de onde se originou. Acredita-se que seja o antecessor do
cavalo Árabe e de outros puros-sangues. Pequeno, tímido e veloz, o Tarpan possuía uma pelagem longa e de tonalidade cinzento-pálida, com uma faixa negra sobre o dorso. A crina era ereta e a cauda coberta por pelos longos e ásperos. Evoluiu durante a
época glacial, quando os cavalos que viviam em florestas foram forçados a se deslocar para o sul, onde, então, cruzaram-se com os animais locais, que viviam em planícies. Desde
1932, esforços têm sido desenvolvidos no sentido de recriar o Tarpan, e vários parques
zoológicos já possuem grupos de Tarpans. Os pequenos cavalos representados nas pinturas de
cavernas em
Lascaux,
França, são, quase certamente, Tarpans.
O
Przewalski teve seu nome derivado do explorador
russo que descobriu uma imensa tropa dessa raça em
1881. Também conhecido como cavalo-selvagem-da-mongólia, foi quase completamente extinto no fim do século, e os sobreviventes são cuidadosamente conservados cativos e em estado selvagem. O cavalo-de-przewalski é um animal baixo e compacto, de coloração clara como a areia, possuindo uma listra negra sobre o dorso e uma crina negra e ereta. A cauda é negra e coberta por pelos. Possui também protuberâncias, conhecidas como calosidades, na face interna das pernas. Sendo um animal fértil e de rápido amadurecimento, não deveria ser difícil manter um núcleo saudável de reprodutores para que fossem novamente supridas as áreas nas quais viviam originalmente.
Por volta do ano 2000 a.C., o homem começou a usar o cavalo para propósitos outros além daquele da alimentação, e, devido à sua intervenção no esquema natural das coisas, o processo evolutivo foi acelerado por seleção artificial, dando origem assim à grande diversidade de raças, tamanhos, formas e pelagens, que pode ser apreciada nos tempos atuais.
Introdução no Brasil
Em três momentos o cavalo foi introduzido inicialmente no
Brasil: a primeira leva veio em
1534, na
Vila de São Vicente; a segunda, em
Pernambuco, em 1535; a terceira, na
Bahia, trazidos por
Tomé de Sousa.
Cavalos Europeus
Conclusões de equipa internacional de peritos, diz que espécies da
Península Ibérica contribuíram
geneticamente para os modernos cavalos europeus. Os cavalos na Europa tiveram o seu primórdio na
Ásia e também na Península Ibérica. Segundo um estudo, estes, concentravam-se na Península Ibérica devido a esta ter uma floresta menos densa do que a restante
Europa, à milhares de anos atràs. Este estudo foi conduzido por Cristina Luís (dos Museus da Politécnica da Universidades de Lisboa) e Maria do Mar Oom (do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), entre outros. O trabalho efectuado por esta equipe foi publicado na revista
PLoS ONE. A existência dos cavalos na Península Ibérica vem de há cerca de 6.000 anos atrás. Segundo o estudo, os cavalos asiáticos e os Ibéricos terão influenciado os cavalos europeus. É de salientar também a evolução do homem juntamente com este animal, na sua evolução e sua utilização para as mais variadas tarefas como: viagens de longa distância, na
agricultura, no
comércio e na
guerra. O cavalo teve assim enorme importância na história do homem. O estudo avaliou, geneticamente, 24
raças de cavalos europeus e asiáticos. O objectivo terá sido investigar as ligações
genéticas para apurar a história do cavalo e a sua história nas
civilizações humanas, tendo também a intenção de preservar este animal. Na
história de Portugal e na altura das investidas e ocupação por parte dos
Mouros no território Português é desconhecido como foi feita a
migração dos cavalos. Fica a dúvida se foram os Mouros que trouxeram os cavalos para a Península Ibérica ou se terá sido o contrário. Nos dias de hoje já não se encontram cavalos selvagens na Europa, apesar de o mais próximo disso, ser, cavalos a “andarem” livremente. São esses, os “
Garranos” que podem ser vistos no Norte de Portugal, mas os Garranos, são propriedade de alguns senhores.
[1]
Raças Portuguesas
Raças mais conhecidas
Pelagens
Um velho ditado inglês diz
a good horse is never a bad colour, o que significa, aproximadamente, que se o cavalo é bom, sua pelagem será necessariamente boa. Mesmo assim, existem muitas
superstições associadas à pelagem do cavalo: os cavalos zainos são populares e tidos como constantes e dignos de confiança, enquanto que os negros são considerados bastante nervosos e pouco seguros. Os tordilhos têm a reputação de temperamentais e os alazões, de serem teimosos e excitáveis. Na realidade, há muito pouco de verdade em tudo isso, e existem cavalos nas mais diversas tonalidades, o suficiente para satisfazer a todos os gostos.
- Zaino - é uma tonalidade rica e brilhante de castanho, aproximando-se da cor do mogno polido. Os cavalos zainos podem ter uma única tonalidade em todo o corpo ou podem ter crina, cauda e patas negras, quando são, então, propriamente descritos como zainos com pontos negros. Os cavalos dessa pelagem são tidos como muito espertos e são geralmente fortes e bem dispostos.
- Zaino negro - varia de tonalidade desde o zaino até quase o negro e, se houver alguma dúvida quanto à sua pelagem, a melhor maneira de desfazê-la é através do exame de pelos curtos e finos encontrados no focinho. O zaino negro é tido como o cavalo ideal para shows, passeios e caçadas.
- Negro - Apesar de ser atraente, muitas pessoas sentem-se predispostas contra ele por causa de sua fama de ser indigno de confiança. Outro motivo para a prevenção, possivelmente, reside no fato de os cavalos negros terem sido sempre usados nos funerais, antes do aparecimento do carro funerário motorizado.
- Alazão - pode variar sua tonalidade entre uma extensa gama de tons castanho-avermelhados. O mais escuro possui um tom quase arroxeado, enquanto que o mais claro é brilhante, possuindo um profundo tom ouro-avermelhado. Os alazões normalmente possuem marcas de tonalidades diversas. Podem apresentar crina, cauda e pintas castanhas ou negras, ou ainda, ter crina e cauda cor de palha dourada.
- Lobuno - esta é a tonalidade dos cavalos e asnos pré-históricos. Várias raças mantêm essa pelagem hoje em dia e ela pode ser muito atraente, especialmente se houver pontos negros. O lobuno-dourado possui um tom levemente puxado para o tom de areia, enquanto a pelagem do lobuno-azulado é uma espécie de preto lavado, empalidecido, lhe dando reflexos azulados. A maioria dos cavalos lobunos possui uma listra sobre o dorso.
- Tordilho - pode possuir círculos de pelo negro pelo corpo, especialmente na parte traseira, dando-lhe o aspecto de um antigo cavalinho de balanço. Os tordilhos negros têm grande quantidade de pelo negro espalhado pelo corpo, geralmente escurecendo sua pelagem. Há tordilhos claros, nos quais o pelo branco predomina sobre o negro, produzindo um efeito quase totalmente branco.
- Baio - o cavalo baio não é muito comum. Um bom baio deve apresentar cauda e crina pretas. Embora sejam atraentes, os baios, como acontece com animais de tonalidade pouco vibrante, não são muito indicados para a equitação em geral.
- Rosilho - é o termo usado para denominar os animais com duas ou mais pelagens misturadas, que podem possuir diversas tonalidades dependendo da proporção dos vários pelos que as compõem. O rosilho avermelhado é constituído por pelo vermelho, amarelo e branco; o rosilho-azulado, por pêlo negro, amarelo e branco; o rosilho-alazão, por pelo castanho, amarelo e branco.
- Overo - os cavalos oveiros podem ser do tipo piebald quando possuem pelo branco coberto por manchas negras grandes e irregulares; skewbald, se as manchas forem castanhas, escuras ou avermelhadas, sobre um fundo também branco; e add-coloured, caso as manchas de duas ou mais tonalidades estão presentes sobre o fundo branco. Os animais oveiros são muito procurados pelos circos.
- Branco - os cavalos brancos podem ser tordilhos muito velhos, cuja pelagem tende a embranquecer com a idade, ou albinos, caso em que possuem olhos rosados e pele sem pigmentação. Os cavalos conhecidos como brancos são, de fato, tordilhos na maioria dos casos.
- Palomino ou baio branco - os palominos têm uma coloração dourado-clara, não apresentam marcas em seu pelo e suas crinas e caudas são abundantes e soltas, quase brancas. A tonalidade varia de acordo com as estações do ano. A pelagem se torna mais clara, quase branca, durante o inverno, voltando a aparecer o tom dourado com o renascimento da pelagem de verão.
- Pintado - os cavalos pintados spotted podem possuir manchas de qualquer tonalidade e dispostas da maneira mais variada possível. Como são raros, seu preço é muito alto. Leopardo-pintado é o termo dado ao animal que apresenta manchas negras e bem definidas, uniformemente espalhadas sobre um fundo branco.
Características de algumas raças ou tipos
Galeria
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Cavalo árabe em julgamento
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