quarta-feira, 18 de abril de 2012

Naruto

                                     

Naruto
NARUTO-ナルト
Capa do primeiro volume do mangá.

Capa do primeiro volume do mangá.
GêneroAção, aventura
Mangá
'Naruto'
GêneroAção, aventura
AutorMasashi Kishimoto
Editora(s)Japão Shueisha
Editora(s)
lusófonas(s)
Brasil Panini Brasil
RevistaWeekly Shonen Jump
Data de Publicação4 de novembro de 1999 - ainda em publicação
Volumes59 (em andamento) e 53 no Brasil (Lista)
Anime
'Naruto'
DireçãoHayato Date
EstúdioStudio Pierrot
Exibição original3 de outubro de 2002
8 de fevereiro de 2007
Emissoras de TVJapão Animax
Japão TV Tokyo
Emissoras LusófonasBrasil SBT
Brasil Cartoon Network Brasil
Portugal SIC Radical
Portugal SIC
Portugal Animax
Portugal SIC K
Outras EmissorasMostrar lista
Nº de episódios220 (Lista de episódios)
Anime
Naruto Shippuden
DireçãoHayato Date
EstúdioStudio Pierrot
Exibição original15 de fevereiro de 2007
ainda em exibição
Emissoras de TVJapão Animax
Japão TV Tokyo
Emissoras LusófonasPortugalSIC K
PortugalSIC Radical
Outras EmissorasMostrar lista
Nº de episódios258 (até o momento) (Lista)
Filmes
Naruto
Naruto Shippuden
Live Action
  • Naruto Evolution
  • Naruto Shippuden Dreamers Fight - Parte I
Classificação etária
Inadequado para menores de 12 anos i DJCTQ (Brasil)
Inadequado para menores de 10 anos i DJCTQ (Brasil) (Versão estadunidense, censurada)
Projeto Animangá · Portal Animangá
Naruto (ナルト?) é uma série de animê e mangá criada por Masashi Kishimoto e serializada na revista semanal Shonen Jump desde 1999. Recebeu adaptação para animê em 2002, produzida pelo Studio Pierrot e exibida pela TV Tokyo, seguida de Naruto Shippuden em fevereiro de 2007, correspondente à segunda parte do mangá. A trama gira em torno de Naruto Uzumaki, um jovem ninja que constantemente procura por reconhecimento e tem o sonho de se tornar um Hokage, o líder máximo e mais poderoso de sua vila.

Naruto Uzumaki é um menino que vive em Konohagakure no Sato ou simplesmente Konoha ou Vila Oculta da Folha, a vila ninja do País do Fogo. Quando ainda bebê, Naruto teve aprisionada em seu corpo a Kyuubi no Youko por Minato Namikaze (quarto Hokage, e seu pai), com a finalidade de salvar a Vila da Folha. Desde então, Naruto é visto por muitas pessoas como um monstro, não só pelos familiares das pessoas mortas pela Kyuubi, mas também por pessoas que não toleram suas brincadeiras, já que o mesmo é extremamente hiperativo, incompreendido e solitário. Naruto sonha em se tornar o Hokage de sua vila, um ninja poderoso e respeitado, para assim poder ser reconhecido por todos.
Ele entra na academia ninja, onde sofre com as notas baixas, mas é ajudado por seu professor, Iruka Umino, que posteriormente se torna seu amigo. Consegue finalmente se tornar Gennin, e a partir daí passa a ser ensinado por um Jounin, Kakashi Hatake, e forma uma equipe com Sasuke Uchiha (que no começo não se dão bem) e Sakura Haruno, sua grande paixão.

 Produção e recepção

 Produção

O autor da série, Masashi Kishimoto, primeiro autorizou o one-shot de Naruto em agosto de 1990 na revista Akamaru Jump. O Naruto original tinha uma temática significante de amizade e confiança. No início da história, nem Naruto e nem Kuroda confiavam em ninguém, mas no final os dois se tornam amigos e passam a confiar um no outro. Apesar dos bons resultados na pesquisa com leitores depois do lançamento, Kishimoto pensou: "a arte está ruim e a história uma bagunça!". Kishimoto também revelou que ele estava originalmente trabalhando no mangá Karakuri para o Hop Step Award quando, insatisfeito com as mudanças da história, decidiu trabalhar em algo diferente, o que o levou a criar Naruto.
Quando estava a criar a história de Naruto, Kishimoto olhou para outros mangás do estilo shonen para influenciar o seu trabalho, apesar dele tentar tornar seus personagens serem únicos o máximo possível.A separação dos personagens em diferentes times teve a intenção de dar a cada grupo um sabor especial. Kishimoto queria que cada membro fosse "extremo", tendo uma grande quantidade de aptidão em um atributo mas não tendo talento em outro.
A inserção dos vilões na história foi principalmente para agir como contra-partes para os valores morais dos personagens. Kishimoto admitiu que esse foco em ilustrar as diferenças de valores nos vilões foi tão importante na hora da criação dos vilões que "Eu não pensei realmente como eles seriam em combate". Quando desenhava os personagens, Kishimoto seguiu um processo de cinco partes que ele seguia continuamente: "concept and rough sketch, drafting, inking, shading, and coloring". Esses passos foram usados quando ele desenhou o mangá atual e fez as ilustrações coloridas dos tankobon, as capas da Weekly Shonen Jump, e outras mídias, mas as ferramentas que ele usava mudavam ocasionalmente.Por exemplo, ele usou um "airbrush" em uma ilustração para uma capa da Weekly Shonen Jump, mas decidiu não usar mais para desenhos futuros por causa da grande quantidade de correções que era necessário.
Kishimoto também falou que precisa definir algumas regras para ele poder criar a história mais facilmente. Kishimoto queria representar a tradição do zodíaco chinês, que tem uma grande presença no Japão, assim criando os símbolos com as mãos usados para fazer os jutsus. Quando Kishimoto estava criando o cenário da série ele inicialmente se concentrou em fazer o design da Vila da Folha, o ambiente inicial da série.
Kishimoto falou que o design da Vila da Folha foi criado "bem espontaneamente sem muitas reflexões", apesar dele admitir que o cenário é baseado na sua casa na Prefeitura de Okayama no Japão. Sem ter um período de tempo específico, Kishimoto incluiu elementos modernos na série como lhe convinha, mas especificamente excluindo as armas projéteis e os veículos. Para o material de referência, Kishimoto fez sua própria pesquisa na cultura japonesa - e as incluiu em seu trabalho. Quanto a tecnologia, Kishimoto falou que Naruto não teria armas de fogo. Ele disse que talvez incluisse automóveis, aviões, e computadores com pouco poder de processamento. Ainda confirmou em uma outra entrevista que pensa no último capítulo da série dando um grande desfecho para a trama.

 Recepção

Naruto tem sido bem recebido tanto no Japão como nos Estados Unidos. Até o volume 50 o mangá já vendeu mais de 100 milhões de cópias no Japão, com isso Naruto é o quinto mangá da Shonen Jump a alcançar esta marca.[ A série de mangá Naruto se tornou uma das séries de maior sucesso da Viz, tendo quase 10% das vendas de todos os mangás de 2006. O sétimo volume lançado pela Viz se tornou o primeiro mangá a ganhar o Quill Awards quando este ganhou o prêmio pelo "Best Graphic Novel" em 2006. O mangá também apareceu na USA Today Booklist com o volume onze tendo o título de melhor série de mangá, até ser ultrapassado pelo volume vinte e oito, que conquistou a 17ª posição na primeira semana de lançamento em março de 2008. O volume vinte e oito também é um dos volumes com o melhor lançamento de todos os mangás há anos, e atualmente é o título de mangá mais vendido de 2008. Em abril de 2007, o volume catorze ganhou o prêmio da Viz de "Manga Trade Paperback of the Year".

[editar] Mangá

Naruto foi lançado na revista da Shueisha, Weekly Shonen Jump em 1999. Os primeiros 238 capítulos são conhecidos como "parte 1", e constituem a primeira parte da história de Naruto. Os capítulos 239 a 244 são uma série gaiden focalizando o histórico do personagem Kakashi Hatake. Todos os capítulos subsequentes pertencem a "parte 2", que continua a história, se passando três anos depois. O mangá também lançou algumas histórias extras, se focando no personagem Rock Lee, até agora com dois capítulos.
Também a adaptação para inglês do mangá Naruto é licenciado pela Vize publica na versão que ha própria Viz faz na revista Shonen Jump.Para poder compensar a diferença de lançamento entre inglês e japonês, a Viz anunciou a campanha "Naruto Nation", seriam lançados três volumes por mês assim ficaria nos últimos quatro meses de 2007. Cammie Allen, gerente de produtos da Viz, comentou que "Nosso maior motivo (para acelerar o calendário) é alcançar o calendário de lançamentos do Japão para dar aos nossos leitores uma experiência similar aos dos leitores japoneses".
Até maio de 2008, 42 tankobon foram lançados pela Shueisha no Japão, sendo os primeiros vinte e sete pertencendo a "parte 1", e os outros quinze a "parte 2". O primeiro tankobon foi lançado em 3 de março de 2000. e o tankōbon 44 lançado em 4 de Novembro de 2008. Além disso, quatro tankobon, cada um contendo um animangá baseado em um dos quatro primeiros filmes de Naruto foram lançados pela Shueisha. A empresa Viz também já lançou trinta volumes da adaptação em inglês do mangá.Além disso, Viz Media lançou todos os vinte e sete volumes em um "box", assim constituindo toda a "parte 1" da história de Naruto em 13 de novembro de 2007.

 No Brasil

No Brasil, Naruto é publicado pela editora italiana Panini Comics desde maio de 2007, vendido nas bancas ou por assinatura.A "parte 1" do mangá foi finalizada em julho de 2009, com todos os 27 volumes. E a "parte 2" iniciada no mês seguinte, em agosto. Após o sucesso de Naruto a Panini lança uma nova versão do mangá; Naruto Pocket, originalmente uma reedição do mangá Naruto no formato original dos tankobons (11,4 cm x 17,7 cm, formato A dos livros de bolso),publicação essa anunciada para junho de 2009. A primeira aparição nacional de Naruto Pocket foi em um comercial que estorou no ar no Cartoon Network em abril de 2010, um mês antes da primeira edição do mangá. O comercial dizia a facilidade da versão pocket e o bônus da primeira edição com um pôster da série. A edição brasileira do mangá, assim como vários outros títulos, é publicada no tradicional formatinho brasileiro (13,5 cm x 21 cm).

Animê

Naruto

A adaptação para animê de Naruto contou com 220 episódios exibidos semanalmente entre 3 de outubro de 2002 e 8 de fevereiro de 2007 pela TV Tokyo, finalizando com nove temporadas, correspondente a primeira parte do mangá (ou "parte 1"). No Brasil, a série estreou em 1 de janeiro de 2007 pelo Cartoon Network, na edição norte-americana da licensiadora VIZ Media. Meses depois a série começou a ser exibida pelo SBT em 2 de julho de 2007. Foi exibida pelo Cartoon Network durante quatro anos, encerrando em 18 de abril de 2011.                             

Filmes
O primeiro filme, Naruto: Innocent Heart, Demonic Blood, é baseado no primeiro arco da série e lançada em 16 de Dezembro de 2002 no Japão e 21 de Novembro de 2006 na América do Norte.[36][37]
O segundo filme, Missão: Proteja a Aldeia da Cachoeira! é baseado no segundo OVA do anime, e foi publicada no Japão em 15 de Dezembro de 2003 e nos Estados Unidos em 16 de Outubro de 2007.[38][39]
Naruto Evolution: A 20th Century Fox está lançando o movie de live-action de Naruto.

[editar] Outros

[editar] Jogos eletrônicos

Os jogos eletrônicos de Naruto foram lançados para diversos consoles da Nintendo, Sony e Microsoft. A maior parte deles são jogos de luta em que o jogador pode controlar um dos personagens da franquia e enfrentar os restantes. O primeiro jogo de Naruto foi Naruto: Konoha Ninpōchō, lançado no Japão em 2003 para o console portátil WonderSwan Color. Os primeiros jogos lançados fora do Japão foram Naruto: Gekitou Ninja Taisen e Naruto: Saikyou Ninja Daikesshu, lançados no ocidente como Naruto: Clash of Ninja e Naruto: Ninja Council.

 Jogo de cartas colecionáveis

Publicado pela Bandai, o Naruto Collectible Card Game é um jogo de cartas colecionáveis baseado na série. O jogo foi lançado em 2006.

 Artbooks e Databooks

Foram lançados vários suplementos para a série Naruto.
Um artbook chamado Art of Naruto: Uzumaki contém ilustrações da Parte 1 do mangá e foi lançado no Japão e nos Estados Unidos. Para a Parte 2 do mangá foi lançado o artbook PAINT JUMP: Art of Naruto pela Shueisha no dia 4 de Abril de 2008
Uma série de Guidebooks foram lançadas. Para a Parte 1 foram lançados no Japão os DataBooks Primeiro Data Book Oficial (秘伝・臨の書キャラクターオフィシャルデータBOOK Hiden: Rin no Sho Character Official Data Book?) e Segundo Data Book Oficial (秘伝・闘の書キャラクターオフィシャルデータBOOK Hiden: Tō no Sho Kyarakuta Ofisharu data?). Esses livros contém os perfis dos personagens e guia de Jutsu. Para a Parte 2 da série foi lançado o Terceiro DataBook.
Para o anime, uma série de Guidebooks chamada Naruto anime profiles foi lançada. Esses livros contém informações sobre a produção dos episódios do anime e explicações para o design dos personagens.

Ciências-A Célula

Célula

Células do gênero Allium em diferentes fases do ciclo celular
A célula representa a menor porção de matéria viva. São as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. A maioria dos organismos, tais como as bactérias, são unicelulares (consistem em uma única célula). Outros organismos, tais como os seres humanos, são pluricelulares.
O corpo humano é constituído por aproximadamente 10 trilhões (mais de 1013) de células; A maioria das células vegetais e animais têm entre 1 e 100 µm e, portanto, são visíveis apenas sob o microscópio;a massa típica da célula é um nanograma.
A célula foi descoberta por Robert Hooke em 1665. Em 1837, antes de a teoria final da célula estar desenvolvida, um cientista checo de nome Jan Evangelista Purkyňe observou "pequenos grãos" ao olhar um tecido vegetal através de um microscópio. A teoria da célula, desenvolvida primeiramente em 1838 por Matthias Jakob Schleiden e por Theodor Schwann, indica que todos os organismos são compostos de uma ou mais células. Todas as células vêm de células preexistentes. As funções vitais de um organismo ocorrem dentro das células, e todas elas contêm informação genética necessária para funções de regulamento da célula, e para transmitir a informação para a geração seguinte de células.
A palavra "célula" vem do latim: cellula (quarto pequeno). O nome descrito para a menor estrutura viva foi escolhido por Robert Hooke. Em um livro que publicou em 1665, ele comparou as células da cortiça com os pequenos quartos onde os monges viviam.

 

História

Desenho da estrutura do súber, conforme visto pelo microscópio de Robert Hooke e descrito em seu livro Micrographia, a qual dá origem à palavra "célula", usada para descrever a menor unidade de um organismo vivo.
As células foram descobertas em 1665 pelo inglês Robert Hooke. Ao examinar em um microscópio rudimentar, uma fatia de cortiça, verificou que ela era constituída por cavidades poliédricas, às quais chamou de células (do latim "cella", pequena cavidade). Na realidade Hooke observou blocos hexagonais que eram as paredes de células vegetais mortas.
Enquanto isso, Antonie van Leeuwenhoek (1632–1723), um holandês que ganhava a vida vendendo roupas e botões, estava gastando seu tempo livre moendo lentes e construindo microscópios de qualidade notável. Ele desenhou protozoários, tais como o Vorticella da água da chuva, e bactérias de sua própria boca. Van Leeuwenhoek foi contemporâneo e amigo do pintor Johannes Vermeer (1632-1675) da cidade de Delft que foi pioneiro no uso da luz e da sombra na arte ao mesmo tempo em que van Leeuwenhoek estava explorando o uso da luz para descobrir o mundo microscópico.
Em 1838 Matthias Schleiden e Theodor Schwann, estabeleceram o que ficou conhecido como teoria celular: "todo o ser vivo é formado por células tronco".
As células são envolvidas pela membrana celular e preenchidas com uma solução aquosa concentrada de substâncias químicas e substâncias físicas, o citoplasma em que se encontram dispersos organelos (por vezes escrito organelas, organóides, orgânulos ou organitos).
As formas mais simples de vida são organismos unicelulares que se propagam por cissiparidade. As células podem também constituir arranjos ordenados, os tecidos.

Estrutura

Estrutura típica de uma célula procarionte, representada por uma bactéria (clique para ampliar): 1. Cápsula, 2. Parede celular, 3. Membrana plasmática, 4. Citoplasma, 5. Ribossomos, 6. Mesossomos, 7. DNA (nucleóide), 8. Flagelo bacteriano.
De acordo com a organização estrutural, as células são divididas em: eucarióticas e procarióticas. As células procarióticas são geralmente independentes, enquanto que as células eucarióticas são frequentemente encontrados em organismos multicelulares.

Células Procarióticas

As células procariontes ou procarióticas, também chamadas de protocélulas, são muito diferentes das eucariontes. Em geral, são bem menores e menos complexas estruturalmente do que as células eucariontes.A sua principal característica é a ausência da carioteca individualizando o núcleo celular, pela ausência de alguns organelos e pelo pequeno tamanho que se acredita que se deve ao fato de não possuírem compartimentos membranosos originados por evaginação ou invaginação. Também possuem DNA na forma de um anel associado a proteínas básicas e não a histonas (como acontece nas células eucarióticas, nas quais o ADN se dispõe em filamentos espiralados e associados a histonas).
Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo endoplasmático e sobretudo cariomembrana o que faz com que o ADN fique disperso no citoplasma. Como organela, só possuem ribossomos. A este grupo pertencem:

Células incompletas

As bactérias dos grupos das Rickettsias e das clamídias são muito pequenas, sendo denominadas células incompletas por não apresentarem capacidade de auto-duplicação independente da colaboração de outras células, isto é, só proliferarem no interior de outras células completas, sendo, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios.
Diversas doenças de importância médica tem sido descritas para organismos destes grupos, incluindo algumas vinculadas aos psitacídeos (papagaios e outras aves, a psitacose) e carrapatos (a febre maculosa, causada pela Rickettsia rickettsii).
Estas bactérias são diferente dos vírus por apresentarem:
  • conjuntamente DNA e RNA (já foram encontrados vírus com DNA, adenovirus, e RNA, retrovírus, no entanto são raros os vírus que possuem DNA e RNA simultâneamente);
  • parte incompleta da "máquina" de síntese celular necessária para reproduzirem-se;
  • uma membrana celular semipermeável, através da qual realizam as trocas com o meio envolvente.

Células Eucarióticas

As células de um organismo eucariota (esquerda) e um organismo unicelular procariota (direita)
As células eucariontes ou eucarióticas, também chamadas de eucélulas, são mais complexas que as procariontes. Possuem membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas. Todos os animais e plantas são dotados deste tipo de células.
É altamente provável que estas células tenham surgido por um processo de aperfeiçoamento contínuo das células procariontes, o que chamamos de Endossimbiose.
Não é possível avaliar com precisão quanto tempo a célula "primitiva" levou para sofrer aperfeiçoamentos na sua estrutura até originar o modelo que hoje se repete na imensa maioria das células, mas é provável que tenha demorado muitos milhões de anos. Acredita-se que a célula "primitiva" tivesse sido bem pequena e para que sua fisiologia estivesse melhor adequada à relação tamanho × funcionamento era necessário que crescesse.
Acredita-se que a membrana da célula "primitiva" tenha emitido internamente prolongamentos ou invaginações da sua superfície, os quais se multiplicaram, adquiriram complexidade crescente, conglomeraram-se ao redor do bloco inicial até o ponto de formarem a intrincada malha do retículo endoplasmático. Dali ela teria sofrido outros processos de dobramentos e originou outras estruturas intracelulares como o complexo de Golgi, vacúolos, lisossomos e outras.
Quanto aos cloroplastos (e outros plastídeos) e mitocôndrias, atualmente há uma corrente de cientistas que acreditam que a melhor teoria que explica a existência destes orgânulos é a Teoria da Endossimbiose, segundo a qual um ser com uma célula maior possuía dentro de sí uma célula menor mas com melhores características, fornecendo um refúgio à menor e esta a capacidade de fotossintetizar ou de sintetizar proteínas com interesse para a outra.
Nesse grupo encontram-se:
  • Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande vacúolo central)
  • Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos)

Componentes subcelulares

Estrutura de uma célula vegetal típica 
 Plasmodesmos, b. Membrana plasmática, c. Parede celular, 1. Cloroplasto (d. Membrana tilacóide, e. granum), 2. Vacúolo (f. Vacúolo, g. Tonoplasto), h. Mitocôndria, i. Peroxissomo, j. Citoplasma, k. Pequenas vesículas membranosas, l. Retículo endoplasmático rugoso, 3. Núcleo (m. Poro nuclear, n. Envelope nuclear, o. Nucléolo), p. Ribossomos, q. Retículo endoplasmático liso, r. Vesículas de Golgi, s. Complexo de Golgi, t. Citoesqueleto filamentoso.
Estrutura de uma célula animal típica (clique para ampliar): 1. Nucléolo, 2. Núcleo celular, 3. Ribossomos, 4. Vesículas, 5. Ergastoplasma ou Retículo endoplasmático rugoso (RER), 6. Complexo de Golgi, 7. Microtúbulos, 8. Retículo endoplasmático liso (REL), 9. Mitocôndrias, 10. Vacúolo, 11. Citoplasma, 12. Lisossomas, 13. Centríolos.
Todas as células, tanto procariontes quanto eucariontes, tem uma membrana que envolve a célula, que separa o interior de seu ambiente, regula o que se move dentro e para fora (seletivamente permeável), e mantém o potencial elétrico da célula. Dentro da membrana, um citoplasma salino ocupa a maior parte do volume da célula. Todas as células possuem DNA, o material hereditário dos genes, e RNA, contendo as informações necessárias para sintetizar várias proteínas como enzimas, as máquinas primária da célula. Existem também outros tipos de biomoléculas nas células. Esta seção lista estes componentes primários da célula, e em seguida, descreve brevemente a sua função.

Membrana

O citoplasma de uma célula está rodeado por uma membrana celular ou membrana plasmática. A membrana plasmática em plantas e procariontes é normalmente coberta por uma parede celular. Esta membrana serve para separar e proteger uma célula do seu ambiente circundante e é feita principalmente a partir de uma camada dupla de lipídeos (hidrófoba semelhante as moléculas de gordura) e moléculas de fósforo hidrofílicas.[1] Assim, a camada é chamada uma bicamada de fosfolípido. Pode também ser chamada de uma membrana mosaico fluido. Incorporadas dentro desta membrana há uma variedade de moléculas de proteínas que actuam como canais e bombas que movem diferentes moléculas para dentro e para fora da célula. A membrana é dita ser 'semi-permeável', na medida em que pode deixar uma substância (molécula ou íon) passar livremente, passar através de uma forma limitada ou não passar de jeito nenhum. As membranas da superfície celular também contém proteínas receptoras que permitem que as células detectem moléculas externas de sinalização, tais como hormonas.

Citoesqueleto

O citoesqueleto atua para organizar e manter a forma da célula; âncorar organelas no lugar; ajuda durante a endocitose, a absorção de materiais externos por uma célula, e na citocinese, a separação de células filhas após a divisão celular; e move partes da célula em processos de crescimento e de mobilidade. Normalmente, 20-35% das proteínas de uma célula estão ligadas ao citoesqueleto embora esta quantidade possa variar sendo consideravelmente maior nas células musculares. O citoesqueleto eucariótico é composto por microfilamentos, filamentos intermediários e microtúbulos. Existe um grande número de proteínas associadas a eles, cada uma controlando uma estrutura da célula, orientando, agrupando, e alinhando os filamentos. O citoesqueleto procariótico é bem menos estudado, mas está envolvido na manutenção da forma da célula, na polaridade e na citocinese.

Material genético

Dois tipos diferentes de material genético existem: ácido desoxirribonucleico (ADN) e ácido ribonucleico (ARN). A maioria dos organismos usa o ADN para o seu armazenamento de informação de longo prazo, mas alguns vírus (por exemplo, os retrovírus) têm ARN como seu material genético. A informação biológica contida num organismo é codificado em seu ADN ou em sua sequência de ARN. O ARN é também utilizado para o transporte de informação (por exemplo, ARN mensageiro) e funções enzimáticas (por exemplo, o ARN ribossomal) em organismos que utilizam ADN para o código genético em si. Moléculas de ARN de transporte (tARN) são usadas ​​para adicionar aminoácidos durante a tradução de proteínas.
O material genético procariótico é organizado em uma molécula de ADN circular simples (o cromossoma bacteriano) na região nucleoide do citoplasma. O material genético eucariótico é dividido em diferentes moléculas, lineares chamadas cromossomas dentro de um núcleo discreto, geralmente com material genético adicional, em algumas organelas como mitocôndrias e cloroplastos. (ver Teoria da endossimbiose).

Organelas

O corpo humano contém muitos órgãos diferentes, tais como o coração, pulmão e rim, com cada órgão exercendo uma função diferente. As células também possuem um conjunto de "pequenos órgãos", chamado de organelas, que são adaptados e/ou especializados para a realização de uma ou mais funções vitais. Ambas as células eucarióticas e procarióticas têm organelas mas organelas em eucariotas são geralmente mais complexa e pode ser envoltas em uma membrana.
Existem vários tipos de organelas em uma célula. Algumas (tais como o núcleo e o complexo de Golgi) são tipicamente solitárias, enquanto outras (tais como mitocôndrias, peroxissomas e lisossomas) podem ser numerosas (centenas a milhares). O citosol é o fluido gelatinoso que preenche a célula e rodeia os organelos.

Estruturas de fora da parede celular

Cílios

Em citologia, cílios são apêndices das células eucarióticas com movimento constante numa única direção. Este nome provém do latim, com o significado de pestana, pela sua similaridade aparente.

Cápsula

Uma cápsula gelatinosa está presente em algumas bactérias fora da parede celular. A cápsula pode ser de polissacárido como no pneumococos, meningococos ou de polipéptido como Bacillus anthracis ou ácido hialurónico como em estreptococos. As cápsulas não são marcadas por coloração comum e podem ser detectadas por coloração especial.

Flagelos

Flagelos são os organelos de mobilidade celular. Eles surgem a partir do citoplasma por extrusão através da parede celular. Eles são longos e grossos apêndices filamentados, proteínas em sua natureza. São mais comumente encontrados em células de bactérias, mas também são encontrados em algumas células animais. Alguns flagelos atuam como uma hélice rotativa em contraste aos cílios que agem mais como um remo.

Fímbria

Fímbrias são apêndices em forma de filamentos ou franjas presentes em bactérias. Este apêndices são menores, mais curtos e mais numerosos que os flagelos. Eles são filamentos curtos e finos como cabelos, formados de proteína chamada pilin (antigénico). Fímbrias são responsáveis ​​pela fixação das bactérias aos receptores específicos de células humanas (aderência)

Animais de estimação

                              Animais de estimação

Um animal de estimação (ou mascote) é um animal doméstico selecionado para o convívio com os seres humanos por questões de companheirismo ou divertimento,o que não significa que essa seja a única função dessas espécies na nossa sociedade.O cão, por exemplo, é muito usado não só como animal de companhia, mas também na caça, na guarda domiciliar, etc.

Mamíferos
.Cão (Cachorro)
O cão (Canis lupus familiaris), no Brasil também chamado de cachorro, é um mamífero canídeo e talvez o mais antigo animal domesticado pelo ser humano. Teorias postulam que surgiu do lobo cinzento no continente asiático há mais de 100 000 anos. Ao longo dos séculos, através da domesticação, o ser humano realizou uma seleção artificial dos cães por suas aptidões, características físicas ou tipos de comportamentos. O resultado foi uma grande diversidade de raças caninas, as quais variam em pelagem e tamanho dentro de suas próprias raças, atualmente classificadas em diferentes grupos ou categorias. As designações vira-lata (no Brasil) ou rafeiro (em Portugal) são dadas aos cães sem raça definida ou mestiços descendentes.
Com expectativa de vida que varia entre dez e vinte anos, o cão é um animal social que, na maioria das vezes, aceita o seu dono como o "chefe da matilha" e possui várias características que o tornam de grande utilidade para o homem. Possui excelente olfato e audição, é bom caçador e corredor vigoroso, relativamente dócil e leal, inteligente e com boa capacidade de aprendizagem. Deste modo, o cão pode ser adestrado para executar um grande número de tarefas úteis, como um cão de caça, de guarda ou pastor de rebanhos, por exemplo. Assim como o ser humano, também é vítima de doenças como o resfriado, a depressão e o mal de Alzheimer, bem como das características do envelhecimento, como problemas de visão e audição, artrite e mudanças de humor.
A afeição e a companhia deste animal são alguns dos motivos da famosa frase: "O cão é o melhor amigo do homem", já que não há registro de amizade tão forte e duradoura entre espécies distintas quanto a de humano e cão. Esta relação figura em filmes, livros e revistas, que citam, inclusive, diferentes relatos reais de diferentes épocas e em várias nações. Entre os cães mais famosos que viveram e marcaram sociedades estão Balto, Laika e Hachiko. Na mitologia, o Cérbero é dito um dos mais assustadores seres. No cinema, Lassie é um dos mais difundidos nomes e, na animação, Pluto, Snoopy e Scooby-Doo há décadas fazem parte da infância de várias gerações.





.Gato doméstico
Como ler uma caixa taxonómicaGato
Collage of Six Cats-02.jpg

Estado de conservação
Não avaliada: Domesticado
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Carnivora
Família:Felidae
Género:Felis
Espécie:F. silvestris
Subespécie:F. silvestris catus

Nome trinomial
Felis silvestris catus
(Linnaeus, 1758)
O gato (Felis silvestris catus), também conhecido como gato caseiro, gato urbano ou gato doméstico, é um animal da família dos felídeos, muito popular como animal de estimação. Ocupando o topo da cadeia alimentar, é um predador natural de diversos animais, como roedores, pássaros, lagartixas e alguns insetos.
A primeira associação com os humanos da qual se tem notícia ocorreu há cerca de 9.500 anos, mas a domesticação dessa espécie oriunda do continente africano é muito mais antiga. Seu mais primitivo ancestral conhecido é o Miacis, mamífero que viveu há cerca de 40 milhões de anos, no final do período Paleoceno, e que possuía o hábito de caminhar sobre os galhos das árvores. A evolução do gato deu origem ao Dinictis, espécie que já apresentava a maior parte das características presentes nos felinos atuais. A sub-família Felinae, que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da África subsaariana até alcançar as terras do atual Egito.
Existem cerca de 250 raças de gato-doméstico, cujo peso variável classifica a espécie como animal doméstico de pequeno a médio porte. Assim como cães com estas dimensões, vive entre quinze e vinte anos. De personalidade independente, tornou-se um animal de companhia em diversos lares ao redor do mundo, para pessoas dos mais variados estilos de vida. Na cultura humana, figura da mitologia às superstições, passando por personagens de desenhos animados, tiras de jornais, filmes e contos de fadas. Entre suas mais conhecidas representações, estão os gatos: Tom, Frajola, Gato Félix, Gato de Botas e Garfield.

 Taxonomia

O gato doméstico foi denominado Felis catus por Carolus Linnaeus na sua obra Systema Naturae, de 1798. Johann Christian Daniel von Schreber chamou de Felis silvestris, o gato selvagem em 1775. Desse modo , os gatos caseiros são considerados uma das sub-espécies do gato selvagem. Não é incomum, aliás, o cruzamento entre gatos domésticos e selvagens, formando espécimes híbridos.
Pelas regras de prioridade do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome das espécies domésticas deveria ser Felis catus. No entanto, na prática, a maioria dos biólogos utilizam Felis silvestris para as espécies selvagens e Felis catus somente para as formas domesticadas. Na opinião n.º 2027, publicada no Volume 60 (Parte I) do Bulletin of Zoological Nomenclature (31 de março de 2003), a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica confirmou a utilização de Felis silvestris para denominar o gato selvagem e Felis silvestris catus para as sub-espécies domesticadas. Felis catus segue sendo válido para a forma domesticada, se esta for considerada uma espécie separada.
Johann Christian Polycarp Erxleben denominou o gato doméstico de Felis domesticus em suas obras Anfangsgründe der Naturlehre e Systema regni animalis, de 1777. Este nome e as suas variantes Felis catus domesticus e Felis silvestris domesticus não são nomes científicos válidos segundo as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.

História e domesticação


Uma estatueta de um gato, feita no Antigo Egito, representando a deusa Bastet, em exposição no Museu do Louvre.
Os gatos domésticos atuais são uma adaptação evolutiva dos gatos selvagens. Cruzamentos entre diferentes espécimes os tornaram menores e menos agressivos aos humanos. Os gatos foram domesticados primeiramente no Oriente Médio nas primeiras vilas agriculturais do Crescente Fértil. Os sinais mais antigos de associação entre homens e gatos datam de 9 500 anos atrás e foram encontrados na ilha de Chipre.
Quando as populações humanas deixaram de ser nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da agricultura. A produção e armazenamento de cereais, porém, acabou por atrair roedores. Foi nesse momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano. Por possuírem um forte instinto caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam uma importante função na sociedade: eliminar os ratos e camundongos, que invadiam os silos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos.
Registros encontrados no Egito, como gravuras, pinturas e estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os egípcios data de pelo menos 5 000 anos. Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados.Bastet (Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários outros gatos em seu entorno.
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados". Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de luto.
Não tardou para que alguns animais fossem clandestinamente transportados para outros territórios, fazendo com que a popularidade dos gatos aumentasse. Ao chegarem à Pérsia antiga, também passaram a ser venerados e havia a crença de que, quando maltratados, corria-se o risco de estar maltratando um espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato, o homem estaria atingindo a si próprio.
Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na Europa cristã. Porém, no início da Idade Média, a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.

Desde tempos imemoriais os gatos auxiliam os humanos na prevenção de roedores, especialmente em áreas agrícolas.

Winston Churchill afaga o gato que era mascote do navio militar HMS Prince of Wales (53), agosto de 1941.
Ao fim da Idade Média, a aceitação dos gatos nas residências teve um novo impulso, fenômeno que também se estendeu às embarcações, onde os navegadores os mantinham como mascotes. Conhecidos como gatos de navios, esses animais assumiam também a função de controlar a população de roedores a bordo da embarcação. Com o passar do tempo, muitos gatos passaram a ser considerados animais de luxo, ganhando uma boa posição do ponto de vista social, sendo até utilizados como "acessórios" em eventos sociais pelas damas. Nessa época, o gato começou a passar por melhoramentos genéticos para exposições, começando assim a criação de raças puras, com pedigree. Uma das primeiras raças criadas para essa finalidade foi a Persa, que ficou conhecida após sua introdução no continente europeu, realizada pelo viajante italiano Pietro Della Valle.
A primeira grande exposição de gatos aconteceu em 1871, em Londres. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a Europa.
Atualmente, os gatos são animais bastante populares, servindo ao homem como um bom animal de companhia, e ainda continuam sendo utilizados por agricultores e navegadores de diversos países como um meio barato de se controlar a população de determinados roedores. Devido ao fato de sua domesticação ser relativamente recente, quando necessário convertem-se facilmente à vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres, onde formam pequenas colônias e caçam em conjunto.

 Características


Anatomia de um gato.
Os gatos, geralmente, pesam entre 2,5 e 7 kg; entretanto, alguns exemplares, como o Maine Coon, podem exceder os 12 kg. Já foram registrados exemplares com peso superior a 20 kg, devido ao excesso de alimentação.
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente de 15 a 20 anos, porém o exemplar mais velho já registado viveu até os 36 anos. Os gatos domésticos têm a expectativa de vida aumentada quando não saem pelas ruas, pois isso reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e acidentes. A castração também aumenta significativamente a expectativa de vida desses animais, uma vez que reduz o interesse do animal por fugas noturnas e também o risco de incidência de câncer de testículos e ovários.
Gatos selvagens que vivem em ambientes urbanos têm expectativa de vida reduzida. Gatos selvagens mantidos em colônias tendem a viver muito mais. O Fundo Britânico de Ação para Gatos (British Cat Action Trust) relatou a existência de uma gata selvagem com cerca de 19 anos de idade.
Os gatos possuem trinta e dois músculos na orelha, o que lhes permite ter um tipo de audição direcional, movendo cada orelha independentemente da outra. Assim, um gato pode mover o corpo numa direção, enquanto move as orelhas para outro lado. A maioria dos gatos possui pavilhões auditivos orientados para cima. Diferentemente dos cães, gatos com orelhas dobradiças são extremamente raros. Os Scottish Folds são uma das exceções a essa regra, devida a uma série de mutações genéticas. Quando irritados ou assustados, os gatos repuxam os músculos das orelhas, o que faz com que elas se inclinem para trás.
O método de conservação de energia dos gatos compreende dormir acima da média da maioria dos animais, sobretudo à medida que envelhecem. A duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo de 13–14 horas o valor médio. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a dormir 20 horas num período de 24 horas.

O gato doméstico costuma dormir durante a maior parte do dia para conservar sua energia.
A temperatura normal do corpo desses animais varia entre 38 e 39 °C. O animal é considerado febril quando tem a temperatura superior a 39,5 °C, e hipotérmico quando está abaixo de 37,5 °C. Comparativamente, os seres humanos têm temperatura normal em torno de 37 °C. A pulsação do coração desses pequenos mamíferos vai de 140 a 220 batidas por minuto e depende muito do estado de excitação do animal. Em repouso, a média da frequência cardíaca fica entre 150 e 180 bpm.
Um adágio popular diz que os gatos caem sempre de pé. Geralmente, o ditado corresponde à realidade, mas não é uma regra fechada. Durante a queda, o gato consegue, por instinto, girar o corpo e prepará-lo para aterrar em pé, utilizando a cauda para dar equilíbrio e flexibilidade. Os gatos sempre se ajeitam do mesmo modo, desde que haja tempo durante a queda para fazê-lo; deste modo, são capazes de suportar quedas de muitos metros, visto que, durante a queda, chegam a uma velocidade-limite na qual suportam o impacto com o chão. Algumas subespécies sem cauda são exceções a esta regra, já que o gato conta com a cauda para conservar o momento angular, necessária para endireitar o corpo antes do pouso. Assim como a maioria das espécies de mamíferos, os gatos são capazes de nadar. No entanto, somente o fazem quando extremamente necessário, como em caso de queda acidental na água.
Assim como os cães, os gatos são digitígrados: andam diretamente sobre os dedos; os ossos das suas patas compõem a parte mais baixa da porção visível das pernas. São capazes de passos precisos, colocando cada pata directamente sobre a pegada deixada pela anterior, minimizando o ruído e os trilhos visíveis.

 Alimentação


Gato recém-nascido sendo alimentado a leite.
Os gatos, como caçadores, alimentam-se de insetos, pequenas aves e roedores. Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a apenas uma refeição por dia. Biologicamente, os gatos são classificados como animais carnívoros, tendo a sua fisiologia orientada para a eficiência no processamento de carne, com consequente ausência de processos eficientes para a digestão de vegetais.
Os gatos não produzem a sua própria taurina (um ácido orgânico essencial). Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentição e aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as proteínas e gorduras de origem animal. O aparelho digestivo limita seriamente a capacidade dos gatos de digerir, metabolizar e absorver nutrientes de origem vegetal, bem como certos ácidos graxos.
A taurina é rara em plantas, mas relativamente abundante nos tecidos dos animais, sendo um aminoácido de grande importância para a saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar uma degeneração macular, na qual a retina sofre destruição lenta e gradual, podendo causar uma cegueira irreversível no animal.

A evolução tornou os gatos excelentes caçadores.
Apesar da fisiologia do gato ser essencialmente orientada para o consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de ervas, folhas, plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a regurgitar em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em uma dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas podem ser venenosas para os animais. As folhas de algumas espécies de lírios podem causar dano nos rins, que pode mesmo ser fatal; também as plantas do género Philodendron são venenosas para os gatos. Outro exemplo é o do abacateiro, do qual algumas partes são tóxicas, mas cujo fruto (exceto o caroço) é um ingrediente em várias marcas de comida para gatos.
Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum risco de dano.
O gato exibe alguma preferência pela planta designada por nepeta, popularmente conhecida como erva-dos-gatos, ou catnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores. Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada pica, que consiste em um transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como terra, plástico, papel, , carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso para a sua própria sobrevivência, dependendo da toxicidade desses materiais.
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o pH da urina, evitando, desse modo, a formação de cálculos renais. No entanto, alguns veterinários costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o animal fique com sobrepeso.

 Comportamento


Uma gata amamentando seus filhotes.
O temperamento dos filhotes varia conforme a ninhada e a socialização. Os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e letárgicos. Entretanto, a maioria dos gatos partilha um mesmo comportamento: são extremamente curiosos. Não é por acaso que existe um dito popular que diz "A curiosidade matou o gato". Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas três anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade. O gato no estado selvagem é um animal muito social, chegando a estabelecer colônias mais ou menos hierarquizadas. Possui um instinto natural de caça. Mesmo quando domesticados, os machos tendem a marcar o seu território com urina. Os gatos possuem um cérebro bastante evoluído, sendo capazes de sentir emoções. Podem sofrer diversos distúrbios psicológicos, tais como estresse e depressão. Assim como um ser humano, quando estressados, tendem a ter um comportamento neurótico.
Esses animais costumam copular e quando a  fêmea entra no cio.Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um ano e dura aproximadamente uma semana. O macho procura cercar a fêmea, que tenta resistir ao máximo à cópula. Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A penetração é dolorosa. A cópula estimula o início do processo de ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos que, com a dor, ativam o processo. Desse modo, poucos óvulos são perdidos.

A mãe amamenta a sua cria.
Sua velhice ocorre de forma abrupta, não sendo gradual como a humana. Dura aproximadamente um ano e finda com a morte. É possível que o gato tenha doenças típicas da idade avançada, como catarata e perda olfativa. Nesta fase, o animal geralmente dorme durante todo o dia, mostrando extremo cansaço e fraqueza muscular.
As fêmeas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar seu dono, dar atenção a ele, ronronar ou fugir sem razão aparente. O comportamento dos gatos depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das condições climáticas. Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e aversos ao contato com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas, aguardando o início da chuva. Devido a variações constantes em seu humor, é possível dizer que, na maioria das vezes, o temperamento de um gato é imprevisível. Em algumas ocasiões, um gato filhote pode apresentar variações de energia, ficando algumas vezes mais calmos, outras mais agitados. Gatos adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem maiores e mais pesados.

 Higiene

Os gatos são animais muito higiênicos, sendo que passam muitas horas por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Para isso, utilizam a superfície áspera de suas línguas para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos eventualmente regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco gástrico e material piloso.  Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua urina e fezes, evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa ou predador. Com isso, quando o gato é criado em locais sem a presença de solo exposto, há a necessidade de se manter uma caixa com areia sanitária à sua disposição, sendo que instintivamente ele irá utilizá-la para o descarte de seus resíduos fisiológicos. Alguns fabricantes disponibilizam areias perfumadas para eliminar o cheiro forte que suas fezes poderiam deixar em um ambiente fechado (casas e apartamentos).

 Ciclo biológico

 Reprodução

O gato apresenta vários ciclos reprodutivos ao longo do ano, que podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais frequentemente e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no cio; o vencedor ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a relação sexual, ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais diferentes.
As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65 dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes. Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos, procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse comportamento ao longo de suas vidas.

 Características genéticas

O gato apresenta 38 cromossomos e são conhecidas cerca de 200 patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto "Genoma do Gato", do Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma.

Gata com heterocromia, anomalia genética na qual o indivíduo possui um olho de cada cor.
Existe uma crença de que os gatos brancos de olhos azuis são surdos, a não ser que tenham um olho de cada cor, característica conhecida por heterocromia, cujos portadores são denominados gatos de olhos ímpar. Isto está certo em parte, já que há uma maior probabilidade de gatos com essas características físicas serem também surdos, mas este fato não é determinante.
A cor branca do gato se deve à ausência de melanina em sua pele e pelos. Há quatro modos de um gato ser da coloração branca "sólida": ser homozigótico para o alelo ca (albino de olhos azuis); ser homozigótico para o alelo c (que é albino de olhos vermelhos); ser homozigótico para o alelo S (mancha branca); ou possuir o alelo w (do gene branco dominante) no seu cariótipo.
O gene da surdez é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são surdos, só o são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro; este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para fazê-los brancos. Além disso, estes gatos só tem os olhos azuis ou verdes. Outra característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes caninos da mandíbula inferior serem proeminentes, semelhantemente ao observado nos fósseis do tigre-dentes-de-sabre.

 Pelagem


Uma gata de pelagem tricolor.
Em respeito às cores, os gatos podem ter uma única coloração, como os completamente brancos ou pretos, que só tem pelos contrastantes soltos em algumas partes do corpo. Também podem ter duas cores, como o branco e preto (típico gato-vaca), branco e laranja, pardo e branco, ou cinza e branco. Podem possuir um padrão de cores tigrado em laranja, pardo e branco; em tons cinza e alaranjados (gatos romanos), com o pelo de uma só cor em toda a sua extensão ou de dois tipos de cores (as extremidades diferentes do resto do corpo). Também podem ter um padrão de cor siamês com cores mais escuras na face, rabo, patas e orelhas. Outro tipo de coloração é a tricolor, como, por exemplo, branco, laranja e preto. As gatas costumam ter os pelos mais lustrosos e brilhantes do que os machos, em contra partida elas costumam soltar mais pelos do que os gatos, principalmente nos períodos do início do cio. Os gatos tricolores ou de até quatro cores são normalmente fêmeas; quando são machos, são estéreis. Em contrapartida, os gatos romanos laranjas são em sua maioria machos, porém é possível deparar-se com fêmeas. O tipo de pelo vai desde o muito curto (como o Sphynx, cujo pelo é quase invisível), o encaracolado (no caso do Devon rex), o pelo curto normal com uma cor somente ou com pontas de outras cor, o pelo semi-longo, até o pelo mais longo procedentes das cruzas com o Bosque da Noruega, Persa ou qualquer outra raça de pelo longo.

 Sentidos

Muitos zoólogos acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos. Enquanto seu olfato e audição podem não ser tão aguçados quanto os dos cães, a visão altamente apurada, audição e olfato sobre-humanos, combinados com o paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, corroboram com esta hipótese.

Visão


Gatos têm a visão muito nítida.
Medir e classificar os sentidos dos animais pode ser difícil, principalmente por que não existem meios explícitos de comunicação entre o objeto do teste e o examinador. Entretanto, testes indicam que a visão aguçada dos gatos é largamente superior no período noturno em comparação aos humanos, mas menos eficaz durante o dia. Os olhos dos gatos possuem a tapetum lucidum, uma membrana posicionada dentro do globo ocular que reestimula a retina ao refletir a luz na cavidade.[44] Enquanto este artifício melhora a visão noturna, parece reduzir a acuidade visual na presença de luz abundante. Quando há muita luminosidade, a pupila em formato de fenda fecha-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a retina, o que também resguarda a noção de profundidade. O tapetum e outros mecanismos dão aos gatos um limiar de detecção de luminosidade sete vezes menor que a dos humanos.
Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 200°, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na parte frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em detrimento da largura do campo de visão.
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da fóvea, que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente, os gatos conseguem diferenciar cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos. Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a membrana de nictação, que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa. Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira pálpebra, é um indicativo de doença.

 Audição


O formato das orelhas dos gatos ajuda-os a identificarem com precisão a fonte dos sons.
Os seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa frequência, que devem rondar os 20 Hz. Já na escala de alta frequência, os gatos têm ampla vantagem, alcançando os 60 kHz, superando até mesmo os cães. Os gatos podem ouvir até duas oitavas acima dos humanos (20 kHz) e meia oitava além dos cães. Quando detectam um som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o ruído. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7,5 cm a localização de uma fonte sonora a um metro de distância.
Trinta e dois músculos individuais na orelha os permitem ouvir direcionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta interna e externamente por pelos. Quando está enojado ou atemorizado, o gato instintivamente abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pêlos, coloca as garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra.

 Tato

Os gatos geralmente apresentam uma dúzia de bigodes, dispostos em quatro fileiras sobre os lábios superiores, alguns nas bochechas, tufos sobre os olhos e no queixo. Os Sphynx - gatos quase sem pelos - podem ter bigodes normais, curtos ou sequer apresentá-los. Os bigodes auxiliam na navegação e tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas.[45]
Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as pupilas na totalidade, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos. Esses pelos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.
O posicionamento dos bigodes é um bom indicador do humor do felino: apontados para frente, indicam curiosidade e tranquilidade; colados ao rosto, indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva. Recentes estudos de fotografias infravermelhas de gatos caçando demonstram que eles também utilizam seus bigodes para determinar se a presa mordida já está morta. Observa-se nas fotos que, ao aplicar a mordida fatal à vítima e posteriormente a manter apertada entre as mandíbulas, seus bigodes "abraçam" ou rodeiam completamente o corpo da presa para detectar uma possível mínima vibração como sinal de que a caça ainda possa estar com vida. Crê-se que este fenômeno é usado para proteger o próprio corpo do felino, porque muitas de suas vítimas, como os ratos, ainda podem mordê-lo e/ou lesioná-lo, se o predador as leva à boca quando ainda estão com vida.

 Paladar


Os gatos têm olfato e paladar muito aguçados.
Uma curiosidade sobre o paladar dos gatos é que, de acordo com a edição norte-americana da National Geographic (de 8 de dezembro de 2005), eles não são capazes de saborear o doce, por falta de receptores desse tipo. Alguns cientistas acreditam que isso se deve à dieta dos gatos incluir quase que exclusivamente alimentos ricos em proteínas, embora seja incerto se essa é a causa ou o resultado dessa falta de células adaptadas.
Entretanto, através da observação de gatos domésticos, percebe-se que, uma vez que sejam oferecidos doces, eles parecem gostar, embora não seja saudável deixá-los comer tais guloseimas, pois podem causar excessiva fermentação dentro do aparelho digestivo, gerando gases e cólicas desconfortáveis no animal. Ainda que não reconheçam o gosto doce, esses animais apresentam grande sensibilidade aos sabores ácidos, salgados e amargos, o que os torna animais muito exigentes quanto ao paladar dos alimentos que lhes são oferecidos, podendo recusar a refeição fornecida, caso notem algo de errado em seu sabor.

 Olfato

Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente  e duas vezes  mais células receptoras que os humanos, portanto, podendo sentir odores dos quais um ser humano sequer registra. Além disso, os gatos possuem um órgão sensorial no céu da boca chamado vomeronasal ou órgão de Jacobson, que atua como um órgão olfatorial auxiliar. Quando o gato franze a face, baixando a mandíbula e expondo parte da língua, está abrindo a passagem de ar para o vomeronasal. Esse olfato apurado faz com que os gatos tenham um paladar também muito apurado, o que os torna extremamente exigentes em relação à comida, de modo que raramente aceitem restos da alimentação dos humanos.

 Envelhecimento


Embora não apresentem muitos sinais externos de envelhecimento, os gatos têm a saúde fragilizada nessa etapa de suas vidas.
Ainda que apresentem poucos sinais externos decorrentes do envelhecimento, com o avanço da idade, os gatos apresentam mudanças fisiológicas significativas que afetam seu metabolismo, tornando-os mais suscetíveis e vulneráveis aos ataques de diversas doenças, como problemas na pele, olhos, ouvidos, olfato e paladar.Podem também apresentar fragilidade nos ossos e desenvolver tumores e cânceres. Normalmente, os indivíduos mais idosos apresentam letargia, diminuição do apetite e emagrecimento, culminando na insuficiência de órgãos vitais como rins, fígado e coração, o que pode levar o animal ao óbito.
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20 anos. Para que atinjam tal idade, recomenda se que, a partir dos oito anos de idade, esses animais sejam submetidos a um tratamento diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas veterinárias e exames de saúde regulares. Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o asseio com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes. Se o gato estiver com a sua visão prejudicada, deve-se evitar a mudança da localização dos seus pertences, como cama, caixa de areia e vasilhas de água e comida, pois o animal poderá continuar utilizando esses itens, desde que esteja acostumado ao local onde normalmente estão instalados. Quanto à alimentação, deve-se estimular um aumento no número de refeições, pois o gato passará a ter menos apetite e, consequentemente, comer em menores porções.
Devido a redução na quantidade de alimentos ingeridos e às mudanças fisiológicas decorrentes da idade mais avançada, o nível de energia disponível diminuirá e o animal não terá mais tanta disposição para brincadeiras. No entanto, sabe-se que gatos idosos apreciam a companhia dos humanos, devendo ser tratados com a mesma alegria, dedicação e carinho dispensados em sua fase juvenil.

 Comunicação


O cérebro dos gatos possui estrutura complexa, tendo, em média, 5 centímetros de diâmetro e 30 gramas de massa.
Os gatos conseguem comunicar-se de forma bastante eficaz, seja com humanos ou com outros seres de sua espécie. Estudos da inteligência em gatos têm demonstrado que tais animais são dotados de um aparato cognitivo capaz de lhes propiciar diversas ações, que podem ser compreendidas como sinais de inteligência. O cérebro destes animais apresenta estruturas complexas que possibilita-lhes desenvolver uma espécie de linguagem, comunicando-se por meio de miados, ronronares, bufos, gritos e linguagens corporais.
A avançada estrutura do cérebro faz com que esses felinos sejam frequentemente utilizados como animais experimentais, tendo em vista que esse órgão apresenta estrutura muito similar àquela observada no cérebro humano. Pesquisas indicam que, tanto no homem quanto no gato, o mesmo setor cerebral é o responsável pela existência de diferentes emoções .

 Miado

miado é o som típico que caracteriza o gato. É transcrito onomatopeicamente como "miau" em português (em diversas outras línguas apresenta grafia semelhante, como "meow", "miaow", "maw", etc.)
Diferentemente do ronronar, o miado possui um som mais agudo e audível a uma grande distância. A pronúncia desta chamada varia significativamente, dependendo de seu propósito. Usualmente, o gato vocaliza indicando sofrimento, solicitando atenção humana (por exemplo, para ser alimentado), ou como uma saudação. Alguns vocalizam excessivamente, enquanto que outros raramente miam. Dependendo da raça, são capazes de emitir cerca de 100 tipos de vocalizações diferentes,incluindo sons que se assemelham à linguagem humana. Os machos possuem vocalização mais forte e grave que as fêmeas e a espécie doméstica costuma miar muito mais do que a selvagem, já que é a principal forma que eles têm de chamar a atenção de seus donos.

 Ronrono

O gato geralmente ronrona quando se encontra em um estado de calma, prazer ou satisfação. Entretanto, pode ronronar quando está se sentindo angustiado, aflito ou com dor. Ronrona na presença de outros gatos ou, se ainda filhotes, na presença da mãe - por exemplo. Existem muitas teorias que explicam a origem deste som, incluindo vibração das falsas cordas vocais quando inspiram ou expiram, o som do sangue circulando pela artéria aorta, ressonância direta nos pulmões, entre outras. Atualmente, acredita-se que o ronronar é o resultado de impulsos rítmicos produzidos por sua laringe. Quando um gato emite o característico som de satisfação, é possível sentir sua garganta vibrar. Dentro da garganta, juntamente com as cordas vocais, o gato possui um par de estruturas chamadas pregas vestibulares. Alguns pesquisadores acreditam que essas pregas vibram quando o gato ronrona.
No entanto, há quem diga que as pregas vestibulares nada têm a ver com a vibração da laringe, relacionada a esse ronronar. A origem então estaria em um aumento momentâneo na turbulência do sangue no sistema circulatório do gato. Esta turbulência seria mais intensa quando o sangue é desviado para uma veia excepcionalmente larga, situada no peito do animal. Quando os músculos à volta desta veia se contraem, as vibrações provocadas pela turbulência são amplificadas pelo diafragma, antes de subirem pela traqueia e ressoarem na cavidade sinusoidal. Essa vibração faz com que o gato libere endorfina, causando uma sensação instantânea de bem-estar. É evidente que o ronronar exige pouca energia por parte do animal, uma vez que os felinos podem produzir tal som por vários minutos consecutivos.

 Outros sons

A maioria dos gatos bufa ou grunhe quando está em perigo. Alguns podem gorjear, quando observam uma presa ou expressando interesse a um objeto próximo. Quando esse som é dirigido a uma presa fora de alcance, não se sabe se é com a intenção de apresentar um barulho ameaçador, uma expressão de frustração ou para imitar o canto de uma ave (ou de uma presa da ave, como a cigarra). Recentemente, estudiosos do comportamento animal creem que este som é um "comportamento de ensaio", no qual o gato antecipa ou pratica como matar sua presa, já que o barulho usualmente acompanha um movimento da mandíbula similar ao que utilizam para matar a presa.

 Zoonoses


Gatos que caçam ratos e pássaros podem contaminar-se com o protozoário causador da toxoplasmose.
Como os demais mamíferos, os gatos são passíveis de contaminação por doenças causadas por vírus, fungos e bactérias. Estas doenças geralmente se manifestam por meio de sintomas como falta de apetite, apatia e outras alterações comportamentais. Poucas dessas doenças podem contaminar os seres humanos. No entanto, um grande número de pessoas são alérgicas a uma proteína produzida pelos felinos, apresentando sintomas no sistema respiratório quando entram em contato com fragmentos de pelos desses animais.

 Alergias

Alguns felinos podem desenvolver severas reações alérgicas quando submetidos a determinadas medicações, como, por exemplo, a ivermectina, que é tradicionalmente aplicada no controle de pequenos parasitas, como carrapatos, pulgas e piolhos. Em determinadas situações, essa substância pode ocasionar o inchaço do cérebro do felino, provocando fortes dores, perda de controle muscular, cegueira temporária, perda de apetite, retenção de urina e febre, chegando a levar o animal ao estado de coma. A forma de se combater alergias desse tipo é por meio da aplicação de antídotos contra ação do medicamento anteriormente ministrado.
Muitos humanos são alérgicos à glicoproteína Fel d 1, presente na saliva dos gatos e transmitida em contato com a pele ou com o pelo do animal. A glucoproteína Fel d1 pode gerar espirros, irritação das vias respiratórias e, em casos mais agudos, asma, rinite e outras reações alérgicas. No dia 24 de setembro de 2006, a empresa biotecnológica Allerca anunciou o começo da criação dos primeiros gatos hipoalergênicos. Além disso, existem algumas raças de gatos que produzem pequenas quantidades da proteína responsável pela reação alérgica, não causando, deste modo, problemas às pessoas sensíveis.

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial. Trata-se de uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e de produção, incluindo suínos, caprinos, aves, animais silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (bovinos, suínos, cabras, etc). Usualmente, os gatos são responsabilizados pela transmissão direta da toxoplasmose aos humanos, mas pesquisas atuais indicam que na maioria das vezes essa acusação é incorreta, tendo em vista que o Toxoplasma gondii, causador da doença, necessita de um período de incubação após ser expelido pelo organismo do animal, por meio das fezes. Deste modo, para que haja contaminação, é necessário que haja contato com as fezes secas do animal. Portanto, bastaria manter o gato em um ambiente higienizado, com limpeza diária de sua caixa de areia, para não haver preocupação em adquirir essa zoonose.
A toxoplasmose pode ser perigosa especialmente para a mulher grávida, sendo uma possível causadora de má-formações fetais e surdez congênita. Os felinos desempenham um papel chave no ciclo desta enfermidade, sendo hospedeiro do parasita. O gato pode adquirir a doença ao se alimentar de algum pássaro ou rato infectado. Logo, os gatos envolvidos na transmissão são somente aqueles que têm possibilidade de caçar ratos (gatos silvestres ou de fazendas). Como os gatos doméstico são, normalmente, alimentados apenas com ração, esse risco é extremamente reduzido, bastando certificar-se de que o gato de estimação não tenha por hábito caçar animais. Destaca-se ainda que é improvável que um gato doméstico ingira os animais que caça, tendo em vista que a maioria trata a carcaça de suas vítimas como "troféus", não se alimentando delas. Quando contaminado, o felino excreta os oocistos ("ovos" do protozoário) nas suas fezes, e o humano pode ser infectado via oral ao não lavar as mãos corretamente depois de limpar a caixa de areia do animal, ou não lavar os vegetais que foram plantados em locais que contêm fezes de gatos, por exemplo. Mas a contaminação apenas é possível se esse contato ocorrer após o período de incubação desses ovos. Assim, boas condições de higiene tornam improvável algum tipo de infecção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal contágio da toxoplasmose não é o contato com gatos domésticos, mas sim a ingestão de protozoários presentes na carne vermelha crua ou mal cozida, bem como em vegetais mal lavados e contaminados com dejetos de animais.

 Leucemia felina


Gatos que vivem nas ruas são mais suscetíveis a doenças como a Leucemia e a Panleucopenia felina.
A leucemia felina, provocada por um vírus, é uma das doenças mais complexas que afeta os gatos. Diferentemente da versão humana da doença, é contagiosa, podendo ser transmitida de gato para gato por meio da saliva ou pelo contato com sangue contaminado. No entanto, não é transmitida aos seres humanos, tendo em vista que o agente causador somente sobrevive no organismo dos felinos. A vacinação contra a leucemia confere proteção aos gatos em 95% dos casos. A castração reduz a possibilidade de contaminação, já que o animal tende a permanecer mais em casa e não ter contato com outros gatos.
A leucemia felina é uma doença desconhecida por muitos veterinários, que, ao não saber como tratá-la, recomendam o sacrifício do animal. Inicialmente, esta doença se manifesta pela perda parcial da defesa imunológica do gato portador. Porém, trata-se de uma doença degenerativa, cuja gravidade vai avançando ao mesmo tempo que reduz a expectativa de vida em alguns anos. Tratamentos podem abrandar os problemas, sobretudo se o gato viver em boas condições, uma vez que, devido à baixa imunidade, qualquer doença de menor gravidade pode ser altamente perigosa para o animal. Durante o estado crítico, o gato necessita de cuidados e boa alimentação, acompanhado por veterinários, e do uso do interferon. A leucemia felina "terminal" ocorre quando a doença atinge a medula óssea, anulando totalmente a produção de glóbulos brancos para a sua defesa; quando esta ocorre, o animal começa a ter a sua saúde deteriorada rapidamente e passa a sofrer fortes dores, de modo que o sacrifício é a única solução.

 Panleucopenia felina


Brigas entre gatos podem fazer com que eles tenham contato com sangue e saliva de animais contaminados.
A panleucopenia felina é uma doença viral que acomete gatos domésticos e outros membros das famílias Felidae, Mustelidae, Viverridae e Procyonidae. O agente causador é um vírus classificado como parvovírus felino. Essa doença não é transmissível ao homem e nem a outros animais de estimação. Trata-se de uma enfermidade altamente contagiosa aos felinos, caracterizada pelo aparecimento súbito de febre, falta de apetite, depressão, vômitos e diarreia, desidratação e leucopenia.
O vírus da panleucopenia felina é um parvovírus pequeno pertencente à família Parvoviridae. Essa doença é considerada um dos distúrbios gastrointestinais mais mortais para os gatos, apresentando taxa de mortalidade de aproximadamente 80% dos indivíduos contaminados.[69] Os gatos que vivem soltos estão mais expostos à contaminação pelo vírus da doença. A vacinação é bastante eficaz, sendo a incidência de panleucopenia muito baixa nas populações de gatos que recebem as doses da vacina nos primeiros meses de idade. Contudo, foram relatadas ocorrencias da panleucopenia transmitida pelo colostro e pelo leite.
Os incubadores do vírus são os próprios gatos, sendo que a transmissão é feita mediante contato direto com os gatos contaminados e/ou doentes, através de alimentos ou água contaminada, pelo contato com fezes ou urina (que ocorre quando um animal sadio usa uma caixa de areia contaminada por um gato doente), contato com vômito, saliva, ou ectoparasitas como pulgas e carrapatos.
Os indivíduos doentes passam por um tratamento de elevada complexidade. Os animais que conseguem sobreviver mais de uma semana, evitando-se a todo o custo a desidratação, têm possibilidade plena de se salvar. Contudo, isto ocorre apenas em 20% dos casos, indicando que a prevenção por meio da aplicação de vacinas ainda é a melhor forma de se evitar a ocorrência do problema.

Peritonite infecciosa felina


O compartilhamento de uma mesma caixa de areia entre diferentes gatos pode aumentar o risco de transmissão de algumas doenças, como a PIF.
A peritonite infecciosa felina, mais conhecida pelo acrônimo PIF, é uma síndrome viral contagiosa entre os felinos, que contamina o intestino, o fígado, os rins, o cérebro e e todo o sistema nervoso dos animais, levando à formação abcessos nos órgãos afetados.
A peritonite infecciosa felina é transmitida por meio de contato com as fezes contaminadas, o que ocorre, sobretudo, quando diversos gatos dividem uma mesma liteira. Pode também ser transmitida aos filhotes de gatas doentes, por meio do leite. Contudo, trata-se de um vírus que ataca exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.
Dentre os principais sintomas, estão a perda de apetite, emagrecimento rápido do animal, anemia, diarreia, febre constante, abdômen distendido, e inchaço nos gânglios linfáticos. Não há cura para a PIF, sendo que, após a contaminação, o gato vive por, no máximo, dois anos. Ainda não há vacina eficaz contra essa doença. Normalmente, quando os sintomas se agravam, é praticada a eutanásia, visando minimizar o sofrimento, tendo em vista que as manifestações dos sintomas dessa doença, em sua fase terminal, causam dores intensas no animal.

 Síndrome urológica felina


Radiografia evidenciando a existência de um cálculo na bexiga de um gato. A mancha mais clara, na ponta da seta, indica a presença de calcificação no interior do órgão em questão.
A síndrome urológica felina consiste num conjunto de problemas que surgem nos felinos com o avanço da idade. O animal afetado apresenta problemas inflamatórios no sistema urinário, dentre os quais destacam-se a cistite, uremia e formação de cálculos renais e na bexiga.
O principal sintoma consiste na dificuldade e dor ao urinar; algumas vezes nota-se a presença de sangue na urina. As causas dessa doença estão ligadas à alimentação do animal, além de fatores genéticos que implicam uma predisposição à sua ocorrência. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos contra as dores e a infecção, além de um rigoroso controle na dieta do animal. Deve ser oferecida água limpa em abundância e rações que não tenham acidificantes em sua formulação, ou apresentem elevados índices de magnésio.
Com uma alimentação adequada, há uma considerável diminuição da probabilidade de formação de cálculos no sistema urinário. Existem no mercado diversas rações balanceadas para diferentes tipos de gatos, variando de acordo com diversos elementos, como a raça do animal, sua idade, sexo, se é castrado ou não. É até mesmo possível encontrar rações específicas para gatos portadores da síndrome urológica felina, capazes de reduzir o pH urinário e melhorar o funcionamento dos rins, auxiliando na dissolução dos cálculos existentes e prevenindo a formação de novas calcificações.

 Raças


Gato da raça abissínio, umas das 26 mais comuns do mundo. É forte e ativo.
Os gatos apresentam uma grande variedade de cores e padrões. As raças podem ser divididas em três categorias: pelo longo, pelo curto e pelo ralo. A pelagem pode ainda ser dividida em lisa ou ondulada, existindo variações intermediárias. A cor dos olhos também podem estar relacionadas a certas raças. Os gatos persas, por exemplo, costumam apresentar íris com a mesma coloração dos pelos. A maior parte das raças foram desenvolvidas recentemente, de modo a ressaltar determinadas características desejadas e inibir outras indesejadas. Por exemplo, enquanto um gato bengal possui pernas alongadas, um Munchkin jamais deve apresentar tal característica. Ou ainda, enquanto que caudas longas e exuberantes são imprescindíveis para a beleza dos persas e himalaios, não fazem parte do padrão existente para a raça Bobtail. Diferentes raças tendem a apresentar graus distintos de suscetibilidade a certas doenças. Os gatos do padrão Keltic Shorthair normalmente são mais resistentes a problemas de saúde, uma vez que tais animais derivam de gatos de rua. Nesse caso, a seleção natural faz com que apenas os animais mais adaptados sobrevivam e consigam passar seus genes adiante.
Estima-se que, atualmente, existam mais de 250 diferentes raças de gatos domésticos.Algumas delas surgiram naturalmente, a partir de cruzamentos entre gatos sem raça definida que portavam diferentes características. Outras foram desenvolvidas por meio de cruzamentos planejados por criadores, visando um aprimoramento genético, com a intenção de ressaltar determinadas feições dos animais. Segundo associações de criadores de felinos, como a Associação Internacional de Gatos (TICA), as raças de gatos mais comuns existentes na atualidade são as seguintes:

 Raças mais comuns

Abissínio
Os gatos abissínios possuem origem indiana. Caracterizam-se pelo comportamento retraído e discreto, com miados baixos. O corpo é esguio e musculoso, o que lhes confere agilidade. Com isso, tornam-se felinos ativos, que precisam de muita atividade física. Costumam interagir com outros gatos, mesmo que pertençam a raças diferentes.

Chartreux de olhos amarelos. Fortes, silenciosos e ágeis, são bons caçadores de pequenas presas, como os ratos.
Angorá
Os gatos da raça Angorá surgiram na região de Ankara, na Turquia Central, e são conhecidos na Europa desde o início do século XVII. Os representantes desta raça são animais dóceis e amistosos. Curiosos, gostam de escalar até pontos elevados, de onde possam observar a movimentação.
Bengal
O Bengal é uma raça recente, derivada de cruzamentos induzidos entre gatos domésticos e o leopardo-asiático (Prionailurus bengalensis). Tal cruzamento só foi possível devido ao fato do leopardo-asiático possuir o mesmo número de cromossomos do gato doméstico, o que tornou possível a realização de cruzamentos que originassem descendentes férteis. Esses animais apresentam tamanho médio a grande, com peso entre 5,5 a 9 kg. Possuem pelo curto, estrutura óssea bastante forte e uma cabeça relativamente grande, com contornos arredondados e ligeiramente comprida, lembrando o formato dos felinos selvagens.
Bobtail japonês
O Bobtail surgiu no Japão no século VII, país no qual é bastante popular e onde acredita-se que a existência um espécime tricolor desse animal traz sorte, felicidade e prosperidade. A principal característica do Bobtail é a pequena cauda, que mede entre oito e dez centímetros quando esticada. O gato sempre a mantém curvada, o que a deixa com a aparência de um rabo de coelho. É uma raça de porte elegante, com uma boa musculatura, porém esbelta. Suas pernas são esguias, sendo as posteriores ligeiramente maiores que as anteriores.
Bombay

O gato LaPerm apresenta pelos longos e cacheados, que remetem a um saca-rolhas.
O Bombay é um gato originário dos Estados Unidos. Surgiu na década de 1960, por meio de cruzamentos entre diferentes gatos pretos de pelo curto americano. Esses gatos apresentam a pelagem completamente negra e curta, com textura aveludada, sem a presença de pontos brancos. Seu tamanho é médio, sendo o macho maior que fêmea. Os gatos dessa raça miam pouco, mas, em contrapartida, costumam ronronar intensamente. É sociável e necessita sempre de companhia, não adaptando-se bem à vida solitária.
Chartreux
Os gatos Chartreux apresentam coloração cinza-azulada, com pelos curtos, densos e grossos. Os gatos desta raça são muito silenciosos, de modo que raramente miam. São muito ativos e necessitam de bastante espaço físico para correrem exercitarem-se. Quando privados de espaço, podem ficar irritadiços e demonstrar alguma agressividade. Originário da França, o Chartreux é um animal afetuoso e sociável. Possui um apurado instinto de caça e uma forte musculatura, que lhe dá condições para atacar rapidamente pequenas presas como pássaros e roedores.

Exemplar de gato siamês. É uma das poucas raças de gato que podem ser realmente adestradas.
Cornish Rex
O Cornish Rex é um gato de pelo curto e ligeiramente cacheado, originário da Inglaterra. Possui um aspecto rústico e é considerado um excelente animal de estimação, uma vez que convive muito bem com os humanos, mesmo no caso da presença constante de estranhos. É um animal de fácil tratamento, não exigindo cuidados muito complexos.
Himalaio
O gato Himalaio foi criado por meio de cruzamentos consecutivos entre espécimes das raças persa e siamês. Deste modo, combinam a vasta e sedosa pelagem dos persas com o porte e a marcação de cores presentes nos siameses. São gatos apegados aos donos e bastante brincalhões, de modo que sempre necessitam da companhia humana ou da presença de brinquedos para se distraírem. Sua principal característica é a pelagem densa com coloração do tipo colourpoint, na qual as extremidades do rabo, patas e cabeça assumem uma tonalidade mais escura em relação ao corpo.

Podendo alcançar peso superior a 20 kg, o Maine Coon é a maior raça de gatos existente. Originalmente norte-americano, é dócil, dono de macia pelagem e capaz de tolerar climas rigorosos.
LaPerm
O gato LaPerm foi registrado em 1982, nos Estados Unidos. Trata-se de um felino de pelagem longa e cacheada, com espirais lembrando um saca-rolhas. Apresenta comportamento bastante interativo. É um gato muito procurado por pessoas que gostam de animais que se adaptem aos costumes do lar. Sua personalidade marcante faz com que o LaPerm desenvolva uma forte ligação afetiva com os donos e esteja sempre pronto para brincadeiras, até mesmo com estranhos.
Maine Coon
O Maine Coon é um gato norte-americano, conhecido pelo seu avantajado tamanho em relação às demais raças. Foi primeiramente reconhecido como raça oficial no   estado norte-americano do Maine, onde era famoso pela sua capacidade de caçar ratos e de tolerar climas rigorosos. Devido ao seu grande porte físico, também é conhecido como "o gigante gentil". Originalmente um gato de trabalho, o Maine Coon é resistente, rústico, capaz de suportar as intempéries. Seu pelo é macio e seu corpo muito bem proporcionado, de aparência retangular e balanceada, sem partes exageradas em tamanho. É musculoso, de tamanho médio para grande. As fêmeas geralmente são menores que os machos. O comportamento do Maine Coon é extremamente dócil, meigo, companheiro, dando-se bem com outros gatos e outros animais de estimação, como o cão. É um gato de fácil adaptação, e essencialmente muito amigável. É carente de cuidados e atenção, necessitando sempre companhia. Seu miado é um dos mais curiosos, por ser semelhante ao cricrilar de um grilo.
Mau egípicio

Os gatos da raça Mau egípcio descendem diretamente dos primeiros gatos domesticados no Antigo Egito.
O Mau Egípcio é uma raça que descende diretamente dos gatos da época do Antigo Egito. Pode ser visto em papiros e construções egípcias anteriores a 1000 a.C. Exemplares foram levados à Europa e, mais recentemente, a raça foi desenvolvida nos Estados Unidos a partir de cruzamentos entre exemplares europeus. É um gato doméstico de temperamento calmo. Esperto e dedicado, possui laços afetivos extremamente fortes com os seus donos. Seu aspecto é perfeitamente balanceado entre esbelto e roliço. Sua cabeça é levemente arredondada. O focinho não é pontudo e os seus olhos são oblíquos, de formato oval, geralmente apresentando cor verde.
Munchkin
O Munchkin é um gato de pernas curtas e corpo alongado. Em função do formato peculiar, é apelidado de Basset Hound felino. É dócil, sociável e amável. É ativo como outros gatos, mas não pula tão alto devido à pequena altura das suas pernas, que chegam a medir apenas um terço do tamanho observado nas outras raças. A pelagem é bastante variável, podendo ser longa ou curta, com várias tonalidades e cores diferentes.
Norueguês da Floresta
Como o próprio nome diz, o gato Norueguês da Floresta se originou nas áreas florestais da Noruega. A necessidade de se abrigar durante os invernos frios da Escandinávia transformou seu manto em uma espécie de cobertor macio, protegendo-o do vento, do frio e da umidade da neve. Para proteger-se do frio, este gato também dispõe de abundante camada de pelos ao redor do pescoço, formando uma densa juba. Como originaram-se de gatos que viviam ao ar livre, os representantes dessa raça possuem a característica de serem excelente caçadores e apresentarem grande independência em relação à seus donos.


Pelo curto americano

O gato Norueguês da Floresta apresenta densa pelagem na região do pescoço, que lhe protege contra o frio.
O gato de pelo curto americano foi criado a partir do padrão observado nos gatos que se procriaram nas ruas das grandes cidades dos Estados Unidos. São conhecidos por sua longevidade, saúde e docilidade com crianças. Resistente, tem seu corpo muito bem proporcionado, forte, ágil, balanceado e simétrico. Seu corpo é mais comprido do que alto, de tamanho médio para grande. As fêmeas são menos robustas em relação aos machos. Sua pelagem é curta e de textura dura. Variações na grossura dos pelos são observadas de acordo com a região e estação do ano. A pelagem é densa o suficiente para proteção do tempo, frio e cortes superficiais na pele.
Pelo curto brasileiro
O gato de pelo curto brasileiro foi a primeira raça genuinamente brasileira a ser reconhecida internacionalmente. Criado a partir do padrão observado nos gatos descendentes da subespécie Felis silvestris iberica, que se procriaram nas ruas das cidades brasileiras, são conhecidos por sua longevidade, resistência e docilidade com adultos e crianças. O pelo é bem deitado junto ao corpo, cabeça e orelhas de tamanho médio, proporcionais a largura da base, bem colocadas. Os olhos ligeiramente oblíquos e o nariz da mesma largura da base até à ponta. Peito largo, pernas de tamanho médio e patas arredondadas, também de tamanho médio. O corpo é forte, musculoso, mas o aspecto geral é de um gato muito ágil e elegante.
Gato persa, a raça com pedigree mais comum no Brasil.
Pelo curto europeu
O gato de pelo curto europeu foi naturalmente desenvolvido a partir do cruzamento entre os gatos de diferentes raças que viviam nas ruas das cidades cidades da Europa continental. É conhecido por sua longevidade e resistência a doenças. Assemelha-se bastante ao gato de pelo curto brasileiro, mas, devido ao clima mais frio da Europa, possui uma pelagem mais densa e compacta. Assim como as demais raças de gatos surgidas nas ruas, apresenta excelente visão noturna e bom faro, o que lhe permite caçar roedores na ausência de alimentos fornecidos pelos humanos.
Pelo curto inglês
Sendo conhecido há cerca de dois mil anos, o gato de pelo curto inglês é a mais antiga raça de gatos da Inglaterra. É um gato elegante, compacto, bem balanceado e forte, que prefere estar no chão e não tem entre suas especialidades a velocidade, ou a agilidade. A cabeça é arredondada, com bom espaço entre as orelhas. Devido à sua inteligência, é uma das raças preferidas para filmes em Hollywood e comerciais de televisão.

Os gatos da raça Ragdoll, conhecidos por serem dóceis, têm em seu nome o significado de "boneca de pano".
Persa
Os gatos persas originaram-se na antiga Pérsia (atual Irã). No século XVII, foram levados à Itália, onde sua pelagem macia e brilhante fez com que imediatamente ganhassem popularidade. Atualmente, esta é a raça de gato doméstico mais popular no Brasil e na maior parte do mundo.[92] Os persas são gatos muito procurados por pessoas que vivem em espaços pequenos, como apartamentos, pois seus miados são baixos e pouco comuns, além do fato desses animais apresentarem um forte apego ao seu dono. Caracteriza-se pela pelagem comprida e sedosa, com uma cabeça grande e redonda, orelhas pequenas e arredondadas com tufos de pelos no interior, olhos grandes e redondos de coloração vívida e patas curtas, porém musculosas. O padrão comum da raça apresenta focinhos achatados (flat face), porém alguns exemplares possuem focinhos um pouco mais alongados (doll face).
Ragdoll
O gato ragdoll foi desenvolvido em meados do século XX, nos Estados Unidos. Seu nome, que significa "boneca de pano" em inglês, indica uma característica peculiar da raça, que é relaxar completamente ao ser colocado no colo. É tão dócil que permite ser jogado de um lado para o outro, algo que nem todos os gatos aceitam. É um gato muito quieto e gentil, e uma vez que escolha um dono, o acompanhará permanentemente. É uma raça caseira e, por sua docilidade, totalmente indefesa quando livre, necessitando, portanto, exclusivamente do ambiente interno. Não possui muita necessidade de atividades físicas, sendo mais sedentário que gatos de raças menores.

O Sagrado da Birmânia descende de uma linhagem felina que vivia nos mosteiros budistas birmaneses.
Ocicat
O gato Ocicat surgiu nos Estados Unidos em 1964, quando uma criadora comercial realizava cruzamentos entre abissínios e siameses. Ao cruzar um abissínio-siamês com um com um siamês chocolate point, obteve um gato com a pelagem semelhante a de um jaguar. Batizou a nova raça de "Ocicat", pela semelhança desse gato com a jaguatirica (que, em inglês, é chamada de Ocelot). Apesar desta aparência singular, o Ocicat não é híbrido entre gatos domésticos e espécimes selvagens. Possui grande porte, com patas ovais, pernas robustas bem musculosas e rabo alongado. Seu pelo segue um padrão manchado, assemelhando-se ao observado nos felinos selvagens. Seus olhos podem apresentar quase todas as tonalidades de cores, excetuando-se o azul.
Sagrado da Birmânia
O gato sagrado da Birmânia recebeu esse nome por descenderem diretamente de uma linhagem de gatos que viviam dentro dos mosteiros budistas birmaneses. Segundo a lenda budista, havia, em um determinado templo, um gato branco de pelo comprido que era o fiel companheiro de um sacerdote. Quando este morreu, assassinado por invasores, o gato pulou para cima do corpo de seu dono e aí ficou, para evitar que alguém se aproximasse. Nesse momento, sua pelagem foi ficando cor de creme. Os olhos dourados tornaram-se azuis e as patas, nariz, orelhas e cauda azuis-cinzentos. Apenas os quatro pés, que estavam em contato com o corpo do defunto, permaneceram brancos. Os espécimes dessa raça apresentam olhos azuis, pelos longos e corpos musculosos. A pelagem não forma nós, nem cachos, exceto da região do abdômen. As fêmeas pesam no máximo 5 kg, sendo bem menores do que os machos, que podem chegar aos 8 kg. Sempre andam com a cauda ereta e nascem brancos, adquirindo a coloração definitiva após alguns meses. Alguns gatos dessa raça nascem portando cardiopatias congênitas.

Um gato da raça Savannah, possui como sua marca a orelha pontiaguda.
Savannah
O Savannah é um animal híbrido derivado de cruzamentos entre o gato doméstico e o serval africano (Leptailurus Serval). Possui esse nome pelo fato do serval habitar as savanas. Pelo fato da raça ser resultante do cruzamento de espécies diferentes, a maioria dos Savannah é estéril, o que a torna uma raça muito rara. Possui um porte intermediário ao do gato doméstico e ao do serval, com a cabeça possuindo formato triangular, orelhas esguias e de tamanho grande, e a pelagem formada por manchas iguais a do serval, porém com a cor do pelo variando entre prateado, dourado ou marrom. Sua personalidade é independente, contudo, não apresenta traços da agressividade existente nos animais selvagens.

Diferente das outras raças, os Scottish Folds apresentam as pontas das orelhas caídas.
Scottish Fold
O Scottish Fold é um gato originário da Escócia. Possui um porte robusto, pelos macios e face bem arredondada. Sua característica mais marcante está nas orelhas que, ao contrario dos demais gatos, são pequenas e com pontas dobradas para dentro. É bastante companheiro e tolerante com animais de outras espécies. Possui nível médio de atividade, não sendo nem muito agitado nem muito pacato. Os gatos dessa raça praticamente não miam, exceto quando estão no cio. Sua coloração é cinza-azulada, podendo variar entre tons mais claros e mais escuros, sempre contrastando com áreas de pelagem branca. O pelo azul pode ficar levemente marrom antes da troca, que normalmente ocorre duas vezes por ano.

Gato Sphynx, a única raça que não possui pelos.
Siamês
Os gatos siameses receberam esse nome por serem originais do antigo Sião (atual Tailândia). Trata-se de um gato de psicologia complexa, frequentemente imprevisível em suas reações. Por isso, precisa viver em espaço amplo, onde possa dar seus passeios noturnos. Costuma miar bastante, sobretudo no período do cio. A característica mais marcante dessa raça está na cabeça, perfeitamente triangular, ornamentada por um par de olhos azuis. Tais gatos nascem quase totalmente brancos, sendo que a pelagem das partes menos aquecidas (orelhas, patas e cauda) escurece à medida que se tornam adultos; a pelagem das partes mais aquecidas, como o umbigo, permanece clara. O tom dos pelos em geral tende a escurecer conforme a idade do animal, devido à circulação sanguínea menos eficiente, e gatos que vivem em ambientes mais frios são geralmente mais escuros que espécimes em ambientes mais quentes. É uma das poucas raças de gato que pode ser realmente adestrada, aceitando inclusive a passear de coleira com seus donos, como fazem os cães, desde que treinados desde pequenos.
Sphynx
O Sphynx é uma raça originária do Canadá. Ficou famosa por não possuir pelos, sendo assim muito procurado por pessoas que gostem de gatos, mas possuam alergia a seus pelos. Devido a essa ausência de pelos, esse animal é vulnerável ao frio e ao calor, podendo sofrer queimaduras solares nas partes mais claras da pele.
Tonquinês
O Tonquinês é uma raça desenvolvida no início do século XX, a partir do cruzamento entre gatos siameses e gatos birmaneses. Inicialmente, foi denominado "siamês dourado", mas, após diversas gerações, a raça conseguiu reconhecimento próprio. De caráter afetuoso e sociável, é muito inteligente. Por sua genética mista, no cruzamento entre tonquineses, apenas a metade da prole será de representantes dessa raça.O Tonquinês ainda é pouco difundido na Europa, ao contrário do que ocorre em sua área de origem, a América do Norte, onde é bastante comum encontrar criadores que comercializem esses animais.

 Mitologia e cultura popular


Antiga estátua egipícia fundida em bronze, pertencente ao acervo do Museu do Louvre, exibe uma gata amamentando dois filhotes.
Os gatos sempre foram muito referenciados na cultura popular. Dentre os antigos povos que reverenciavam os gatos, destacam-se as civilizações egípcia, birmanesesa, celta, latina, nórdica e persa. Todas essas culturas tinham em comum a presença de deuses que apresentavam-se na forma de gatos.
Na cultura celta, a deusa Ceridwen possui uma relação com o culto ao gato, por meio de seu filho Taliesin, o qual, em uma de suas reencarnações, foi descrito como sendo um gato de cabeça sarapintada.Na mitologia nórdica, existe a deusa Freya, a qual possui uma carruagem puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa: a fertilidade e a ferocidade. Esses gatos exibiam as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuosos, ternos e ferozes. Os templos pagãos da região nórdica eram frequentemente adornados com imagens de gatos. Na Finlândia, havia a crença de que as almas dos mortos eram levadas ao além por meio de um trenó puxado por gatos.[103] A cultura islâmica relata várias associações entre os gatos e o profeta Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava.
Na Ásia, os gatos foram venerados pelos primeiros budistas, devido a sua capacidade elevada de auto-domínio e ao fato do animal apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da meditação. Na China, estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Tal povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus tinham duas caudas.
Os hebraicos acreditavam que o gato teria sido criado por Deus dentro da Arca, quando Noé, preocupado com a proliferação dos ratos que se procriaram excessivamente na embarcação, implorou à Deus para que Ele providenciasse uma solução. Deus então fez com que o leão da Arca espirrasse, e do espirro desse felino, surgiram os gatos domésticos.
Durante a Idade Média, os gatos foram vítimas de inúmeras crueldades, pois algumas pessoas acreditavam que esses animais eram possuídos pelo diabo. No século XV, o papa Inocêncio VIII chegou a incluir os gatos pretos na lista de seres hereges perseguidos pela Inquisição. Assim, esses gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, assim, queimados nas fogueiras juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria.

Gato preto da raça Norueguês da Floresta.
De acordo com um mito existente em diversas culturas, os gatos possuem sete ou nove vidas. Esta lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida.Outro fator também responsável por essa crença é que, ao cairem de grandes altitudes, os gatos quase sempre atingem o solo apoiados sobre as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de equilíbrio, permitindo-lhes girar rapidamente usando a cauda como contrapeso.Quando abandonados em áreas remotas, distantes da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. Isso faz com que eles sejam frequentemente vistos como animais resistentes, dotados de várias "vidas". Entretanto, a expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade.

 Gato preto

Um gato preto ou negro possui pelagem totalmente de cor escura, muito associado à crenças e superstições. Na Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. Por isso, a tradição diz que cruzar com um gato preto é sinal de mau agouro. Em outras culturas, os gatos dessa cor são reverenciados, estando associados a presença de boa sorte. Os animais de cor preta frequentemente estão presentes em histórias de suspense e terror. Um conto muito popular tratando desse animal é O Gato Preto, de Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração. Histórias desse tipo acabam levando algumas pessoas a desenvolverem um medo patológico de gatos, que é denominado ailurofobia.

 Os gatos e a sociedade humana


Desenho do gato Frajola (Silvester, em Portugal) no logotipo de um esquadrão do Exército dos Estados Unidos.
Muito utilizados como animais de estimação, os gatos podem ter efeitos benéficos, a medida em que atuam como animais de companhia, auxiliando no tratamento da depressão em seres humanos.Estudos científicos indicam que existe uma redução de 30% no risco de ocorrências de infartos nas pessoas que têm gatos como animais de estimação. O provável motivo é que o convívio com esses pequenos felinos minimizam o nível de estresse, um dos principais responsáveis pelo surgimento de problemas cardiovasculares.
A presença constante desses animais na sociedade humana faz com que frequentemente sejam criados personagens baseados neles.
  • CatDog: uma criatura metade gato, metade cão; era o personagem de um desenho animado que dava nome à animação de Peter Hannan. A série teve duração de quatro anos (1998 – 2001).
  • Bafo-de-Onça: João Bafo-de-Onça é conhecido como ladrão de bancos e inimigo de Mickey Mouse. Sua primeira aparição foi em 1925.
  • Comichão: personagem do desenho animado que diverte os Simpsons.
  • Frajola: personagem da Looney Tunes, rival do canário Piu-piu.
  • Hello Kitty: figura de uma gata branca japonesa com traços humanos. Virou logomarca em 1976. É distribuída mundialmente.
  • Garfield: criação de Jim Davis, é um dos personagens mais famosos de tirinhas de jornal.
  • Gato de Botas: datado de 1697, é um conto de fadas do francês Charles Perrault
  • Gato Felix: é um personagem de desenho animado da época dos filmes mudos. Considerado o primeiro personagem de animação em série a conquistar a atenção do grande público.
  • Manda-Chuva: série produzida por Hanna-Barbera entre 1961 e 1962, conta a história de um grupo de gatos que vivem em um beco de Nova Iorque, cujo líder dá nome à animação.
  • Tom: personagem em constante rivalidade com Jerry, o rato. Suas armações geram sempre grandes confusões para si. Tom e o ratinho dividem a mesma casa.
  • Blaze the Cat: Uma gata roxa, princesa de outra dimensão, que fez sua primeira aparição em Sonic Rush. Apareceu também em Sonic Rush Adventure e Sonic the Hedgehog (2006).

Hamster:
 
Como ler uma caixa taxonómicaHamster
Goldhamster.jpg
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Rodentia
Superfamília:Muroidea
Família:Cricetidae
Subfamília:Cricetinae
Fischer de Waldheim, 1817
Géneros
Ver texto
Hamster ou Criceto é uma designação comum a diversos pequenos mamíferos roedores, da sub-família Cricetinae, encontrados na África e Ásia, dotados de grande bolsa facial e de cauda muito curta.
É também o nome vulgar de um roedor nativo da Síria (Mesocricetus auratus), encontrado no mundo todo como animal de estimação ou como cobaia.
 

 Características

Possuindo grandes dentes incisivos que estão em constante crescimento, necessitam estar sempre roendo para evitar que cresçam demais.
O tempo de vida médio dos hamsters é de dois anos sem acasalamento,contudo alguns podem viver até três ou quatro anos, dependendo da espécie.
Existem diferentes espécies de hamsters espalhados por todo o mundo e muito deles habitam regiões semi-desertas onde vivem em tocas.
Estas tocas são formadas por vários túneis e câmaras que são utilizadas para armazenar comida ou dormir. Os hamsters são animais noturnos, que dormem durante o dia quente e ficam acordados à noite quando está mais frio. Eles vêem muito mal , mas têm o olfato apurado e uma excelente audição.
Muitas espécies de hamsters têm as bochechas dilatáveis, isto é, bochechas que aumentam de tamanho, onde eles podem carregar comida e forragem para ser guardada em sua toca.
A palavra hamster tem sua origem na palavra alemã "hamstern" que significa "acumular" ou "armazenar", uma referência às suas bochechas.
Poucas espécies de hamster são criadas como animais de estimação, mas atualmente o hamster é um dos mais populares animais de estimação em diversos países por ser docil e carinhoso.
As principais espécies que são criadas como animais domésticos são o Anão Russo e o Sírio. A primeira espécie apresenta o corpo peludo que traz alergia, e a pelagem de listras pretas e brancas. O Sírio tem corpo alongado e a pelagem de cores variadas, branco, preto ou amarelo (marrom claro).
Uma característica muito interessante do hamster é o fato de eles morrerem de pernas para o ar ao contrario dos outros roedores, que morrem deitados.
De acordo com as pesquisas cientificas, um hamster é capaz de imitar tudo o que vê até que seja na televisão, qualquer outro animal da sua espécie, tornando-se assim um animal muito inteligente.

 Espécies

Pode-se dividir as espécies do Hamster em selvagens e domesticáveis, de acordo com a possibilidade ou não da criação em cativeiro. Segundo este critério, tem-se:

 Selvagens

 Domesticáveis

 Curiosidades

  • Apesar de não manifestar afeto, e ser caracteristicamente de comportamento individualista mesmo com os da própria espécie, o hamster pode ser condicionado a aprender alguns truques, utilizando-se para isto da técnica de oferecer recompensas.
  • São animais independentes, pois não precisam de cuidados como banhos, nem vacinas (não transmitem doenças, desde que estejam em um ambiente sem doenças), e tendo uma gaiola confortável com comida de qualidade e água limpa viverá sem nenhum problema.

 Classificação

    Coelho:
     
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    Os coelhos são mamíferos lagomorfos da família dos leporídeos, em geral dos gêneros Oryctolagus e Sylvilagus. Caracterizam-se pela cauda curta e as orelhas e patas compridas. Esses pequenos mamíferos encontram-se facilmente em muitas regiões do planeta. O termo é utilizado para referir as espécies de oito géneros, incluindo o coelho-de-amami (Pentalagus), os coelhos-americanos (Sylvilagus) e o coelho-pigmeu (Brachylagus). Alguns autores incluem o género Caprolagus no grupo dos coelhos (coelho-asiático), mas a maioria classifica-o como pertencente às lebres. A espécie mais comum é a Oryctolagus cuniculus, ou coelho-europeu.
    Episódio clássico de perturbação ecológica foi a introdução do coelho-europeu na Austrália. Levado para aquele país no século XIX, esse mamífero ali se multiplicou em níveis insuspeitáveis ao se ver livre dos predadores naturais e logo se converteu em praga para a lavoura. Todos os esforços para controlar a situação foram inúteis, até que se inoculou nos animais a mixomatose infecciosa, doença endêmica entre os coelhos brasileiros mas que para o europeu foi fatal em 99% dos casos.
    Os coelhos possuem orelhas e pernas compridas - embora menores do que as das lebres verdadeiras - têm a cauda curta e não sobressai como corredor. Os dois gêneros de coelhos mais representativos são o Oryctolagus, a que pertence o coelho europeu comum, e o Sylvilagus, com muitas espécies norte-americanas e o tapiti ou coelho-do-mato brasileiro. A maior parte de suas espécies costuma abrir galerias subterrâneas, onde diversas gerações se sucedem nos ninhos. Seu corpo também é sempre menor que o das lebres.
    Segundo a classificação científica, os coelhos pertencem, ao reino Animalia, ao filo Chordata, ao subfilo Vertebrata, à classe Mammalia, à ordem Lagomorpha, à família Leporidae.

     Visão geral

    Coelho overview.ogg
    O coelho é um animal peludo de longas orelhas e rabo curto e fofo. Os coelhos não andam ou correm como maioria dos outros animais de quatro pernas. Um coelho move-se aos saltos das pernas traseiras, que são mais longas e fortes que as pernas dianteiras. O animal também utiliza as pernas dianteiras quando se move. O coelho usa as pernas dianteiras como usamos as mãos para saltar de quatro. Quando perseguido por um inimigo, o coelho pode alcançar a velocidade de 100 km/h. Muitas crianças têm coelhos como animais de estimação. Lojas de animais têm coelhos domesticados, prontos para serem criados como animais de estimação.
    Os coelhos vivem na África, Europa e outras partes do mundo. Fazem suas tocas nos campos, onde podem esconder os filhotes sob arbustos ou entre os capins altos. A fêmea geralmente tem quatro ou cinco filhotes por vez, e pode dar à luz três a quatro vezes por ano.[2]
    Por milhares de anos, os homens caçaram coelhos pela carne e por sua pele. Hoje, a maioria dos coelhos usados como alimento e para aproveitamento de pele são criados pelo homem, mas os caçadores continuam a matar coelhos selvagens. Muitos povos apreciam a carne de coelho, que é vendida fresca ou congelada. As peles são usadas para fazer casacos ou como enfeite para casacos de fazenda ou chapéus. As peles podem ser cortadas e tingidas para se parecerem com as as de bisão, castor ou algumas outras peles mais valiosas. Uma fazenda chamada "feltro" pode ser fabricada com os pelos de coelho compactados com outras espécies de pelos. O pelo longo dos coelhos angorás é torcido em fios macios e quentes usados em suéteres e outros agasalhos.
    Coelhos e lebres são muito semelhantes e muitas vezes confundidos. Algumas vezes são designados incorretamente. Em sua maioria, os coelhos são menores que as lebres e têm orelhas mais curtas. Os animais podem ser reconhecidos por ocasião do nascimento. Um coelho recém-nascido é cego, não tem pelos e quase não pode mover-se. Uma lebre recém-nascida enxerga, tem uma pelagem bonita e pode saltar algumas horas depois de nascida. Além disso, os ossos do crânio do coelho têm tamanho e forma diferentes dos do crânio da lebre.
    Coelhos e lebres pertencem à mesma ordem, Lagomorfa. O nome dessa ordem vem de duas palavras gregas que significam "forma de lebre". Para estudar onde a ordem se coloca no reino animal, veja Classificação científica.

     Etimologia

    As línguas pré-romanas que existiam na Península Ibérica originaram o termo latino cuniculu que, por sua vez, deu origem ao termo "coelho".

    Origens e Evolução

    Não há dúvidas ou controvérsias de que todos os coelhos domésticos descendem do coelho selvagem europeu (Lepus cuniculus). Basta fazermos uma comparação e veremos que não há diferenças apreciáveis entre eles, tanto nas suas formas, fisiologia ou hereditariedade, exceto quanto ao carater calmo do doméstico e o arisco do selvagem. É fato conhecido que, se soltarmos coelhos domésticos nos campos, eles logo se tornarão selvagens, enquanto que, se prendermos alguns filhotes de coelhos selvagens, eles ficarão mansos e fáceis de domesticar, mas conservando uma grande tendência ao retorno à vida selvagem. Nenhum outro animal, com exceção, talvez, do cachorro, sofreu, durante seu processo de domesticação, tantas transformações como os coelhos.
    Do coelho selvagem europeu, foi obtido um grande número de raças de diversas cores e pesos, chegando os coelhos Gigantes de Flandres a atingirem mais de 9 quilos, o que representa 5 vezes mais do que o peso do coelho selvagem. Além disso, sofreu profundas modificações na cor do manto, na cor dos olhos e no comprimento do pelo e das orelhas. Já 2 600 anos antes da era cristã, segundo Charles Darwin, Confúcio, o grande sábio chinês, se referia à existência do coelho na China.
    A maioria dos autores considera o coelho como originário da península Ibérica, da Espanha, embora outros jurguem o seu berço a África e ainda outros, o sul da Europa. Os que consideram a África o berço do coelho, acham que daí é que ele passou para a Europa. Existem, espalhados nas regiões montanhosas da Arábia, Síria e Palestina, um animal muito parecido com o coelho e conhecido por "sphan", o que provavelmente levou os Fenícios a denominarem "sphania", que significa costa dos coelhos, a região em que desembarcaram, hoje Espanha, pois aí encontraram grandes quantidades desses animais que eles confundiram com aquele roedor do Oriente. Também de "Cuniculosa" foi chamada a Hispânia, por Estrabão, o grande geógrafo grego, o qual menciona que os coelhos ali se multiplicavam tão rapidamente que se tornaram um perigo para os seus habitantes.
    Plínio afirma que os coelhos, partindo de Tarragona, se espalharam pelas ilhas do mar Mediterrâneo e que, na ilha Minorca, se reproduziram tanto que os seus moradores tiveram que pedir ao Imperador Romano Augusto que enviasse seus legionários para combaterem o perigo que representavam esses pequenos animais. Das ilhas Baleares, segundo Ayala, os coelhos se disseminaram pelos países mediterrâneos e, daí, pela Europa Central e do Norte.
    Na Inglaterra, segundo Brehn, o coelho foi introduzido no ano de 1309 por entusiastas da caça. Os antigos egípcios, gregos, hindus e chineses já criavam coelhos, segundo revelam documentos dos séculos XVIII e XIX. Na China, simbolizando a fecundidade, em 1 600 templos, eram sacrificados mais de 30 000 coelhos, na primavera, para pedir aos deuses que a terra fosse fecunda como esses animais e no outono, em agradecimento pelo que a terra havia produzido.
    Atualmente, os coelhos se encontram espalhados por todos os continentes. A grande capacidade que tem de se reproduzirem, isto é, a sua prolificidade, reconhecida desde a antiguidade, é a sua principal característica, sendo mesmo a qualidade que os torna um dos animais domésticos cuja criação poderá atingir um desenvolvimento incaculável, produzindo em pouco tempo, grandes quantidades de alimentos, abrigos e bons lucros aos criadores. Os coelhos, como já o mencionamos, têm sua origem na Europa.
    Levados para a Austrália, não encontrando aí inimigos naturais e sim boas condições de clima e alimentação variada e abundante, multiplicaram-se tanto e tão rapidamente que se tornaram uma terrível praga, um problema de calamidade pública até agora insolúvel, pois causam grandes prejuízos àquele país, devastando suas pastagens e plantações. Hoje em dia, é, calculado em 500 milhões o número de coelhos existentes nesse país.
    A tal ponto chegou a situação que, para o país não ser todo invadido pela praga dos coelhos, foi construída uma cerca de tela de arame de 2 metros de altura e com 2 240 km de extensão, dividindo o país em duas partes, uma das quais dominada por esses pequenos animais. Todos os métodos de combate e extermínio contra essa qualidade dos coelhos já foram tentados mas sem resultados satisfatórios. Devido a sua prolificidade, se tornou uma praga na Austrália. O mesmo já está começando a ocorrer no sul da Argentina e do Chile.

     Características

    Anatomia interna de um coelho.
    Coelho características.ogg
    Os coelhos selvagens têm pelagem grossa e macia, acastanhada ou acinzentada. A pelagem do coelho domesticado pode ser preta, castanha, cinza, branca. ou apresentar combinações dessas cores. Um coelho selvagem adulto atinge de 20 a 35 cm de comprimento e pesa de um a 2,5 kg. Os coelhos de criação podem ser bem maiores e pesar mais de 2,5 kg. As fêmeas geralmente são maiores que os machos. a maioria dos coelhos vivem mais de quatro ano em estado selvagem, porque tem uma velocidade imensa contra os inimigos. Muitos coelhos criados como animais de estimação vivem até dez anos.
    Os olhos do coelho ficam nos lados da cabeça. Em conseqüência, o animal pode ver objetos situados atrás dele ou dos lados melhor do que se estiverem à sua frente. Os coelhos podem mover as longas orelhas de uma vez ou separadamente, para captar sons, ainda que fracos, vindos de qualquer direção. Os coelhos também dependem de seu olfato aguçado para alertá-los do perigo. O coelho parece movimentar o nariz ininterruptamente.
    Os coelhos eram antigamente classificados como roedores. Como os castores, camundongos e outros roedores, têm os dentes bem adaptados para roer. Mas, ao contrário dos roedores, têm um par de pequenos dentes atrás dos dentes superiores dianteiros.
    A cauda do coelho tem cerca de 5 cm de comprimento e é coberta de pêlo macio e fofo que a faz parecer redonda. A pelagem da parte inferior da cauda da maioria das espécies de coelho tem cor mais clara do que a da parte superior. Os coelhos-de-rabo-de-algodão da América do Norte são assim chamados pela cor branca ou cinza-clara da pelagem da parte inferior da cauda.

     Diferenças das lebres

    Como se viu pela classificação zoológica, coelhos e lebres são animais bastante semelhantes entre si. Essa semelhança não restinge apenas à escala classificatória, mas se estende também ao aspecto fenotípico, ou de aparência e conformação anterior. A semelhança entre o coelho e lebre é tão grande que mesmo os especialistas podem confundi-los, tomando um pelo outro, fato que se verifica com a chamada lebre-belga, que se trata de um coelho, ou com o chamado coelho-americano (jack-rabbit), na realidade uma lebre. Todavia, apesar da grande semelhança entre essas espécies, é possível distinguir uma da outra através das características próprias de cada uma,[7] como se pode ver na tabela abaixo.
    CoelhosLebres
    Vivem nos camposVivem nos campos e bosques
    Vivem em colôniasVivem aos casais
    Fazem galerias subterrâneasVivem em campo aberto
    Em caso de perigo, entram nas galeriasEm caso de perigo, fogem em alta velocidade
    São mais velozes que as lebres, mas se cansam logoMantêm a mesma velocidade durante a corrida, parecendo não se cansarem
    Em caso de perigo, dão um tapa no chão com a pata traseira, para avisar seus companheirosNão batem no solo
    Dão crias em um ninho subterrâneoDão crias em ninho preparado sobre a superfície do solo
    Peso do macho adulto — 2 a 3 quilos e só em raças aperfeiçoadas, vai a 6, 7 ou mais quilosNo campo, atinge 5 a 6 quilos
    Comprimento do corpo — 40 a 45 cm60 a 70 cm
    Comprimento da cabeça — 8 cm12 cm
    Comprimento da cauda — 6 cm9 a 10 cm
    Comprimento das orelhas — 8 cm12 a 14 cm
    Orelha mais curta do que a cabeçaOrelha mais comprida do que a cabeça
    Corpo curto e maciçoCorpo alongado
    Coloração selvagem, com predominância de pelos cinzasCor selvagem, com predominância de pelos avermelhados
    Subpelo azuladoSubpelo branco
    Ponta das orelhas orladas de pretoPonta das orelhas com grandes estrias pretas
    Pelos acamados e suaves ao tatoPelos um pouco levantados e um pouco ásperos
    Cerdas com 2 a 3 cm de comprimento e o velo mais curto do que a lebreCerdas de 6 a 7 cm e o velo mais comprido que o dos coelhos
    Carne brancaCarne vermelha
    Osso zigomático comprido e largoOsso zigomático curto e estreito
    Osso interparietal bem distinto dos parietaisOsso interparietal bem unido aos parietais
    Úmero mais comprido que o rádioÚmero mais curto que o rádio
    Cúbito forte, mais grosso que o rádioCúbito mais comprido e fraco que o rádio
    Falanges dos dedos terminais soldados em "canaletas"falanges sem "canaletas"
    Íris morena escuraíris amarela escura
    3 a 6 placas de Peyer no intestino delgado8 a 10 placas de Peyer no intestino delgado
    Gestação — 30 a 31 diasGestação de 40 dias
    Láparos nascem pelados e com os olhos fechadosFilhotes nascem com pelos e olhos abertos
    O número de láparos varia de 1 a 18Em geral dá 1 a 4 e raramente maior número de filhotes
    Os láparos ficam no ninhoOs filhotes nascem no ninho
    Os láparos dependem da mãe no mínimo durante 1 mêsOs láparos dependem da mãe por menos tempo

     Distribuição geográfica e habitat

     Coelho europeu

    Coelho Europa.ogg
    Originário da Península Ibérica no extremo sudoeste da Europa, o coelho-europeu (Oryctolagus cuniculus) espalhou-se por todo o continente e, nos últimos séculos, por todo o mundo. Como não dispunha de defesa contra seus predadores (lobos, raposas, aves de rapina e o próprio homem), confiou sempre em sua audição privilegiada e no olfato, assim como nos hábitos noturnos e nos abrigos subterrâneos. Segundo muitos estudiosos, seu ouvido distingue sons inaudíveis para o homem.
    Extremamente prolífica, a fêmea do coelho-europeu pode parir desde a idade de seis meses. O período de gestação dura pouco menos de seis semanas e em cada uma das quatro e seis ninhadas anuais nascem de quatro a oito filhotes, cegos e sem pelagem. Doze horas depois de nascidos os filhos, a fêmea já se acha pronta para o novo acasalamento, mas em 60% das gestações os embriões são reabsorvidos pela mãe, especialmente quando há excessiva aglomeração ou quando são precárias as condições de alimentação ou do ambiente em geral.
    Sua carne é saborosa, e a pele, apreciada, mas muitos consideram difícil saber se esses aspectos compensam os prejuízos frequentemente causados pela espécie à agricultura. Do coelho-europeu selvagem provêm todos os tipos de coelho doméstico, criado para corte em muitos países, e a chamada "lebre belga".

     Coelhos das Américas

    Coelho Américas.ogg
    O gênero Sylvilagus abrange os tapitis do Brasil e várias espécies da América do Norte, mais precisamente nos Estados Unidos, onde recebem os nomes de cotton tail rabbits (coelhos de cauda de algodão) e marsh rabbits (coelhos dos mangues). São estes certamente os integrantes mais comuns da família dos leporídeos na América do Norte, menores do que as lebres verdadeiras e com membros posteriores, cauda e orelhas mais curtos. Também diferem daquelas nos hábitos, preferindo esquivar-se até o esconderijo mais próximo a confiar na corrida. Pela aparência e pelo comportamento, assemelham-se bastante ao coelho-europeu, embora não cavem galerias.
    Tapiti (Sylvilagus brasiliensis).
    O tapiti é o Sylvilagus minensis, também conhecido por candimba ou, impropriamente, por lebre. Atinge cerca de 35 cm de comprimento e tem a pele amarelo parda, levemente chamalotada com pêlos negros. Vive nos campos sujos, nas roças abandonadas e às margens das matas, onde porém não costuma entrar. Passa o dia em touceiras, de onde sai à noite à procura de vegetais tenros. Não escava galerias. Pode invadir plantações sem causar danos apreciáveis, uma vez que não é muito prolífico.
    Outros representantes da família dos leporídeos são espécies americanas como o Brachylagus idahoensis (pigmeu do Idaho), com pouco mais de trinta centímetros, e o raro pigmeu mexicano (Romerolagus nelsoni), um pouco maior. A ausência de cauda torna essa última espécie mais parecida com os componentes da família dos octonídeos, os lágomis e assemelhados.

     Comportamento

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    O coelho é um animal de comportamento dócil, manso e carinhoso. Ele conquistou a afetividade das crianças e dos adultos, em especial das mães. O homem é o maior inimigo dos coelhos. Durante um ano, os caçadores matam milhões de coelhos por esporte. Agricultores também matam coelhos para proteger as colheitas. Outros inimigos dos coelhos são os coiotes, raposas, bisões e fuinhas. Gaviões, corujas e algumas outras aves caçam coelhos para servir-lhes de alimento. Muitos caninos e felinos também caçam coelhos. Os coelhos geralmente tentam fugir do inimigo. Se um coelho está em campo aberto, pode ficar quieto e esperar até que o inimigo vá embora. Se o inimigo chega demasiado perto, o coelho corre rapidamente para salvar-se. Um coelho assustado pode dar saltos de 3m ou mais, e decorrer a 100 km/h. O coelho tenta confundir o inimigo correndo em ziguezague. Às vezes dá algumas voltas seguindo sua própria trilha, para, a seguir, saltar em outra direção. Enfim, pode meter-se numa toca ou num monte de galhos para esconder-se.

     Hábitos alimentares e/ou Dieta

    Dois coelhos comendo folhas de coentro.
    Coelho alimentação.ogg
    A maior parte dos coelhos come e mostra-se ativa do anoitecer ao amanhecer, e passa o dia descansando e dormindo. O coelho come muitas espécies de plantas. Na primavera e no verão, seu alimento são folhas verdes incluindo trevos, capins e outras ervas. No inverno, come galhinhos, cascas e frutos de arbustos e árvores. Os coelhos às vezes causam prejuízo à lavoura porque mordiscam os brotos tenros de feijão, alface, ervilha e outras plantas. Também danificam árvores frutíferas porque roem sua casca. É ressaltar que os coelhos têm a cenoura como a base de sua alimentação. Não devem, em hipótese alguma, comer alface, pois esse vegetal pode causar diarreia.

     Doenças

    Os coelhos podem contrair tularemia, doença transmissível ao homem que lida com coelhos doentes (veja tularemia). Outra doença, a mixomatose, antigamente só ocorria naturalmente em algumas espécies da família do coelho, existentes na América do Sul. Mas o homem a introduziu na Austrália com o propósito de reduzir o número de coelhos selvagens europeus naquele país, onde, pela procriação rápida, causavam prejuízos às plantações.

    [editar] Reprodução

    Filhotes de coelho doméstico engatinham 1 hora após o nascimento.
    A gestação da coelha dura cerca de 30 dias. Geralmente nascem quatro a cinco láparos (filhotes de coelho) por vez, mas esse número varia de dois a nove. Os filhotes não enxergam nem ouvem, e não têm pêlo. A mãe os mantém no ninho que cava no solo. Ela pode não ficar no ninho, mas permanece sempre perto. Forra o ninho e cobre os filhotes com capim e com pêlos, que arranca do próprio peito com os dentes. A cobertura esconde os coelhos recém-nascidos e ajuda a mantê-los aquecidos. Quando os láparos têm cerca de dez dias, já podem ver e ouvir, e possuem pêlos macios.
    Ninho com jovem.
    Cerca de duas semanas, depois do nascimento, quando já têm uns 10 cm de comprimento, os filhotes crias deixam o ninho e escondem-se entre folhas e ervas altas. Geralmente cavam suas primeiras tocas próximo ao ninho. A coelha raramente cuida dos filhotes por mais de algumas semanas depois do nascimento. Algumas fêmeas do coelho-de-rabo-de-algodão começam a formar suas próprias famílias com menos de seis meses de idade.

     Classificação

    Durante muito tempo, o coelho foi classificado como pertencente à ordem dos roedores, pelo fato de possuir o hábito de roer. Entretanto, por todas as características dessa espécie, ele é hoje enquadrado na ordem dos lagomorfos. Eis a sua classificação taxonômica:
    A ordem dos lagomorfos exibe algumas exibe algumas características que a diferenciam da referentes aos roedores, entre as quais são as seguintes:
    • os animais da ordem dos lagomorfos possuem os membros anteriores bem menores que os roedores, fato que não se verifica entre os pertencentes à ordem dos roedores;
    • os lagomorfos têm orelhas grandes, ao contrário dos roedores que as possuem pequenas;[
    • a principal distinção, no entanto, está em que os lagomorfos são dotados de quatro dentes na arcada dentária superior, contra apenas dois na ordem dos roedores.
    Os dois dentes a mais dos lagomorfos são pequenos e se localizam atrás dos dois dentes principais ou funcionais. Por isso, para se notar esses dois pequenos dentes excedentes dos lagomorfos é necessário observar a arcada dentária lateralmente, e não frontalmente.

     Aspectos culturais

    O coelho é um animal presente na cultura popular como símbolo de fertilidade associado à Páscoa. Entre as outras manifestações culturais do animal:

     Coelhos famosos

     Os coelhos na televisão

     Curiosidades

    • Os coelhos não são roedores, são lagomorfos.
    • Os coelhos roem de tudo para gastarem seus dentes, que não param de crescer. Os dentes da frente dos coelhos são como os dos roedores, que crescem durante toda a vida, e um dos dentes é escuro. Para que eles fiquem do tamanho certo, os coelhos roem tudo, principalmente madeira.
    • Quando tratado, um coelho pode viver até 10 anos.
    • O tempo de gestação de uma coelha é de apenas 1 mês, tendo de 4 a 6 filhotes e amamentando entre 20 e 30 dias. O coelho é um símbolo muito comum na Páscoa, por sua fertilidade (para judeus e cristãos, tem a ver com a esperança de um nova vida).
    • O coelho doméstico é da mesma espécie do coelho selvagem Europeu, que depois de ser domesticado foi espalhado por todo o mundo. Na Austrália, em especial, esta "universalidade" dos coelhos e sua alta capacidade de reprodução transformaram-no uma praga.
    • Um coelho tem um raio de visão extremamente amplo. Podendo ver o ambiente que o rodeia atrás de si, sem mexer o pescoço.
    • Os principais predadores do coelho são a raposa e a onça, mas há muitos outros animais que predam o coelho.
    • Decorrente de seu ciclamento, os coelhos tem normalmente 2 cios por mês; onde depois de um período de 11(onze) dias apta a reprodução, sem fecundação há dois dias de esterilidade, sendo este o único intervalo entre seus períodos reprodutivos.
    • Na série de jogos eletrônicos Sonic the Hedgehog, a personagem Cream é uma coelha.




    Porquinho-da-índia:
    O porquinho-da-índia ou preá-da-índia ("Cavia porcellus") é um roedor sul-americano da família dos cavídeos, existindo atualmente apenas como animal doméstico.

     História

    Apesar do seu nome comum, o porquinho-da-Índia não é suíno, nem tampouco indiano. O nome deve-se ao fato de originalmente provirem das chamadas "Índias Ocidentais", onde alguns povos ameríndios, no período da colonização, os criavam para deles se alimentarem.
    Os europeus tomaram contato com o animal desde o século XVI, ao atingirem os domínios do Império Inca. O animal era denominado pelos indígenas como "Cuí", por causa dos gritos curtos que emite, tendo-o adotado como mascote.
    Ao chegarem à Espanha, os porquinhos-da-índia tornaram-se moda, vindo a espalhar-se por toda a Europa como animais de estimação.
    Com relação ao seu nome em língua inglesa, "guinea pig", existem duas teorias:
    • a de que as embarcações inglesas por fazerem escala na costa da Guiné, deram às pessoas a ideia de que os animais eram originários daquela região (e não da costa pacífica sul-americana); e
    • ao preço cobrado pelos marinheiros ingleses pelos animais, um guinéu, moeda de ouro utilizada à época.
    Desde o século XIX estes roedores vem sendo utilizados em estudos experimentais de laboratório, por isso são também conhecidos pelo nome de cobaias, termo que, por vezes, também é utilizado para designar os hamsters.

     Características

    Os porquinhos-da-Índia vivem de quatro a oito anos e podem reproduzir-se ao longo de todo o ano, gerando dois a cinco filhotes por ninhada. Para o primeiro acasalamento, recomenda-se que o macho tenha de três a quatro meses e as fêmeas de três a sete meses (jamais depois de sete meses). O período de gestação é de 59 a 72 dias, sendo a média de 62 dias. O tamanho dos filhotes, ao nascer, é de 7,62 cm. A idade ideal para o desmame é de 3 semanas.
    Quando adultos, os machos medem cerca de 25 cm e pesam de 900 a 1200 gramas, enquanto as fêmeas costumam ser menores e mais leves, tendo em média 20 cm e pesando de 700 a 900 gramas.
    São vivazes e dóceis, raramente mordendo, a menos que se sintam ameaçados. Adaptam-se bem ao cativeiro e são alimentados com ração de coelho peletizada, feno ou capim, legumes (exceto alface, que pode causar-lhe diarréia) e frutas frescas. Recomenda-se a introdução do brócolis e da couve-flor na sua alimentação, por causa da quantidade de vitamina C que oferecem. Alimentos novos para o animal devem ser-lhe apresentados aos poucos, uma de cada vez, observando-se a reação.os porquinhos da india custam R$52,00 mas os comuns R$39,00 os comuns são apenas de uma cor os mistos tem mutação.

     Alojamento

    Muito rústico, este animal adapta-se facilmente a qualquer ambiente, exigindo apenas um local bem seco e que receba luz do sol direta durante uma boa parte do dia. Não requer quaisquer instalações especiais ou técnicas difíceis de manutenção. Basta um espaço onde possa organizar a sua rotina diária composta de passeios e brincadeiras além da higiene própria. Alguns criadores recomendam, para um casal, um espaço de cerca de 3200 cm² sem teto e com uma vedação baixa. Para melhorar o conforto disponibilize uma casinha para que se possam resguardar do frio. Tenha sempre em atenção a exposição perigosa a eventuais predadores como gatos, cães e ratos.

     Raças

    Os porquinhos-da-índia apresentam uma grande variedade de cores e padrões, a saber:
    • Abissínio
    • Pêlo curto
    • Coroado
    • US-Teddy e Rex
    • CH-Teddy
    • Peruano e Angorá
    • Shelties e Coronet
    • Texel e Merino
    • Alpaca e Mohair
    • Frisado


    Chinchila:
    Como ler uma caixa taxonómicaChinchila
    Chinchilla.jpg
    Classificação científica
    Reino:Animalia
    Filo:Chordata
    Classe:Mammalia
    Ordem:Rodentia
    Família:Chinchillidae
    Géneros
    Chinchilla
    Lagidium
    Lagostomus
    Chinchila é o nome genérico dos mamíferos roedores da família Chinchillidae, nativa dos Andes da América do Sul. A pelagem da chinchila é cerca de 30 vezes mais suave que o cabelo humano e muito densa, com 20,000 pêlos por centímetro quadrado. Esta densidade capilar impede, por exemplo, que estes animais sejam infestados por pulgas que não conseguem sobreviver na sua pelagem. Por isto, o seu pêlo não pode ser molhado. Elas próprias tomam banho, de areia.
    Sâo animais muito activos e precisam fazer exercício regularmente. Como também gostam de explorar, observar e ouvir sons, deve ser solta, em casa ou num sítio fechado.
    Também são muito sociáveis e por isso não devem ter uma vida solitária.
    As chinchilas foram descobertas no século XVI e desde logo caçadas por causa da pele. No início do século XX eram já bastante raras e em 1923 o biólogo Mathias Chapman trouxe os últimos 11 exemplares para os EUA. A descendência destes casais salvou a chinchila da extinção e desde os anos 60 que é um animal de estimação relativamente popular.

     

     História

    As chinchilas são roedores oriundos da Cordilheira dos Andes, no Chile. O seu nome significa literalmente "Chincha Pequena". Chincha é o nome dos nativos dos Andes que utilizavam o pêlo deste animal para fabricar roupas, na altura em que os conquistadores espanhóis chegaram a esta região Séculos atrás, podia encontrar-se chinchilas em partes da Argentina, Bolívia, Chile e Perú. Hoje, as chinchilas selvagens são raras, e o seu território está restringido às montanhas da cordilheira dos Andes, no Chile.
    O primeiro registro escrito deste animal surge no século XVI, quando um padre espanhol descreve as chinchilas no seu livro sobre os animais da cordilheira dos Andes.
    O ambiente desértico em que habitam é bastante rigoroso. As planícies dos Andes são quentes de dia e muito frias de noite.
    As chinchilas vivem entre 3 mil a 5 mil metros de altura e abrigam-se em túneis que escavam ou em buracos de rochas espalhados pelas montanhas. Alimentam-se de plantas, sementes e mais raramente de pequenos insetos.
    Assim que as Chinchilas se tornaram conhecidas no mundo Ocidental, a cáptura por causa do seu pêlo intensificou-se. No século XVIII e XIX, a procura atingiu picos alarmantes que levaram à extinção de uma espécie, Chinchilla Real, e à escassez das outras duas restantes, Chinchilla Lanigera e Chinchilla Brevicaudata. A reprodução de Chinchilas em cativeiro foi problemática.
    Os primeiros animais capturados para criação eram bastante nervosos e necessitavam de um ambiente bastante tranqüilo para poderem viver. Só em 1895 se conseguiu uma produção com sucesso que foi arrasada no ano seguinte por uma epidemia. Em 1918, Mathias Chapman, um engenheiro de minas norte-americano, entrou em contacto pela primeira vez com chinchilas. Gostou do animal e lançou-se na difícil tarefa de tentar criá-las em cativeiro. Mas primeiro tinha de as capturar no seu ambiente natural.
    Devido à escassez de exemplares, o governo chileno mostrou-se reticente quando à captura, mas acabou por ceder devido à forte pressão de Chapman. Este engenheiro de minas demorou três anos a capturar onze chinchilas, das quais apenas três eram fêmeas, e teve de subir a mais de 3500 metros para o fazer.
    Na volta, preferiu demorar um ano a descer a montanha para que as Chinchilas pudessem aclimatizar-se. Este foi o início das Chinchilas em cativeiro. A produção deste animal para o comércio de peles só se iniciou por volta de 1920. Hoje em dia, o comércio de pele de chinchila não depende dos exemplares selvagens. Existem quintas de criação onde os animais são criados especificamente com esse fim.
    No entanto, para fabricar um casaco de peles de chinchila, é necessário ceifar cerca de 40 a 50 vidas de chinchilas.
    Mas só por volta de 1960 é que as chinchilas começaram a ganhar popularidade como animais de estimação. As chinchilas são animais protegidos, considerados vulneráveis no estado selvagem...

     Alimentação

    Chinchilas nascidas e criadas em cativeiro
    As chinchilas têm um sistema digestivo bastante sensível devendo a sua alimentação ser bastante equilibrada e devem comer uma ração própria para chinchilas. Não se deve dar ração de coelho ou para hamster - elas não podem comer muita sementes de girassol, por ser muito rica em gordura. Fora a ração própria, deve-se dar alfafa em cubo e em rama (alternando os dias) ou feno da montanha e suplemento alimentar. Dentre os petiscos é recomendado dar apenas maça desidratada,banana desidratada e uvas passa. Não devem ser sobrealimentadas, pois isso pode acarretar problemas intestinais e excesso de peso. As guloseimas devem ser o mais racionadas possivel,para que o animal não se torne guloso e rejeite a comida normal... As sementes de girassol devem ser cruas, com casca e não serem salgadas.
    Um bom truque é usar as guloseimas para o treino da chinchila, em vez de lhe dar sempre que ela pede. Assim, por exemplo, para a ensinar a ir para dentro da gaiola depois de andar a correr à solta, dê-lhe uma passa quando a coloca lá dentro ao mesmo tempo que diz "casa", por exemplo. Assim, ela passará a associar o comportamento (desejado) a uma guloseima e com o tempo habituar-se-à a fazê-lo, sempre que for repetir o comando.

     Higiene

    As chinchilas são roedores muito asseados, comparativamente a coelhos e hamsters. Não criam carrapatos nem pulgas como outros animais domésticos, devido ao seu pelo ser tão denso que não permite a sobrevivência destes parasitas cutâneos. Às chinchilas não se dá banho com água. A sua pelagem é muito sensível e existe uma areia especial, bastante fina, para elas tomarem banho. No seu habitat natural elas esfregam-se no pó da montanha. Em cativeiro, precisam que o seu dono recrie essa oportunidade de tirar a gordura e sujidade do pêlo.
    Na gaiola, é aconselhável colocar serradura no fundo e ir retirando a que estiver suja com urina. Os absorventes à base de milho são mais absorventes, neutralizam mais o odor e não precisam ser trocados com tanta frequência. No entanto, não é tão económico. Existem aparas de madeira com aroma a maçã e a limão.

     Doenças

    As chinchilas são animais bastante resistentes as doenças, no entanto, convém serem examinadas periodicamente. A maior parte das doenças provém da falta de higiene. Também podem surgir feridas devido ao alojamento em gaiolas com fundo de grelha ou rede, pois as patas podem ficar presas nos buracos e o animal ferir-se na tentativa de se libertar.
    O tempo médio de vida da Chinchila vai de 10 a 20 anos, sendo que há registro de chinchilas que já chegaram a 22 anos.
    A maioria dos problemas de saúde das chinchilas estão relacionados com o não desgaste correto dos dentes, muito provavelmente pela mudança na dieta, uma vez que na natureza estes animais comem muitos vegetais e o atrito provoca o desgaste necessário nos dentes. Estes crescem entre 4 a 6cm por ano, e continuamente durante toda a vida do animal. As chinchilas bebês já nascem com dentes, que curiosamente nesta espécie não têm raízes, porém a uma grande porção do dente, chamada de coroa de reserva no interior dos maxilares que dão grande sustentação a estes dentes.
    Assim, convém dar à chinchila uma dieta com o máximo de folhas (as indicadas são as verduras com folhas verdes escuras), pois, se sua dentição chegar ao ponto de sobrecrescimento, ele não só dificilmente fechará a boca, como não conseguirá comer e terá uma morte lenta e dolorosa. Nestes casos, o veterinário deve proceder ao desgaste dos dentes do seu animal de estimação, para que a dentição volte a sua função normal. O procedimento deve ser realizado o mais rápido possível, para que a debilitação não cause danos maiores a saúde do animal. Consulte um veterinário especialista na espécie ao mínimo sinal de inapetência, salivação, passar a patinha na boca e emagrecimento.

    Como reconhecer um animal saudável

    Uma chinchila saudável deve ter como caracteríesticas:
    • Olhos limpos e brilhantes; olhar vivo, alerta e sem "choro"
    • Pêlo brilhante, sedoso e suave
    • Corpo robusto e compacto
    • Peso normal para o seu tamanho
    O comportamento de uma chinchila saudável é caracterizado por:
    • Estado de alerta (vivacidade)
    • Bom apetite
    • Bebe água
    • Usa vocalizações para se exprimir e é sociável
    • Brincalhona, curiosa e muito interessada no que a rodeia
    • Urina e fezes normais(diarreia, obstipação ou "cocôs encadeados" são sinais de problemas intestinais)




    Gerbilo:
     
    O gerbilo ou rato-do-deserto é um pequeno mamífero da ordem Rodentia (Roedores), sub-família Gerbillinae. A subfamília dos gerbilos inclui aproximadamente 110 espécies de roedores africanos, indianos e asiáticos. A maioria desses são animais noturnos, e quase todos são onívoros.
    Uma das espécies, Meriones unguiculatus, também conhecido como esquilo da Mongólia, se tornou um popular animal de estimação. Os gerbilos têm a pelagem variando de marrom claro à marrom avermelhado, e seu ventre é sempre mais claro que o resto do corpo, podendo ser branco ou creme. Os gerbilos têm como alimentação sementes, raízes e frutos. Os gerbils não emitem sons constantemente, apenas quando há sinal de perigo ou durante o contato sexual. Nessas ocasiões eles batem uma das patas traseiras no chão. O pêlo dos gerbilos é oleoso, devido a uma glândula em sua barriga que libera no pêlo uma substância gordurosa.

     Classificação

    • Subfamília Gerbillinae Gray, 1825
      • Tribo Ammodillini Pavlinov, 1981
      • Tribo Taterillini Chaline, Mein & Petter, 1977
        • Subtribo Gerbillurina Pavlinov, 1982
        • Subtribo Taterillina Chaline, Mein & Petter, 1977
      • Tribo Gerbillini Gray, 1825

     Cuidados

    Gerbils precisam de forração para absorver a urina e para cavar. Eles não fazem tanto xixi, então a forração não precisa ter cheiros. As melhores opções são álamo, Carefresh1 e forração de sabugo de milho moído (corn cob). Em média, um aquário de 50 litros com dois gerbils precisa ser limpo a cada duas ou três semanas. Se a água do bebedouro derramar, ou o cheiro for muito forte, obviamente você deverá limpá-lo antes. Quando limpo com freqüência, um viveiro não tem cheiro. Encha-o com 1/3 de forração. Eles adoram amontoar a serragem e enterrar sua comida nela. Se você está reproduzindo, cinco centímetros de forração são suficientes.
    • Álamo, corn cob ou Carefresh são os recomendados pelos criadores mais experientes.
    • Não use serragem de pinho ou cedro, PRINCIPALMENTE se estiver reproduzindo gerbils.
    • Papel picado também irá funcionar, no entanto a gaiola começará a cheirar bem mais rápido do que com serragens recomendadas.
    • Não use papel com coisas impressas.
    • Encha o aquário com 1/5 de forração se não estiverem reproduzindo. Se estiverem, cinco centímetros serão suficientes.







    Esquilo:
    Diversas espécies de esquilosOs esquilos pertencem a uma grande família de mamíferos roedores de pequeno e médio porte conhecida como Sciuridae. No Brasil, são também conhecidos como serelepe, caxinguelê, caxinxe, quatimirim, quatipuru[, agutipuru ou acutipuru. Os esquilos estão espalhados por quase todo o mundo, a maioria nas zonas de climas temperado ou tropical, mas também em algumas zonas de clima frio. Como todos os roedores, possui presas fortíssimas, com que roem sementes com facilidade, principalmente bolotas.

    Diversas espécies de esquilos
    Estado de conservação
    Classificação científica
    Reino:Animalia
    Filo:Chordata
    Classe:Mammalia
    Ordem:Rodentia
    Família:Sciuridae
    Subdivisão
    Ver texto

     

    Etimologia

    "Esquilo" é uma palavra com origem no termo grego skioúros. "Caxinguelê" é oriundo do termo quimbundo kaxinjiang'elê, que significa "rato de palmeira". "Quatimirim" origina-se do termo tupi kwa'ti mi'rim, que significa "quati pequeno". "Acutipuru", "agutipuru" e "quatipuru" vêm do termo tupi acutipu'ru, que significa "cutia enfeitada".

     Comportamento

    As sementes são as principais fontes de alimentação, mas também consomem insetos e frutas. Quando coletam alimento, enterram algumas sementes que encontram, sendo que algumas chegam a germinar, como pinhões e coquinhos, acabando por plantar árvores como araucária e jerivá.
    Constroem ninhos com folhas e galhos, para abrigarem as suas crias da chuva e do vento, em ramos muito altos, em árvores como a cajarana. Durante a gestação, os pais preparam o ninho para receber os filhotes, que variam de 3 a 10 por ninhada. Quando adulto, as maiores espécies da família chegam a medir de 53 a 73 centímetros de comprimento (com a cauda).

     Classificação

    Sciuridae é uma família de mamíferos roedores que inclui cerca de 279 espécies classificadas em 51 gêneros.

     Características

    Sua gestação varia de 30 a 32 dias e sua ninhada possui de três a cinco crias. Seu tamanho varia muito, desde os pequenos esquilos Myosciurus pumilio, que têm de sete a dez centímetros de comprimento às grandes marmotas da espécie Marmota marmota, que têm de 53 a 73 centímetros de comprimento.

     Tipos

    Arborícolas

    Os esquilos arborícolas correspondem à imagem que idealizamos do que seja um esquilo. São animais de hábito diurno, com os sentidos bem apurados e com uma anatomia bastante adaptada à vida nas copas das árvores, onde se sentem mais seguros de predadores terrestres. Embora os esquilos arborícolas passem noventa por cento da sua vida nas alturas, por vezes podem ser encontrados no solo da floresta procurando por alimento que tenham armazenado anteriormente, mas sempre alertas ao mínimo ruído ou movimento, pois essa prevenção lhes é, muitas vezes, vital. Como espécies arborícolas, podem ser citados: o esquilo-vermelho-euroasiático (Sciurus vulgaris), o esquilo-cinzento-americano (Sciurus carolinensis), o esquilo-peruano (Sciurus igniventris), o esquilo-tricolor (Callosciurus prevostii), entre muitas outras, sendo a maior família de esquilos.

     Voadores

    Os esquilos voadores são também esquilos arborícolas, no entanto são uma família com bastantes particularidades. Esta família de esquilos é de hábitos noturnos, tendo para tal olhos grandes e bem desenvolvidos. Os esquilos voadores têm também uma anatomia muito característica, tendo uma membrana de pele que percorre o seu corpo unindo as patas dianteiras às traseiras, o que lhes possibilita fazer voos planados de uma árvore para outra, diferentemente do que algumas pessoas pensam que eles realmente voam, mas eles direcionam o voo com o auxilio da cauda achatada que funciona como leme. Também ao contrário dos esquilos arborícolas, os esquilos voadores muito raramente descem ao solo, pois a sua membrana não lhes permite uma boa deslocação e rapidez deixando-os bastante vulneráveis aos predadores. Espécies voadoras são o esquilo-voador-euroasiático (Pteromys), esquilo-voador-do-sul (Glaucomys volans), esquilo-voador-de-norte (Glaucomys sabrinus), esquilo-voador-gigante-vermelho (Petaurista petaurista), etc.

     Terrestres

    Os esquilos terrestres são diurnos e fazem túneis debaixo do solo onde constroem os seus ninhos, estando para isso fisicamente adaptados. São animais com patas desenvolvidas para escavar, orelhas pequenas que permitem maior liberdade de movimento nos túneis e, como não necessitam se equilibrar, a cauda é mais curta. A grande maioria das espécies de esquilos terrestres vive em colônias e cada membro do grupo tem um papel a desempenhar, o que faz desse tipo de esquilo o mais inteligente de todos os tipos de esquilo. Como espécies terrestres, podem ser citados: o cão-da-pradaria (Cynomys), o esquilo-terrestre-de-richardson (Spermophilus richardsonii), o esquilo-siberiano (Tamias sibiricus), a Marmota (Marmota) etc.



    Rato-doméstico:
    O camundongo (português brasileiro) ou rato-doméstico (português europeu) ou ainda murganho (Mus musculus) é uma espécie de pequeno roedor da família dos murídeos, encontrado originalmente na Europa e Ásia, e atualmente distribuído por todo o mundo, geralmente associado a habitações humanas. Tem cerca de 8 cm de comprimento, pelagem macia, branca ou cinza-acastanhada, mais clara nas partes inferiores, orelhas grandes e arredondadas e cauda nua e longa.
    No Brasil é também chamado de calunga, calungo, catita, catito. Existem também as formas camondongo, mondongo, topolino e murganho. Em Portugal, onde é frequente a subespécie M. musculus brevirostris, é conhecido como rato-caseiro ou rato-doméstico. No nordeste brasileiro é também conhecido como catita.
    Uma grande quantidade de informações sobre a anatomia, fisiologia, comportamento e doenças estão disponíveis devido à sua popularidade como animais de laboratório. Durante o século XIX o camundongo se transformou em um instrumento de laboratório e no século XX se tornou num importante modelo experimental para os estudos da genética, sendo o animal mais utilizado como cobaia em laboratórios de biologia como um modelo aproximado do organismo humano,[2] além de ter uma gestação curta que contribui para as mudanças genéticas. Esta popularidade se dá por conta de em muitos aspectos assemelharem-se ao humano, sendo fundamental o imunológico, o que o faz a melhor escolha para cobaia de laboratório.
    O camundongo se caracteriza por ser uma espécie cosmopolita adaptada a uma grande variedade de condições ambientais. É um animal de hábitos noturnos que se acomoda em qualquer local de tamanho apropriado às suas necessidades. O olfato é altamente desenvolvido sendo utilizado não somente para detectar alimento e predadores mas também para determinar vários sinais de comportamento. A visão é pobre: não distingue cores, uma vez que sua retina apresenta poucos cones.
    O comportamento social depende da densidade populacional sendo que esses animais podem viver bem adaptados tanto solitariamente quanto em grandes colônias com padrões de hierarquia muito bem estabelecidos.

     

     Reprodução

    Camundongo (Mus musculus)
    O camundongo torna-se apto à reprodução aos 60 dias de idade sendo que os efeitos hormonais iniciais já estão presentes em ambos os sexos ao redor dos 30 dias de idade, evidenciando-se através da abertura da vagina nas fêmeas e pela descida e aumento dos testículos nos machos.
    O ciclo estral completo dura cerca de 4-5 dias, ou seja, a cada 5 dias ocorre ovulação. Quando agrupadas, porém, as fêmeas podem permanecer em anestro continuamente ate que sejam expostas a um macho. A partir desse momento o estro retorna no prazo de até 72 horas. A presença de líquido seminal na vagina indica a ocorrência da cópula. Esse líquido é bem aparente, mas desaparece em 24 horas.
    O período de gestação é de 19-21 dias exceto para fêmeas que estejam amamentando, quando a gestação pode se prolongar por 6 a 16 dias.
    Ao nascer, os camundongos pesam em torno de 1,5 g e seu sistema imunológico não é competente. Carecem totalmente de pelos, exceto bigodes. Com uma semana de vida já apresentam pelos curtos e bastante finos. Os olhos se abrem aos 9-10 dias e os dentes aparecem nessa mesma época. A alimentação sólida se inicia logo após o desmame, entre 19 e 21 dias de idade.

      Comportamento

    Camundongos têm medo de ratazanas, porque muitas vezes eles são mortos e comidos por estas. Isso se chama de muricídeo.Apesar disso, eles ainda convivem nas florestas da Nova Zelândia e da América do Norte.
    Nos laboratórios, diferentemente das ratazanas, os camundongos brigam mais, e por isso não podem ser mantidos em grupos do mesmo sexo.

    Nos laboratórios, diferentemente das ratazanas, os camundongos brigam mais, e por isso não podem ser mantidos em grupos do mesmo sexo.

     Zoonoses

    Principais zoonoses transmitidas pelo camundongo são: coriomeningite linfocítica, micoplasmose, pateurelose, raiva, salmonelose e a leptospirose.

    O camundongo na cultura popular

    O Mus musculus foi imortalizado por Walt Disney em seu personagem Mickey Mouse (também conhecido como Rato Mickey) criado em 18 de Novembro de 1928.




        
    O furão é um mamífero carnívoro da família dos Mustelídeos. Existem diversas espécies de mustelídeos, sendo a mais conhecida o furão-doméstico (Mustela putorius furo), utilizado como animal de estimação em vários países do mundo. O termo é geralmente utilizado como referência ao furão-doméstico, descendente da "doninha-europeia" ou da "doninha-das-estepes", mas também a duas espécies de mustelídeos americanos que ocorrem do México à Argentina, conhecidas como furão-grande (Galictis vittata) e furão-pequeno (Galictis cuja).
    Ao contrário do que algumas crenças populares indicam, os furões não são roedores e pertencem à família dos Mustelídeos, na qual se incluem os texugos e as lontras.

     História

    Desenho representando um furão.
    Não se sabe ao certo quando os furões foram domesticados, embora pesquisas arqueológicas tenham encontrado vestígios de furões por volta de 1500 a.C.. É no entanto incerto afirmar que os antigos egípcios criavam furões, embora seja mais provável afirmar que os europeus, por alturas das suas primeiras incursões ao Egito, tenham observado a ampla domesticação de gatos, iniciando assim, na Europa, a adoção de pequenos carnívoros como forma de protecção contra os roedores que constantemente destruíam as provisões de cereais.
    É no entanto provável que o furão tenha surgido do toirão (Mustela putorius), como também é possível que tenha vindo da doninha-das-estepes (Mustela eversmanni), ou, por outro lado, algum tipo de cruzamento híbrido entre as duas espécies. No entanto, estas três espécies apresentam similaridades e diferenças únicas.

     Caça com furão

    Durante muito tempo, a principal utilização humana dada ao furão encontrava-se na caça, uma vez que, dotado de corpo magro e alongado e uma enorme curiosidade natural, o furão está adaptado para entrar em buracos e espantar quer roedores, quer coelhos para fora de suas tocas.
    Continua ainda a ser usado para a caça em alguns países, tais como o Reino Unido e a Austrália, onde os coelhos são consideradospragas e a combinação de uma pequena rede com um ou dois furões continua sendo uma técnica muito utilizada, apesar dos avanços tecnológicos actuais. Contudo, esta prática é considerada ilegal em muitos países, devido principalmente à incerteza sobre a possibilidade de existirem desequilíbrios ecológicos com a sua disseminação.
    Relatos históricos indicam que César Augusto teria enviado furões (chamados de "viverrae" por Plínio) para asIlhas Baleares como forma de controle da praga de coelhos no ano 6.
    Já no século XVII, os furões teriam sido levados pela primeira vez ao Novo Mundo, tendo sido usados extensivamente desde 1860 até o início da Segunda Guerra Mundial como forma de proteção das provisões de cereais no oeste dos Estados Unidos da América.
    Ns Estados Unidos, sua popularidade como animal de estimação começou, provavelmente, a partir de 1975, graças à Dra. Wendy Winstead, uma veterinária e antiga cantora de música folk que se dedicou ao comércio de furões, maioritariamente para pessoas famosas, tendo participado em diversas apresentações na televisão com os seus próprios animais.

     Animal de estimação

    Furões na Áustria (1944).
    Dotados de energia, curiosidade e potencial para o caos durante toda a vida, vigiam constantemente o ambiente que os rodeia, sendo tão chegados às pessoas quanto os gatos (desde que, a exemplo destes, o dono saiba criar e cativar os bichinhos), entregando-se activamente às brincadeiras com seus donos.
    Nos Estados Unidos e em França é considerado o terceiro animal de estimação, posicionado depois do cachorro (primeiro) e do gato (segundo) sendo incluído na categoria NAC (novos animais de companhia).
    Actualmente, o furão é considerado por alguns como um animal perigoso para as crianças, mas a proporcionalidade de problemas relatados é menor do que as ocorrências problemáticas com cães ou gatos.
    A expectativa de vida pode ser muito variável, mas é habitual centrar a esperança média de vida entre os três e os seis anos, embora em raros casos possam chegar até aos treze anos.

    Perigos identificados

    Devido ao facto de serem animais ágeis e curiosos, em ambientes domésticos têm bastante facilidade em passar por buracos nas paredes, armários ou por detrás de eletrodomésticos onde se podem ferir ou até mesmo morrer devido a choques elétricos, ventiladores ou outros objetos perigosos.
    É comum ver o furão a mastigar objectos macios, geralmente constituídos por borracha, poliestireno (isopor no Brasil ou esferovite em Portugal) ou esponjas, que se tornam autênticos perigos em caso de ingestão, podendo bloquear o intestino ou até mesmo a morte. Asportas de tela são especialmente frágeis às unhas do furão, sendo que, as condutas de ventilação são por diversas vezes utilizadas como rotas de escapatória.
    Ao contrário dos cães e dos gatos, a maioria dos furões quando se encontram perdidos, têm pouco sentido de orientação para retornar aolar, ficando a vaguear sem rumo, caso não sejam rapidamente encontrados, acabando eventualmente por morrer num espaço de poucos dias.
    Actualmente, em ambiente doméstico, uma das principais causas de acidentes fatais com os furões acabam por ser fruto da curiosidade natural do animal, que, ao entrar dentro de sofás rebatíveis ou cadeiras reclináveis, morrem esmagados quando os sofás ou as cadeiras são fechadas.
    É por isso importante, por parte dos criadores domésticos, tomar providências com o fim de preparar a casa antes de tomar a decisão de ter um furão como animal de estimação. Diversos criadores aconselham a preparar a casa como uma tarefa contínua envolvendo a revisão cuidadosamente de todas as divisões, remoção de todos os objectos potencialmente perigosos e restrição de acesso a qualquer buraco ou eventual rota de fuga.
    Os furões podem abrir armários ou portas que não estão bem fechados, sendo que muitos criadores tomam medidas no sentido de adquirir fechaduras usadas com o fim de proteger crianças, colocando os objectos considerados perigosos em locais altos e fora do alcance do animal.

     Atividade

    Furão ao acordar.
    Os furões gastam a maior parte do seu tempo (entre 14 a 18 horas por dia) dormindo, embora, sejam muito ativos ao despertar, explorando persistentemente a área circundante. São crepusculares, ou seja, mais ativos por altura do amanhecer e do pôr-do-sol.
    Embora pareçam, não são animais de gaiola.Devem ser criados soltos, como cães e gatos,ou terem um cômodo da casa reservado a estes. Tal como o gato, o furão pode usar uma caixa para suas funções de excreção com um pouco de treinamento.
    São considerados ótimos parceiros de atividades em jardins e gostam especialmente de "ajudar" seus donos nessa tarefa, embora não devam ser permitidos andar sem vigilância, uma vez que não sentem medo de nada, a ponto de entrarem em situações eventualmente perigosas. Ao serem levados para fora, necessitam sempre de vigilância, de preferência sendo presos por coleiras especialmente preparadas para furões.

     Socialização

    Furão a brincar, puxando um pente.
    Os furões são extremamente sociais entre si, entregando-se às brincadeiras e actividades com outros furões com bastante facilidade.
    São considerados monogâmicos, sendo que, é comum observar que, após a morte de um dos elementos do casal, o animal sobrevivente freqüentemente morre passados alguns dias, provavelmente por motivos de solidão ou depressão. Por esta razão, os principais criadores recomendam a colocação de três animais juntos como forma de evitar a morte por solidão, sendo que, no entanto, a criação de animais solitários é possível desde quando acompanhada de perto com bastante atenção e disponibilização de tempo para jogos e brincadeiras.
    Os furões são por vezes observados em actividades lúdicas com gatos e pequenos cachorros, mas é recomendado bastante cuidado sempre que possam estar em companhia de animais desconhecidos, particularmente cães da raça terrier ou outras raças desenvolvidas ou treinadas com habilidades para a caça de animais do tamanho do furão.
    Dificilmente os furões conseguirão socializar com coelhos ou ratos, uma vez que estes fazem parte da sua cadeia alimentar natural.

    Convivência com crianças

    Os furões podem ser maravilhosos animais de estimação para as crianças. Contudo, é recomendado vigiar com atenção as crianças mais pequenas. Com o passar dos anos as crianças devem ser ensinadas a cuidar do furão e segurá-los, como com qualquer outro animal doméstico.
    Muitas vezes as crianças tratam furões como brinquedos e tentam abraçá-los com força, o que pode sufocar o animal, provocando uma tentativa de fuga em pânico, possivelmente gerando arranhões ou mesmo mordidelas em situações extremas. É recomendado observar de perto a convivência entre os animais e as crianças muito pequenas para a proteção de ambos.

     Atividades lúdicas

    Furões em actividades lúdicas.
    Devido ao fato dos furões serem animais sociáveis, na sua maioria, são brincalhões e gostam de interagir com as pessoas, sendo que, os jogos preferidos são, geralmente, pega-pega (no Brasil ou apanhada em Portugal), ou, similarmente, jogos de caça e caçadorcom os humanos, onde o furão desempenha por vezes o papel da caça e outras o do caçador.
    A maioria dos brinquedos usados com gatos jovens são interessantes também para o furão, no entanto, os brinquedos de borracha ou isopor (esferovite) que possam ser despedaçados através de mordidas não devem ser usados pelo furão, de modo a evitar a possibilidade de serem engolidos. Os furões são conhecidos pelo sua preferência em brincar de cabo-de-guerra com brinquedos e animais de pelúcia.
    Em situações de particular agitação, o furão executa a dança de guerra da doninha, que consiste numa série de saltos laterais de forma frenética, geralmente acompanhado com ligeiros sons semelhantes a tosse ou guinchados.
    Tal como os gatos jovens, os furões não costumam morder seus donos, mas os criadores indicam que é frequente observar ligeiras mordiscas (mordidelas) nos dedos, indicando por outro lado que apenas os animais sujeitos a maus tratos ou em situação de dor ou perigo poderão morder um ser humano. Ainda a exemplo dos gatos, os furões estão dotados de mandíbulas fortes e dentes em forma de agulha, sendo que, quando realmente mordem, facilmente furam a pele humana.

     Dieta

    O furão é um animal carnívoro, mas também come frutos secos, cereais e nozes.
    Existe no mercado uma grande variedade de comidas para furões comercializadas em lojas de animais de estimação um pouco por todas as cidades do mundo. Comidas de gatos ou gatinhos podem ser usadas, uma vez que contêm altas quantidades de proteínas egorduras essenciais para o metabolismo do animal. De preferência, a comida do furão deve conter entre 32% a 38% de proteínas e entre 15% a 20% de gorduras.
    De uma forma geral, os furões gostam de comidas doces ou frutos secos, tais como uva passa, pasta de amendoim ou pedaços de cereais. Tais comidas devem ser evitadas ou a incapacidade do animal em digerir estes alimentos podem provocar doenças, tais como insulinoma e outras.
    Alguns criadores disponibilizam rações à base de carnes de galinha, sub-produtos animais e ossos, ou roedores, tais como camundongos eratos, o que pode ser comum na Europa, sendo também cada vez mais popular nos Estados Unidos à medida que aumenta o conhecimento dos malefícios das comidas processadas com sua alta quantidade de açúcares e carboidratos.

     Cuidados veterinários

    Os criadores recomendam uma visita ao veterinário pelo menos uma vez por ano, sendo que os furões costumam esconder com sucesso os sintomas de doenças. É recomendado observar qualquer comportamento fora do comum, a fim de efetuar uma consulta imediata ao veterinário.

 Manutenção física

    A maioria dos furões muda de pêlo duas vezes por ano, uma na primavera e outra no outono, sendo que, durante estes períodos, é recomendável a escovação regular e a administração de produtos laxantes de forma a criar uma protecção contra a ingestão de pelos em demasia.
    Os banhos frequentes não são recomendados, e a maioria dos veterinários indica que não devem ser dados mais do que um banho por mês, sendo que, muitos criadores nunca o fazem, à excepção de quando possa ocorrer algo que justifique a lavagem. É dado adquirido que, os banhos frequentes podem de fato aumentar o cheiro natural do animal, já que sua pele repõe a oleosidade natural perdida na lavagem.Um furão pode tomar banhos anuais.
    O corte frequente das unhas e a manutenção de uma boa limpeza nas orelhas é outra das principais recomendações para o bem estar do animal.

     Classificação de espécies por cores

    O furão sable, a variação de cor mais comum.
    Os furões costumam mudar ligeiramente de cor conforme as estações do ano, sendo que ganham uma tonalidade mais clara no inverno do que no verão. Em muitos animais, é possível observar também a mudança de cor para tons mais claros à medida que envelhecem.
    Nos Estados Unidos, as diferentes associações de criadores de furões reconhecem diferentes cores para a classificação das espécies, o que apenas é considerado importante em casos de competições ou exibições.

           Vacinação

    O vírus da cinomose é mortal para os furões, pelo que os criadores recomendam a sua vacinação. Em alguns países em que é permitida a criação doméstica, a vacinação contra a raiva é exigida embora a incidência desta doença no furão seja extremamente baixa.
    Actualmente não existe qualquer registro de que um furão tenha transmitido raiva aos seres humanos.

     Albino

    • Pelagem principal: branco a creme
    • Sub-pêlo: branco a creme
    • Olhos: vermelhos
    • Focinho: rosado

     Sable

    • Pelagem principal: marrom intenso
    • Sub-pêlo: branco a creme
    • Olhos: castanhos ou castanhos escuros
    • Focinho: castanho claro
    • Máscara: completa e bem definida
    • Sable Siamês
    Corpo castanho claro e membros (patas) escuras formando um contraste definido. A máscara deve estar presente.
    • Sable Blaze
    Caracteriza-se pela presença de uma faixa branca na cabeça, desde a fronte, passando entre as orelhas e descendo até à nuca ou ombros.
    • Sable Point
    Possui pêlos brancos entremeados ao pêlo princila (que é castanho), dando um aspecto de mesclado. Geralmente os joelhos são brancos e pode possuir um babador (pescoço) branco.
    • Sable Panda
    A cabeça é completamente branca, incluíndo o pescoço. Os pés, pernas e abdômen também são brancos.
    • Sable Mitt
    Apresenta as patas brancas. Pode haver um babador branco (mancha sob o queixo, no pescoço).

     Silver

    • Pelagem principal: cinza escuro um pouco enegrecido
    • Sub-pêlo: branco ou creme
    • Olhos: castanhos escuros ou próximo do negro
    • Focinho: castanho enegrecido
    • Silver Mitt
    Possui uma mancha branca no pescoço (babador), abaixo do queixo. As patas devem ser brancas.

     Branco com olhos negros

    • Pelagem principal: branco a creme
    • Sub-pêlo: branco a creme
    • Olhos: negros ou cor de vinho
    • Focinho: rosado

     Branco Stripe

    • Todo branco, com uma faixa negra no dorso, olhos negros ou cor de vinho.

     Champagne

    • Pelagem principal: castanho claro quase dourado
    • Sub-pêlo: branco a creme
    • Olhos: cor de vinho
    • Focinho: rosado

     Chocolate

    • Pelagem principal: marrom cor de achocolatado, mas na ponta da cabeça (focinho), a pelagem é totalmente branca.
    • Sub-pêlo: branco
    • Olhos: castanhos ou cor de vinho
    • Focinho: rosado
    • Máscara: ausente ou pouco definida

    Legislação

     No Brasil

    A legislação brasileira não proíbe a criação de furões de espécies exóticas. Já a captura, caça, ou criação de cativeiro de espécies silvestres são proibidas. Porém, tendo em vista que em muitas regiões do Brasil os [(predador)]es naturais dos furões estão extintos, pode facilmente ser considerado como praga em caso de proliferação descontrolada. O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) exige que os furões sejam castrados, munidos de um microchip ao entrarem no país, bem como, da assinatura de um documento legal por parte dos criadores, contendo uma declaração de responsabilidade pelo animal, obrigando-o a informar ao IBAMA qualquer decisão de doação ou venda do mesmo.

     Em Portugal

    Ao abrigo do D/L 211/2009 de 3 de Setembro, pela Portaria 7/2010, os furões passaram a ser permitidos como animais de companhia, desde que registados no ICNB.






    Cavalo:
    Como ler uma caixa taxonómicaCavalo
    Biandintz eta zaldiak - modified2.jpg
    Estado de conservação
    Não avaliada: Domesticado
    Classificação científica
    Reino:Animalia
    Filo:Chordata
    Classe:Mammalia
    Ordem:Perissodactyla
    Família:Equidae
    Género:Equus
    Espécie:Equus ferus
    Subespécie:Equus ferus caballus
    Nome trinomial
    Equus ferus caballus
    O cavalo (do latim caballu) é um mamífero hipomorfo, da ordem dos ungulados, uma das três subespécies modernas da espécie Equus ferus. A denominação para as fêmeas é égua, para os machos não castrados, garanhão e para os filhotes, potro. Esse grande ungulado é membro da mesma família dos asnos e das zebras, a dos equídeos. Todos os sete membros da família dos equídeos são do mesmo gênero, Equus, e podem relacionar-se e produzir híbridos, não férteis, como as mulas. Pertencem a ordem dos perissodáctilos, sendo por isso parentes dos rinocerontes e dos tapires, ou antas.
    Esses animais dependem da velocidade para escapar a predadores. São animais sociais, que vivem em grupos liderados por matriarcas. Os cavalos usam uma elaborada linguagem corporal para comunicar uns com os outros, a qual os humanos podem aprender a compreender para melhorar a comunicação com esses animais. Seu tempo de vida varia de 25 a 40 anos.
    O cavalo teve, durante muito tempo, um papel importante no transporte; fosse como montaria, ou puxando uma carruagem, uma carroça, uma diligência, um bonde, etc.; também nos trabalhos agrícolas, como animal para a arar, etc. assim como comida. Até meados do século XX, exércitos usavam cavalos de forma intensa em guerras: soldados ainda chamam o grupo de máquinas que agora tomou o lugar dos cavalos no campo de batalha de "unidades de cavalaria", algumas vezes mantendo nomes tradicionais (Cavalo de Lord Strathcona, etc.)
    Como curiosidade, a raça mais rápida de cavalo, o famoso thoroughbred (puro sangue inglês ou PSI) alcança em média a incrível velocidade de 17 m/s (~60 km/h).

     

    História

    Mesohippus, um antecessor do cavalo moderno
    Descendente de uma linha evolutiva com cerca de sessenta milhões de anos, numa linhagem que parece ter-se iniciado com o Hyracohterium - um animal primitivo com cerca de 40 cm de altura. Os antecessores do cavalo, são originários do Norte da América mas extinguiram-se aí por volta do Pleistoceno há cerca de cento e vinte mil anos. Os cavalos selvagens originais eram de constituição mais robusta do que as raças de membros esguios que existem na actualidade. Há cinquenta milhões de anos atrás, uma pequena criatura semelhante a uma lebre, possuindo quatro dedos nas patas dianteiras e três em cada pata traseira, corria através de densas e úmidas vegetações rasteiras, alimentando-se de suculentas plantas e pastagens. Pelo fato de poder fugir e esconder-se de seus destruidores, o pequeno mamífero conseguiu prosperar. Esse animal era o Eohippus, o antecessor do cavalo moderno.
    Poucos animais possuem um registro tão antigo e completo como o cavalo. Através do estudo de sua história, toma-se conhecimento dos efeitos causados pela crescente mudança do meio-ambiente na batalha do animal pela sobrevivência e das adaptações que foram sendo necessárias durante o processo de sua evolução. Com a mudança gradual do clima, a terra se tornou mais seca, e os pântanos foram cedendo lugar a extensas planícies gramadas. De Eohippus, no espaço de vinte milhões de anos aproximadamente, evoluiu Mesohippus, maior e mais musculoso, possuindo três dedos e patas mais longas. Seus dentes, ligeiramente modificados, eram mais adequados para puxar a grama do que para pastar nos arbustos e musgos dos pântanos.
    Outros vinte milhões de anos transcorreram, e apareceu Merychippus, no qual apenas o dedo do meio, bem maior, tocava o solo quando o animal corria, sendo que os dedos laterais, assaz reduzidos em tamanho, eram usados somente em terreno molhado e pantanoso. Esse cavalo tinha o porte de um cão, com dentes notavelmente diferentes: mais adequados para triturar a mastigar. A cabeça possuía maior flexibilidade em sua base, sendo proporcionalmente mais longa do que a de seus antecessores, e assim o animal pastava com mais facilidade.
    Pliohippus, o primeiro cavalo de um dedo só, apareceu na época pliocênica. Era um animal adaptado para desenvolver maior velocidade em descampados e pradarias, para evitar a captura. Estava-se, então a um passo do surgimento do Equus, o cavalo moderno, cuja estrutura de pata é formada pelos ossos do dedo central e cuja unha alargou-se enormemente, formando o casco. Equus, pequeno, mais robusto e fértil, capaz de suportar os mais rudes climas, prosperou e espalhou-se pelo mundo.
    A evolução do cavalo.
    Cavalos, asnos e zebras pertencem à família equídea e caracterizam-se por um dedo funcional em cada pata, o que os situa entre os monodáctilos. As outras duas falanges formam a quartela e o osso metatársico, os quais são ligados pelo machinho, junta que possui grande flexibilidade, e à qual se deve a facilidade que apresenta o animal para amortecer o choque com o solo após saltar grandes obstáculos.
    O machinho é responsável também pela capacidade do animal de desenvolver grande velocidade sobre terrenos ondulados e, ainda, por sua habilidade em esquivar-se agilmente de obstáculos, voltar-se sobre si mesmo e correr em sentido oposto, em verdadeiras manobras de fuga. O nascimento dos dentes acontece de maneira a permitir que os mesmos possam ser usados, sem que apresentem qualquer problema, desde o nascimento do animal até que este complete oito anos, aproximadamente.
    Os cavalos, de maneira geral, são muito semelhantes em sua forma física, possuindo corpos bem proporcionados, ancas possantes e musculosas e pescoços longos que sustentam as cabeças de acentuada forma triangular. As orelhas são pontudas e móveis, alertas ante qualquer som, e a audição é aguçada. Os olhos, situados na parte mais alta da cabeça e bem separados um do outro, permitem uma visão quase circular e as narinas farejam imediatamente qualquer sinal de perigo. O pelo forma uma crina ao longo do pescoço, possivelmente para proteção. A maioria dos inimigos do animal, membros da família dos felinos, por exemplo, costuma saltar sobre o dorso do cavalo e mordê-lo no pescoço.
    Cavalos selvagens foram difundidos na Ásia e Europa em épocas pré-históricas, mas as vastas manadas foram se esgotando através das caçadas e capturas para domesticação. O Tarpan (cavalo selvagem da Tartária) sobreviveu até 1850 na Ucrânia, Polônia e Hungria, países de onde se originou. Acredita-se que seja o antecessor do cavalo Árabe e de outros puros-sangues. Pequeno, tímido e veloz, o Tarpan possuía uma pelagem longa e de tonalidade cinzento-pálida, com uma faixa negra sobre o dorso. A crina era ereta e a cauda coberta por pelos longos e ásperos. Evoluiu durante a época glacial, quando os cavalos que viviam em florestas foram forçados a se deslocar para o sul, onde, então, cruzaram-se com os animais locais, que viviam em planícies. Desde 1932, esforços têm sido desenvolvidos no sentido de recriar o Tarpan, e vários parques zoológicos já possuem grupos de Tarpans. Os pequenos cavalos representados nas pinturas de cavernas em Lascaux, França, são, quase certamente, Tarpans.
    O cavalo-de-przewalski é a última espécie sobrevivente de cavalo selvagem.
    O Przewalski teve seu nome derivado do explorador russo que descobriu uma imensa tropa dessa raça em 1881. Também conhecido como cavalo-selvagem-da-mongólia, foi quase completamente extinto no fim do século, e os sobreviventes são cuidadosamente conservados cativos e em estado selvagem. O cavalo-de-przewalski é um animal baixo e compacto, de coloração clara como a areia, possuindo uma listra negra sobre o dorso e uma crina negra e ereta. A cauda é negra e coberta por pelos. Possui também protuberâncias, conhecidas como calosidades, na face interna das pernas. Sendo um animal fértil e de rápido amadurecimento, não deveria ser difícil manter um núcleo saudável de reprodutores para que fossem novamente supridas as áreas nas quais viviam originalmente.
    Por volta do ano 2000 a.C., o homem começou a usar o cavalo para propósitos outros além daquele da alimentação, e, devido à sua intervenção no esquema natural das coisas, o processo evolutivo foi acelerado por seleção artificial, dando origem assim à grande diversidade de raças, tamanhos, formas e pelagens, que pode ser apreciada nos tempos atuais.

     Introdução no Brasil

    Em três momentos o cavalo foi introduzido inicialmente no Brasil: a primeira leva veio em 1534, na Vila de São Vicente; a segunda, em Pernambuco, em 1535; a terceira, na Bahia, trazidos por Tomé de Sousa.

     Cavalos Europeus

    Conclusões de equipa internacional de peritos, diz que espécies da Península Ibérica contribuíram geneticamente para os modernos cavalos europeus. Os cavalos na Europa tiveram o seu primórdio na Ásia e também na Península Ibérica. Segundo um estudo, estes, concentravam-se na Península Ibérica devido a esta ter uma floresta menos densa do que a restante Europa, à milhares de anos atràs. Este estudo foi conduzido por Cristina Luís (dos Museus da Politécnica da Universidades de Lisboa) e Maria do Mar Oom (do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), entre outros. O trabalho efectuado por esta equipe foi publicado na revista PLoS ONE. A existência dos cavalos na Península Ibérica vem de há cerca de 6.000 anos atrás. Segundo o estudo, os cavalos asiáticos e os Ibéricos terão influenciado os cavalos europeus. É de salientar também a evolução do homem juntamente com este animal, na sua evolução e sua utilização para as mais variadas tarefas como: viagens de longa distância, na agricultura, no comércio e na guerra. O cavalo teve assim enorme importância na história do homem. O estudo avaliou, geneticamente, 24 raças de cavalos europeus e asiáticos. O objectivo terá sido investigar as ligações genéticas para apurar a história do cavalo e a sua história nas civilizações humanas, tendo também a intenção de preservar este animal. Na história de Portugal e na altura das investidas e ocupação por parte dos Mouros no território Português é desconhecido como foi feita a migração dos cavalos. Fica a dúvida se foram os Mouros que trouxeram os cavalos para a Península Ibérica ou se terá sido o contrário. Nos dias de hoje já não se encontram cavalos selvagens na Europa, apesar de o mais próximo disso, ser, cavalos a “andarem” livremente. São esses, os “Garranos” que podem ser vistos no Norte de Portugal, mas os Garranos, são propriedade de alguns senhores.[1]

     Raças Portuguesas

     Raças mais conhecidas

     Pelagens

    Um velho ditado inglês diz a good horse is never a bad colour, o que significa, aproximadamente, que se o cavalo é bom, sua pelagem será necessariamente boa. Mesmo assim, existem muitas superstições associadas à pelagem do cavalo: os cavalos zainos são populares e tidos como constantes e dignos de confiança, enquanto que os negros são considerados bastante nervosos e pouco seguros. Os tordilhos têm a reputação de temperamentais e os alazões, de serem teimosos e excitáveis. Na realidade, há muito pouco de verdade em tudo isso, e existem cavalos nas mais diversas tonalidades, o suficiente para satisfazer a todos os gostos.
    • Zaino - é uma tonalidade rica e brilhante de castanho, aproximando-se da cor do mogno polido. Os cavalos zainos podem ter uma única tonalidade em todo o corpo ou podem ter crina, cauda e patas negras, quando são, então, propriamente descritos como zainos com pontos negros. Os cavalos dessa pelagem são tidos como muito espertos e são geralmente fortes e bem dispostos.
    • Zaino negro - varia de tonalidade desde o zaino até quase o negro e, se houver alguma dúvida quanto à sua pelagem, a melhor maneira de desfazê-la é através do exame de pelos curtos e finos encontrados no focinho. O zaino negro é tido como o cavalo ideal para shows, passeios e caçadas.
    • Negro - Apesar de ser atraente, muitas pessoas sentem-se predispostas contra ele por causa de sua fama de ser indigno de confiança. Outro motivo para a prevenção, possivelmente, reside no fato de os cavalos negros terem sido sempre usados nos funerais, antes do aparecimento do carro funerário motorizado.
    • Alazão - pode variar sua tonalidade entre uma extensa gama de tons castanho-avermelhados. O mais escuro possui um tom quase arroxeado, enquanto que o mais claro é brilhante, possuindo um profundo tom ouro-avermelhado. Os alazões normalmente possuem marcas de tonalidades diversas. Podem apresentar crina, cauda e pintas castanhas ou negras, ou ainda, ter crina e cauda cor de palha dourada.
    • Lobuno - esta é a tonalidade dos cavalos e asnos pré-históricos. Várias raças mantêm essa pelagem hoje em dia e ela pode ser muito atraente, especialmente se houver pontos negros. O lobuno-dourado possui um tom levemente puxado para o tom de areia, enquanto a pelagem do lobuno-azulado é uma espécie de preto lavado, empalidecido, lhe dando reflexos azulados. A maioria dos cavalos lobunos possui uma listra sobre o dorso.
    • Tordilho - pode possuir círculos de pelo negro pelo corpo, especialmente na parte traseira, dando-lhe o aspecto de um antigo cavalinho de balanço. Os tordilhos negros têm grande quantidade de pelo negro espalhado pelo corpo, geralmente escurecendo sua pelagem. Há tordilhos claros, nos quais o pelo branco predomina sobre o negro, produzindo um efeito quase totalmente branco.
    • Baio - o cavalo baio não é muito comum. Um bom baio deve apresentar cauda e crina pretas. Embora sejam atraentes, os baios, como acontece com animais de tonalidade pouco vibrante, não são muito indicados para a equitação em geral.
    • Rosilho - é o termo usado para denominar os animais com duas ou mais pelagens misturadas, que podem possuir diversas tonalidades dependendo da proporção dos vários pelos que as compõem. O rosilho avermelhado é constituído por pelo vermelho, amarelo e branco; o rosilho-azulado, por pêlo negro, amarelo e branco; o rosilho-alazão, por pelo castanho, amarelo e branco.
    • Overo - os cavalos oveiros podem ser do tipo piebald quando possuem pelo branco coberto por manchas negras grandes e irregulares; skewbald, se as manchas forem castanhas, escuras ou avermelhadas, sobre um fundo também branco; e add-coloured, caso as manchas de duas ou mais tonalidades estão presentes sobre o fundo branco. Os animais oveiros são muito procurados pelos circos.
    • Branco - os cavalos brancos podem ser tordilhos muito velhos, cuja pelagem tende a embranquecer com a idade, ou albinos, caso em que possuem olhos rosados e pele sem pigmentação. Os cavalos conhecidos como brancos são, de fato, tordilhos na maioria dos casos.
    • Palomino ou baio branco - os palominos têm uma coloração dourado-clara, não apresentam marcas em seu pelo e suas crinas e caudas são abundantes e soltas, quase brancas. A tonalidade varia de acordo com as estações do ano. A pelagem se torna mais clara, quase branca, durante o inverno, voltando a aparecer o tom dourado com o renascimento da pelagem de verão.
    • Pintado - os cavalos pintados spotted podem possuir manchas de qualquer tonalidade e dispostas da maneira mais variada possível. Como são raros, seu preço é muito alto. Leopardo-pintado é o termo dado ao animal que apresenta manchas negras e bem definidas, uniformemente espalhadas sobre um fundo branco.

     Características de algumas raças ou tipos

    RaçaAltura (cm)Peso (kg)
    Shetland81–102200–225
    Pônei brasileiro100-110
    Galloway142–152275–400
    TipoAltura (cm)Peso (kg)
    Pônei (pequeno)102–122225–350
    Pônei (grande)132–142250–360
    Lightweight hack152–163350–500
    Heavyweight hack163–173450–600
    Tração163–183550–800

    Galeria